Inverno
Do perambular e do acreditar
(à Pequetucha de minh’alma, Neide Marchioli)
Do perambular...
Eles vagaram pelas noites
Perambularam pelas ruas
Entraram e saíram
Sorriram e choraram
A cada encontro uma esperança
A cada esperança uma decepção
Foram tantos encontros
Mas tantos e quantos desencontros
Que já não mais sonhavam
Só perambulavam, e perambulavam...
Não mais acreditavam
Afinal, para quê?
Não mais sonhavam...
O acordar era um pesadelo
Uma noite mal dormida
Não mais buscavam
De nada lhes adiantava
Ao término do dia, no final da rua...
Ao cair da noite, inicio de madrugada...
Nada encontravam
Só perambulavam, e perambulavam...
Mais do igual...
Mais um ano, e nada de novo
Mais um verão, e nada de calor
Um novo outono, de árvores sem cores
Um novo inverno, mas um inverno cinza
Nada de branco...
E chega outra primavera
Mas uma primavera sem flores
Sem vida, sem cores
Dos sinais...
Mais um Natal...Igual?
Um novo ano...
Novinho em folha, com novas estações
Aqui e acolá os sinais...
Um novo verão, e um novo outono...
As árvores experimentavam um novo tempo
Pareciam se preparar para algo novo...
Para um novo inverno, pleno de cores
(Afinal o branco é o pai e mãe de todas as cores...)
Pareciam se deliciar, já, com uma nova primavera
Com um tempo sem contar o tempo...!?
Reconhecendo os sinais...
Um dia, outro dia...
E uma dança, e... outra dança
Os sinais, e uma esperança
Um passo, outro passo
Uma visão no meio de tantas visões
Uma mão estendida...
O convite para rodar
Não mais para perambular e perambular...
Para rodar juntos
Rostos colados, corações selados...
Mãos dadas...
De mãos dadas, desde então
Rodam pelos mais diversos salões
Rodam pelos mais diversos caminhos
As mãos não se soltam
Os corações não se separam
Todo Natal é Natal
Cada ano é sempre novo
Cada verão é mais quente
Cada outono fala de coisas novas
Cada inverno é aquecido
E cada primavera traz novas cores
E a vida se renova a cada estação
E o amor se propaga, desde então...
.......
E é esse sorriso que me faz levantar, viver, uma hora acaba, eu sei, mas se é o meu motivo de viver eu morro? Eu morrerei? E quando eu não puder mais ver o riscão branco de seu sorriso na sua boca, ficarei eu em pé? E quando eu não puder admirar ti ás margens, o que faria eu? Se pudesse escolher ficaria ou iria embora?Se soubesse? Deixaria eu á mercê de meus demônios internos ou seria meu anjo e me iluminaria? Você seria minha primavera para sempre? Ou quando partir eu terei que viver para sempre no inverno?
Vejo o vento passar, como quem leva flores para seu verdadeiro amor. Ouço a chuva bater como quem defende a própria vida. Sinto o frio se alojar em minha pele como quem necessita de um abrigo.
Meu maior medo é a solidão;
Meu maior receio é a traição;
Meu maior defeito é a possessão;
Minha maior qualidade é a gratidão;
E o meu maior sonho é estar 24 horas por dia contigo;
Seja inverno ou verão..
Faça sol ou um furacão..
Na luz do dia ou na mais profunda escuridão!
Quatro Estações (Um Dia na Serra)
Sai de casa com duas meias, bota, blusa de lã, sobretudo, luvas. Nos dez minutos seguintes você já está torrando no sol e, acrescentando a caminhada, sobe aquele cheiro de lã queimada. Arranca as luvas, o sobretudo e inclusive arregaça as mangas! Se duvidar, ainda tenta dar mais uma dobrada na gola cacharrel.
Ótimo, você chega ao seu destino. O serrano, hospitaleiro por natureza, te convida pra entrar. Nessa o corpo se estabiliza e volta à temperatura ambiente. Brrr... Abaixa as mangas. Do nada, dá uma ventania. (Será o vento minuano? Enfim...) Bota o sobretudo. Vai pra estrada outra vez.
Aquele céu outrora azul, maravilhoso, já está totalmente encoberto de nuvens. Agora nem a caminhada é o suficiente para esquentar o corpo. Meia hora depois de entrar em casa, vem um pé d'agua que não chega a durar 10 minutos e lá vem o sol novamente.
9°C e aprendendo a viver na terra onde Quatro Estações não é um clássico, e tudo acontece em um único dia.
E o inverno ainda não chegou...
A vida pode me afastar de você, o mundo pode conspirar contra nosso amor. Talvez eu nunca mais olhe em seus olhos, mas nada nunca vai tirar das minhas lembranças o sabor de seus beijos, sua pele macia junto ao meu corpo nas mais rigorosas noite de inverno.
Mesmo longe sei que o amor nos une como um elo infinito feito de esperança.
Alguns barulhos de vez em quando
Alguns barulhos estranhos
Alguns pensamentos perdidos
Alguma vontade nenhuma
A cela para os fantasmas
Explode na minha frente
E o fogo me ilumina
Debaixo do negro véu, de estrelas
Entre quatro paredes
Num canto da caixa
cercado de virtudes
Virtudes penduradas na parede
Eu eu parado na parede
Desde o choque contra o muro
Quando o mundo
Girava rápido demais
Eu ficava tonto e quase caía
E a meu ver, também sentia
Às vezes assustado
Com a voz do minuano
Às vezes sem recordar
Que o mundo ainda é insano
Somos todos iguais
De faces pintadas
Com roupas coloridas
Tão desiguais
Mas a vontade reside em nós
Ela manda
Ela emana
E a sós obedecemos
E eles, quem pensam que são?
