Inverno
HORA CREPUSCULAR
Passei a saudade pela hora crepuscular
De um inverno esfumaçado e tão parco
Pela esquina a melancolia vi murmurar
Onde transita infelizes do penar charco
Pedaços de mim, reparei, então, espalhar
Tentei recolher, rejuntar, mas era anorco
O sentimento. E no peito ardia sem sanar
Dos deslizes do coração cheios de marco
Lembranças sussurravam quanto passava
Questionando porque bramindo eu estava
Qual ausência me feriu, doeu tanto assim
E o pôr do sol que escorria pelo cerrado
Fazendo de meu sentir infeliz e calado
Se apartou, sem um ilusório para mim...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro, 2021, 20’51” – Araguari, MG
No calor eu imploro ao inverno, no inverno desejo o calor... Somos assim, nunca estaremos satisfeitos a tudo que esta a nossa volta ou a que desejamos....
Como há encanto no inverno!
O passo fica mais lento como um convite à reflexão...
Traz um brinde aos corações aquecidos, a uma preparação do desabrochar, do vir a ser.
Onde cores se contrastam do branco mais puro com as luzes do apressado anoitecer.
Confetes brancos do céu se desprendem para recordar que a felicidade pode existir, em qualquer temperatura e em qualquer lugar.
Soraya Rodrigues de Aragão
Em ambientes muito iluminados, a lua não se faz percebida em sua beleza.
Se o inverno não chegar, a fogueira que aquece jamais será acesa.
Se a tristeza não se hospedar um período, a alegria é ignorada e os sorrisos criticados.
Quem nunca esteve isolado no canto, jamais saberá valorizar a companhia, o abraço apertado.
Às vezes, a escuridão temporária e o mal passageiro, nos ensina a valorizar o bem que foi esquecido.
Talvez por isso, o lobo, no escuro, insiste tanto em invocar a luz do alto, no anseio de ser ouvido.
Vento de verão
De outono ventania
Da primavera vêm a brisa
Do inverno vendaval
De comum todos concordam
O vento é belo, belo vento
Trás as novas, já vai tarde
Na esteira da mudança
Muda a vida, trás mais sorte.
Quero estar ao seu lado
Na manhã serena de inverno
E na tarde quente de verão.
Seu sorriso e seu olhar
Será sempre a razão de te amar.
Em noites de inverno solitário, o vento sarcástico sopra até doer os ossos, um vento que carrega consigo vozes de lamentações dos nossos ancestrais gritando suas histórias, vozes essas que bramam e vituperam num só clamor
Na escuridão do inverno sombrio,
Onde a mente se perde em devaneios,
Eu encontro a verdade, pura e dura,
Que me guia nos meus mais profundos desejos.
Não importa as trevas que venham a surgir,
Ou a luz que ofusque o meu caminho,
Tudo é efêmero como o fogo,
E só a verdade é que sempre permanece.
E é ela que me guia como uma bússola.
Ela me conduz ao conhecimento sagrado,
Eu supero o sofrimento e evoluo em virtude.
Eu busco a verdade onde quer que se oculte,
Eu busco a verdade em todas as partes,
Nos livros, na natureza e nas artes,
Eu sei que ela é a chave da vida,
E que sem ela, tudo é uma mentira.
Eu seguirei em busca da verdade,
Mesmo que ela seja difícil de encontrar,
Eu sei que ela é o caminho certo,
E que é por ela que vou me guiar.
O TEMPO
O que é o tempo, senão uma onda de instantes
Maleáveis como as tardes frias de inverno,
Desprendidas de todas as leis e regras,
Puramente livres e, por consequência, poéticas.
Instantes que se enchem como um balde,
Que debaixo da goteira, ligeiramente e devagar,
Transborda por sua borda e molha o chão da sala,
Fazendo lembrar a importância de se consertar
O telhado antes que surja a tempestade das adversidades.
Ora, porém, o tempo não se mede em números,
Ora, porém, o tempo causa nó no próprio tempo,
Fazendo enganar-se aquele que o percebe assim,
Em um trajeto contínuo entre passado, presente e futuro.
Para além de mero algoritmo e rotina,
Superando os segundos, minutos e horas,
O tempo é, sobretudo, um sujeito romântico,
Sendo, portanto, para nossa sorte, uma incógnita,
Uma onda de instantes e infinitas possibilidades.
Me atrevo a imaginá-lo como um sujeito simples,
De passos calmos, sorriso largo e descalço,
Que, gentilmente, todos dias bate à sua porta, e convida:
Vamos ver o sol nascer hoje?
Trecho: O Tempo, parte I.
O fogo, que ilumina a escuridão,
Que aquece o frio do inverno,
É uma força poderosa da natureza,
Mas que pode trazer desespero e inferno.
Quando fora de controle, um incêndio arde,
E devora a beleza que encontrou no caminho,
E tudo o que era verde, fresco e vivo,
Se transforma em cinzas, pó e sozinho.
O fogo é uma metáfora da vida,
Que pode nos trazer alegria ou dor,
Que pode ser uma bênção ou uma maldição,
E que nos lembra da incerteza do nosso valor.
Mas como o fogo, podemos escolher,
Se vamos nos transformar em destruição ou luz,
Se vamos arder em uma chama de amor,
Ou em uma escuridão de medo e confusão.
E mesmo quando a vida parece arder em chamas,
Podemos escolher nos reinventar,
E das cinzas, renascer como uma fênix,
E a beleza da vida novamente contemplar.
Que possamos aprender com o fogo,
E encontrar a sabedoria em sua chama,
Que possamos ser força, luz e amor,
E honrar a natureza em seu nome.
Inverno
Há tanto frio no corpo
Por falta de um cobertor…
Há tanto frio na alma
Por ausência de amor.
Semeou o bem.
Germinou além.
Não se preocupe se faz inverno ou verão.
Se há folhas que o vento sopra em qualquer direção.
O que importa é sentir a chuva a terra molhar, e tua alma se alegrar.
O que importa é sentir paz no coração,
gratidão.
O que importa é sentir o calor do sol dentro de você!
Te aquecer, te acolher.
O que importa é deixar - se florescer.
Deixar o amor em ti viver.
Renascer.
Meu amor, e como
o inverno, tao frio
Que espanta a todos,
tao sem sol, que nao a cor
Meu amor, e desinteresse
Desprezo ate, os meus próprios
Interesses
O Inverno se despediu com um dia chuvoso e triste. A Primavera renasceu como uma fênix renasce das cinzas e o sol resplandeceu nos trazendo esperança de dias melhores.