Inverno do Amor
Se a gente se acostuma com o verão, por que não se acostumar com o inverno?
Afinal de contas o ciclo se repete, se voce não se habituar também não viverá o lado bom de cada faz da vida."
Vivendo no inverno, eu sou o seu verão
Amorzinho, quando se trata de um amante
Eu prometo que você nunca encontrará outro como eu
Ela céu
Eu inferno
Ela verão
Eu inverno
Ela luz
Eu escuridão;
Ela chora
Eu acalento
Ela sempre rápida
Eu como sempre lento;
Ela grita
Eu me calo
Ela tempestade
Eu como um riacho calmo;
Ela fala
Eu observo
Ela rainha
Eu mero servo;
Ela brilho, estrela, luar
Eu astronauta, menino querendo voar.
Nos Teus Olhos
Nos teus olhos não há inverno
ou outono
ou tom
que não tenha prazer
e lágrimas de morrer
por um anseio secreto
Nos teus olhos é sempre primavera
e há sempre uma vela
acesa
com o desejo à mesa
servido antes do café
com toda a fé
ardente
no que não se entende
Nos teus olhos existem caminhos sem volta
há abismos e precipícios
profundos
de dois mundos
que buscam se encontrar
há minha sede de amar
e teu vício de estar
não, não há tristeza sem senão
mas há um certo ar, não resisto
um inverno arrepio de verão
que na beleza, sempre existe
não sei se olhar, se expressão
se por dentro um traço-esguio
só sei de um certo ar, perdição
um se-me-toca, estou perdido
um marejar raro e persistente
um quero fugir, mas não consigo
haja quem, ar-tão-assim, aguente
mas se, eternamente, o belo existe
que a perdição seja permanente
mas a tristeza, nem sempre triste.
Sou Nara Jerusa, você Júlio César
Sou inverno, você verão.
Sou noite, você dia.
Sou açaí, você coxinha.
Sou biologia, você história.
Sou ar, você terra.
Sou fogo, você água.
Sou açúcar, você sal.
Sou dança, você música.
Sou sabedoria, você oratória.
Sou barulho, você silêncio.
Sou cérebro, você coração.
Sou risada, você sorriso.
Sou introvertida, você comunicativo.
Sou teórica, você prático.
Sou exigente, você compreensivo.
Sou romance, você ação.
Sou organização, você bagunça.
Sou cuidado, você carinho.
Sou lua, você estrela.
Sou criativa, você curioso.
Sou sensível, você choroso.
Sou abraço, você beijo.
Sou neve, você chuva.
Sou caneta, você papel.
Sou fé, você esperança.
Somos amor. Somos um.
Era uma manhã linda de inverno, pela janela, se via o sol que estava radiante em meio as folhas, entre os galhos daquele velho salgueiro, a medida como o vento batia em seus galhos, os raios de sol atravessavam pelas frestas e batiam em seu rosto. Refletiam a luz do sol em seus lindos cabelos cor de fogo, os olhos castanhos escuros que ao bater o sol ficava cor de mel e aquela boca que tinha um desenho único e era tão delicado. Quando ela caminhava pela rua procurando capturar em suas lentes todas as belezas e os detalhes que o olho humano nunca poderia ser capaz de enxergar, era mágico!
Tanta perfeição no imperfeito. Como pode alguém ser assim? Despertar o melhor que tenho dentro de mim, aonde havia dor, solidão e tristeza. Hoje habita somente o amor e esperança. Fico na dúvida se conto ou não o quanto te admiro e o quanto te quero por perto.
Simplesmente por medo da rejeição, medo de não ser bom o suficiente para você. E nessas incertezas que vou ficando, o tempo vai passando e você continua tão bela, quanto a primavera, menina que traz consigo mesmo um brilho no olhar, uma calmaria ao falar com um sorriso que te faz amar, enfim um amor que ela compartilha por onde passar.
Te admirando em segredo, me pego a imaginar e idealizar: “O seu corpo tão pálido e lindo, suas sardas e pintas pelo corpo que fazem uma sincronia tão bela, seu cabelo cor de fogo que fascina a todos quando bate o sol e aquele olhar que me cativa e me inspira a querer ser o melhor para você.”
