Inverno do Amor
SONETO DE INVERNO ...
Cai a madrugada fria, lá fora, sem lamento
E, cá dentro, hora em hora, indo a semana
Afora, uivando na janela o soprar do vento
Um cheiro úmido do chão e do chão emana
No cerrado e sobre o torto galho cinzento
O orvalho escorre, e da frialdade dimana
Sobre o vasto horizonte o nevoeiro lento
Sedento, é a invernada em sua total gana
Aí que frio! arde o fogão de lenha, a flagrar
No alarido da madeira chora o fogo doído
Como é bom nesta hora o agasalho do lar
Sob o teu olhar, teus beijos, ternuras feito
Coração aligeiro, abrasado, amor querido!
E, eu prazido, me aquento no nosso leito...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18/04/2021, 04’57” – Araguari, MG
Do que me resta
Da noite … as sombras.
Da chuva… o rio.
Do inverno… o frio.
Do vento… a brisa.
Do céu… um sol sombrio.
Do que me resta…
Do pouco que a vida me empresta…
Na janela uma fresta.
Do que me resta: esperar acabar a festa.
Primavera resolveu
fingir que o inverno não passou
Calçou meias
Pôs luvas
Agasalhou-se como pôde
Mas eu vi
O botão em flor
Escondido no bolso de seu casaco!
HORA CREPUSCULAR
Passei a saudade pela hora crepuscular
De um inverno esfumaçado e tão parco
Pela esquina a melancolia vi murmurar
Onde transita infelizes do penar charco
Pedaços de mim, reparei, então, espalhar
Tentei recolher, rejuntar, mas era anorco
O sentimento. E no peito ardia sem sanar
Dos deslizes do coração cheios de marco
Lembranças sussurravam quanto passava
Questionando porque bramindo eu estava
Qual ausência me feriu, doeu tanto assim
E o pôr do sol que escorria pelo cerrado
Fazendo de meu sentir infeliz e calado
Se apartou, sem um ilusório para mim...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro, 2021, 20’51” – Araguari, MG
Inverno
Há tanto frio no corpo
Por falta de um cobertor…
Há tanto frio na alma
Por ausência de amor.
Você é o meu sol em dias frios.
Meu cobertor nos dias de inverno.
O sabonete que escorrega pelo meu corpo.
Minha orientação durante os momentos difíceis.
Meu colo quando choro.
O abraço mais esperado ao término do dia.
A luz que ilumina minha existência quando estou solitária.
Você é a minha pessoa favorita.
Minha Filha, Minha Flor
Foi durante o inverno
Que nasceu minha flor de primavera
Mais uma alma que brotou na terra
Flor linda da minha vida
Pai de uma menina
Felicidade total
Amor paternal
Essa flor é minha filha
Desde o primeiro dia
Que a vi pela primeira vez
Senti que algo mudaria
E tudo seria mais doce, mais feliz
És meu sol em dias frios
Minha luz em momentos sombrios
És a razão do meu viver
E meu coração nunca vai te esquecer
Minha filha, minha flor
Que encanta a todos com teu amor
És minha vida, minha paixão
E nunca vou te abandonar, não
Que tu cresças forte e saudável
Com alegria em teu coração
E que nada te impeça de ser feliz
E realize todos teus sonhos de menina
Minha filha, minha flor
Que enche minha vida de amor
Eu te amo mais do que tudo
E para sempre serei teu pai protetor.
"As folhas dos ipês já esvaneciam, naquela manhã fria de inverno, as folhas, com suas cores num tom acinzentado, pareciam tentar dizer-me algo que, em meu peito, eu já predizia.
Aquele amor, em mim, morria; estava morrendo a cada minuto, a cada mês, a cada dia.
Aquela alameda, a rua dos ipês, muitas vezes era a nossa saída, era onde bailávamos ébrios pelo cheiro das flores, crentes que nossa paixão era infinita.
Hoje, meu amor, estou eu aqui, parado, naquela esquina, sob aquele ipê rosa, cujo as folhas e a cor, despertavam aquele seu jeito de menina.
Mesmo que eu velejasse por mil anos, em mares revoltosos, ainda faltar-me-ia a experiência para domar a mulher, que narro nessas linhas.
Estou indo pro cais, quem sabe eu não me afogue na marina, talvez eu consiga matar o resto de amor ou ódio que em mim germina.
Vou ir ver o velho pescador, talvez ele me convença a não ceifar a minha própria vida, talvez ele até me mostre como reconquistá-la, ensine-me como fazê-la minha.
Mas minhas esperanças esvanecem, como as folhas dos ipês, na nossa alameda, naquela manhã fria, naquela esquina..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, A Alameda dos Ipês.
No inverno, a natureza descansa, Em um manto branco de frio. Mas mesmo sob o gelo e a neve, A vida aguarda seu renascer.
AMAR PARA SEMPRE
(Renata Guimarães Lima)
Passamos o inverno juntos
Descobrindo tua beleza
Admirando tua orgulhosa juventude
Elogiando cada gesto seu
Justificando meu amor
Para merecer o seu
Cultivando com cuidado
Todos os carinhos recebidos
Renovando a cada instante a recíproca
Recordando a primavera
Em seus delicados carinhos e atenção
O espelho reflete tudo que sentimos
Cabe ao futuro cuidar desse amor
Pela nossas idades temos muito tempo
O legado de nossas belezas
Coberto de amor
Nosso espólio dado pelo destino
Nos amar para sempre
A chegada de setembro
Sempre traz renovação
Do inverno à primavera
Tem mudança de estação
Muda tudo ao florescer
Só não muda o meu querer
De te ver, meu coração
Dois corações unidos, promessa de eterno,
Amaram-se intensamente, sem medo ou inverno.