Eles não me importam tanto
São aqueles que eu quero bem
É que me fazem perder o sono
Em quem acredito
E quem acreditou em mim
Apesar da tola palavra
Acreditando se começa
Nosso gloriosa nave terra
É o mundo, e o único mundo
É onde está tudo que é sagrado
Aqui estão você e seus sonhos
É aqui na terra
Onde você vai ficar..
Magia e Sedução!
Quando passas tudo se ilumina
Mudas magicamente o meu clima
Como quero seu amor ah! Quem dera
Faz-me ver no inverno, flores da primavera!
Ismael Santana Bastos
Diz o Sábio que na antiguidade, em um povoado distante, as pessoas haviam se tornado frias, egoístas e pouco solidárias.
Reclamavam da frieza uns dos outros, mas não se permitiam mudar. Uma criança muito sensível, ao ver o que se passava, dirigiu-se aos céus e clamou uma ação do Divino, pedindo que lhe mandasse um sinal a fim de mudar o pensamento das pessoas do povoado, e após sua reflexão, adormeceu.
No dia seguinte, fora acordado pela sua família, pedindo que levantasse logo, pois algo muito estranho acontecia... Sua mãe lhe disse que o Divino lançara sua fúria sobre o povo, e que algo gélido, branco e intenso cobria as pastagens e deixava as pessoas com tanto frio a ponto de quase congelarem.
Vendo suas lavouras e animais sendo cobertos pela neve, as pessoas não tiveram escolha senão ajudar umas as outras para que pudessem salvar o máximo de animais e alimentos que conseguissem, e assim o fizeram. Porém, a noite chegou, e com ela, a neve mais e mais forte, tornava a situação calamitosa.
Vendo toda a situação e o frio a castigar a todos, o menino então sugeriu que em vez de cada família ficar em sua morada, poderiam todos ficar juntos, assim, o calor humano os ajudaria a suportar o frio, o que foi aceito por todos.
E Como em uma grande corrente, todos, em círculo, feito um caracol, se aninharam, e juntos, conseguiam suportar o frio da noite.
Antes do amanhecer, o menino, com sentimento de culpa, explicou seu pedido ao Chefe do povoado, e pediu perdão por submeter seu povo a tal sofrimento. Porém, foi abraçado pelo Líder, que com os olhos cheios de água, pediu perdão ao menino por deixar que a comunidade se torna-se um mau exemplo para crianças como ele. Se abraçaram bem forte e adormeceram.
E tamanha foi a surpresa de todos ao ver que, no dia seguinte, o sol brilhara majestosamente e o céu parecia mais azul do que nunca... A tormenta teve fim.
Com pulos de alegria, cânticos e abraços, o povoado festejou o “perdão Divino”, e logo recomeçaram suas atividades rotineiras.
No dia seguinte, logo após o amanhecer, o menino pediu ao Líder do povoado que reunisse a todos, pois durante a noite tivera um sonho, onde o Divino lhe revelara um comunicado...
Foi então que o menino, relatando seu sonho, disse que a tempestade que ocorrera não seria a única, e que todos os anos ela se repetiria... Falou mais, disse que quando os primeiros flocos gelados caíssem do céu, que servissem de alerta e reflexão sobre a união, a bondade e a solidariedade.
Finalizou o menino dizendo que a este fenômeno, chamar-se-ia Inverno, e que seria uma época para não se pensar no frio, mas no calor humano que todos possuem e podem compartilhar.
Foi um verão diferente. O único verão que eu sai à tarde e caminhei meia cidade, esperei sem sombra,não tomei uma gota sequer d'gua.
Mas no momento a ansiedade de te ver era maior, e quando te avistei nem me importei que você estava suado, apenas sorri.
Foi um verão tão diferente, mas nenhum verão é eterno. O inverno chegou frio
O inverno chegou...
Chegou...
Congelou nossos corações...
Mas as estações mudam, e um novo verão vai chegar...
Rudes montanhas agrestes,
Despidas de preconceitos;
Clamam pelas vossas vestes,
Desnudadas de defeitos.
in VERSOS - Trovas e Sonetos
Prefiro sempre a calmaria,
mas enfrento tempestade,
meu suporte é a poesia,
quando a inspiração me invade
"Ora, quão belo está aquilo que cativamos dentro de nós, ou principalmente, em outrem? Em tempos onde as folhas caem, as flores somem, e, o frio da nossa história, por vezes, tende a nos congelar a alma, continuamos enxergando a beleza do que nos foi cativado ou cativamos em outrora, ou simplesmente, não a vemos, digo da fina beleza, pelo congelar do coração durante um terrível e sombrio inverno? No todo, algo se torna inevitável e certo. A beleza, não se contempla apenas pelo que se faz novo ou cheio de cor, mas pela essência do que resiste, pelo que se constrói perante os olhos do espírito, isso, aos que verdadeiramente sentem a vida, torna-se imutável."
(Mettran Senna)
A mesma praia que na estação do verão, fica repleta de pessoas à dela desfrutar, é a mesma, que na estação do inverno, é deixada de lado e vazia, se vê abandonada.
Assim também acontece com a gente, em tem em tempos que estamos como que em verão, todos querem estar conosco e ao nosso lado usufruir do nosso convívio. Mas quando atravessamos um inverno em nossa vida, olhamos para os lados e nos vemos sozinhos sem saber onde estão os (amigos) do verão.
“Nevoeiro é a inalação natural que todos deveriam sentir entrando em seus pulmões e não reclamando quando chove.”