Há menina o que eu não daria para poder ter falado o que eu sentia por ti? O que eu não daria para voltar no tempo e tentar te impedir de atravessar aquela avenida? Eu poderia ter simplesmente pulado na sua frente, mas não daria tempo, já era tarde demais, infelizmente.
E hoje o que me resta são memórias, as mais lindas possíveis, aquele velho filme de suas fotografias tiradas momentos antes do seu acidente. E agora me pego com esse vazio novamente. Olhar pela varanda e ver apenas uma casa de madeira caindo aos pedaços, ver o velho salgueiro lutando para viver, folhas caídas pelo chão, uma paisagem de outono triste e vazia. Isso me destrói por dentro, quem me dera ao menos uma vez poder ter tido o prazer de passar um dia ao seu lado.
Se é inverno em toda rua
Se a minha cabeça vive na lua
Se o meu coração vaga, é por você
Se empilho as cadeiras no fim da estrada
Se eu jogo confete de madrugada
Se o meu corpo ferve, é por você
O inverno nos agasalhava em volto das lareiras e eggnogs natalícios com músicas de natal, envolvendo flocos de neve. Nutrindo o momento em que a sua alma gêmea lhe dizia em todos os natais, meu homem, meu amor meu poeta, como não amar isto meu Botafogo, A tua infância e juventude de felicidade. Foste militar, de soldado passas-te a atleta, passas-te a poeta, de escritor a comediante e eletrizante de todo o mundo e falado por todos, e ainda te tornaste um grande campeão... Como não amar isto meu Poeta.
Era Chique, Era Bom...
Era chique, era bom sentir o frio
de outono-inverno em nossa carne moça.
Era assim como um rio, um grande rio
marulhando por nós em dom e força.
Nariz e pernas frias... doce cio
a coruscar nas vísceras... a nossa
pele arrepiada ao ressoprar macio
da noite toda olhos... noite moça...
Era chique, era bom, era divino:
eras minha menina, e eu teu menino —
a vida um sonho bem da cor da lava...
De sorte, nega, que eu já te esperava:
meu coração sentia quando vinhas —
tuas saudades a transar com as minhas.
LA
No verão, a gente se encontra no inverno nos aproximamos, no outono, descobrimos que é verdadeiro, na primavera, já sabemos que é eterno.
Fui na chuva e não me molhei
andei no calor e não me queimei
fiquei no inverno e não me congelei
Porém quando vi você eu me apaixonei
Nessa cidade o inverno é calor, encanta quem anda, encanta quem pedala, encanta quem dirige e quem dança. Nessa cidade as flores são coloridas e os pássaros aparecem no inverno. Nessa cidade a lua e o sol se mostram brilhantes no inverno. Como é bom seu calor. O calor de inverno que essa cidade me dá.
Na primavera te reguei com o meu querer
No outono descobri que ainda há flores em você
No inverno é quente faz calor no coração
A nossa história vai durar mais que um verão
Amadurecer dói. É trocar de pele enquanto ainda é inverno. É não se identificar mais com as suas atitudes do passado, muito menos com os pensamentos pessimistas das pessoas que dizem te amar, mas que não agem como se amassem. E será que realmente amam?
SONETO DE INVERNO ...
Cai a madrugada fria, lá fora, sem lamento
E, cá dentro, hora em hora, indo a semana
Afora, uivando na janela o soprar do vento
Um cheiro úmido do chão e do chão emana
No cerrado e sobre o torto galho cinzento
O orvalho escorre, e da frialdade dimana
Sobre o vasto horizonte o nevoeiro lento
Sedento, é a invernada em sua total gana
Aí que frio! arde o fogão de lenha, a flagrar
No alarido da madeira chora o fogo doído
Como é bom nesta hora o agasalho do lar
Sob o teu olhar, teus beijos, ternuras feito
Coração aligeiro, abrasado, amor querido!
E, eu prazido, me aquento no nosso leito...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18/04/2021, 04’57” – Araguari, MG
Do que me resta
Da noite … as sombras.
Da chuva… o rio.
Do inverno… o frio.
Do vento… a brisa.
Do céu… um sol sombrio.
Do que me resta…
Do pouco que a vida me empresta…
Na janela uma fresta.
Do que me resta: esperar acabar a festa.