Mas o destino cruel, traiçoeiro e impiedoso,
Separou-os abruptamente, num adeus doloroso.
Lágrimas escorrem, em rios de saudade,
O tempo não apaga essa trágica realidade.
Seus sonhos desfeitos, como pássaros sem asas,
Deixando apenas lembranças, em memórias embaçadas.
Um amor tão forte, partido ao meio,
Um adeus não esperado, doloroso e feio.
Eles agora vagam, separados e sós,
Com o coração quebrado, em destinos atrozes.
E assim a história se encerra, numa dor sem fim,
Um final trágico de amor, que ninguém previu assim.
Que essa lição nos lembre, com pesar e ardor,
Que nem todo amor tem um final com sabor de amor.
É lúdico ver o inverno ser aquecido pelo sol persistente, calor imponente que não se intimida na presença do frio, aquecendo em conjunto com movimentos suaves, calorosos, de uma linda dança expressando a liberdade significativa de sentimentos profundos, leveza segura nos passos, deixando algumas gravuras sobre o gelo, sendo o destaque de um rico cenário, a viveza de um amor verdadeiro, tornando o clima agradável, permitindo um sonho desperto, um momento mágico, para onde eu viajo em pensamentos, alegro o meu imaginário, depois de um breve deslumbramento, um simples e poderoso impacto.
Bom dia amores, que até o inverno traz flores. Rosas negras, cotovias, vida cheia de sabores. Vento leve esfria a face às rapinas tão selvagens. Sopro raso de rebojo a que a água cobre as margens. Outro dia, cotovia, outro dia, alegria. Sê-de inverno, sê-de mundo, horizonte, céu ao fundo. Eu respiro, eu existo, não me rendo, eu insisto. Que onde há luz também há sombra e onde há inverno faço ronda.
Conto: Noite de Inverno
Era uma noite de inverno, o vento gelado soprava lá fora, fazendo com que as chamas da lareira dançassem alegremente. Dentro daquela casa antiga e acolhedora, as almas iluminadas se reuniam em torno do fogo, compartilhando histórias e boas energias.
A anciã da casa, com seus cabelos prateados e olhos sábios, olhou para seus convidados e sorriu. "Boa Noite almas iluminadas", ela começou, sua voz suave enviando ondas de serenidade pelo salão. "Venho aqui lhes desejar uma doce, encantada, tranquila e aprazível noite."
Os presentes sorriam, sentindo o calor do amor e da amizade que os envolvia naquela noite especial. As velas espalhadas pela sala lançavam uma luz suave e mágica, iluminando os rostos sorridentes e os corações cheios de gratidão.
Enquanto o tempo passava, as histórias se desenrolavam, algumas reais e outras imaginárias, todas tocando os corações de quem as ouvia. As emoções fluíam livremente, trazendo risos, lágrimas e suspiros de admiração.
E então, como se por encanto, a velha anciã começou a cantar uma antiga canção de ninar, cuja melodia envolvente acalmou as mentes agitadas e trouxe paz aos corações cansados. Os presentes fecharam os olhos e se deixaram levar pela magia do momento, sentindo-se transportados para um mundo de sonhos e fantasia.
E assim, naquela noite de inverno, as almas iluminadas foram abraçadas pela magia do amor e da amizade, encontrando conforto e alegria na companhia uns dos outros. Que neste inverno eles estivessem docemente aquecidos, não apenas pelo fogo da lareira, mas também pela chama da amizade que ardia em seus corações para sempre.
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Não sinto mais frio
Você me tem na sua mão
Faça o quê quiser comigo
Sou tua brisa perfumada
- e encantada...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Não corro mais perigo
Encontrei o meu abrigo
Tenho o seu coração
Morando nele
- estou protegida...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Ele nos aproxima
Sempre me manterei pequena
Para ser grande nos teus braços
A minh'alma nos serena
- nos determina ...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Eternamente enamorado
Ele nos encaixa,
e nos intensifica
Vou te provocando
com os meu versos de menina
Para sermos imensos
nos sentidos e delírios...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Guardo-o sob minha proteção
Perdoe-me por às vezes ser grande
E também por também muito insegura,
É o jeito que encontrei
de ser tua, e toda doçura...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração
Sob a guarda da paixão
Não sinto mais frio
Só sinto os carinhos
dos teus arrepios
Tenho a sua pulsação
- sou a dona do teu coração...
É um elogio ao inverno
Encontrei o meu dono
Tenho o seu coração, sou pura devoção
Vou te provocando silenciosamente com poesias
Sei com certeza que você sempre volta
Você pode me deixar falando sozinha
Mas nunca na condição de nunca
estar te amando sozinha.
No frio de inverno, surgiu um brilho raro,
Um sorriso que junto aos olhos cintilou,
Alinhado e perfeito, um encanto claro,
Meigo e fofo, seu charme logo se revelou.
Uma seda suave em gestos e palavras,
Um abraço caloroso que aqueceu o coração,
Leve e carismático, sua presença nos lavras,
Inteligentíssimo, iluminou a escuridão.
Foi uma excelente companhia, uma oportunidade,
Conhecer alguém tão especial, uma raridade.
No inverno gelado, um caloroso laço,
Que guardarei comigo, com imenso abraço.
É inverno!
Celebremos,
Não é eterno,
Sempiterno.
- momento
Não recusemos.
É eterno!
Não recuemos,
- é extremo
Enfrentemos,
- o tempo
E o eternizaremos.
É sempiterno!
Como um afeto,
Reconhecemos,
É terno,
Intenso,
Logo, o passaremos.