Inverno
NUMA TARDE DE INVERNO NO ARAGUARI
Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão triste
E eu olho o céu deserto, avermelhado
É de frio! O inverno é todo o cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
Inverno
Estação do amor, aquecendo corpos, imenso calor. Sabor ousado, vinho adequado, entre beijos... o pecado.
Olhares trêmulos, marejados, sereno na madrugada, desejo intenso... aflorados.
Lareira a frente, queimando, ímpetos aquecidos, melodia provocante... acordes enveidecidos.
Soando até o amanhecer, instinto proposto, eternizando o prazer.
NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)
Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera
Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.
Devaneios, perturbação. E a sensação na espera
No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção
A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera
Tal uma tela em branco, aguardando uma demão
De imaginação, e perfume da delicada primavera
Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração
E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela
Invade a alma a sensação dum vazio subalterno
No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela
E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno
Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela
Que priva o estro poético, numa manhã de inverno
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
Ontem você me ligou eis que meu coração ansiou para voltar nos dias de inverno. Sua voz principiava cuidados, meus cuidados. Será que é o meu azul que está te fazendo falta? Será que você entenderá que solicitar por você nos desalentos desses dias é minha forma mais louca de amar você? Fico com as músicas, com os versos soltos lidos de algum lugar, com a porta aberta, minhas cores para te dar e uma saudade que se transforma em ventania e, ainda assim, fico impossibilitado de distinguir se é maior o amor ou a saudade que se repete todos os dias.
Noite de inverno
Me envolvendo nos teus braços, nessa noite de inverno.
Te esquentar é tudo o que quero.
Me apaixonar no brilho dos teus olhos.
Ouvir cada verso e cada palavra que sai de você.
Sentir seu coração palpitando junto ao meu.
Sua respiração lenta perto do meu ser é a única coisa que não quero esquecer.
SONETO INVERNOSO
Inverno, dias tristes, sem luz...
As árvores se despem de seus trajes verdes,
Esqueletos inertes,
Meu pensamento fica triste, sinto tua falta!
Em minha cama enrolada em cobertores,
Onde estão teus braços, enlaces, abraços, não sei!
Onde estão nossos abrigos invernais?
Tudo ausente de meus sonhos, encantos, magias...
Por que partiste para tão longe?
Na solidão das minhas noites,
Fecho os olhos, imagino, sinto você
!
Apareces entre anjos imensos…
Em um céu repleto de estrelas,
Sorris para mim…
As flores se foram com os ventos frios do inverno, mas a primavera não, esta permanece oculta na memória inviolável do tempo até a próxima estação.
Inverno Intenso
Não era verão
Mas choveu
Era inverno
E a água desceu
Não era hora
Mas agora
Aconteceu
E com a terra encharcada
O que há de se fazer?
O frio seria intenso
Com a terra molhada
Brota
Tudo brota
E eu nesse sentimento
Nesta terra sem tempo exato
Vou trocar de roupa
Viver outros sentimentos
Outros tempos
Passar
Outras horas
Até que tudo se resolva
No tempo exato
Do coração.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
AS FLORES DE UM POETA
Na primavera as flores nascem
No outono viram frutos
Regados pelo inverno.
No verão se ensecam
E no vento vão embora...
Mas há flores que permanecem
Numa eterna primavera,
São as flores de um poeta.
Pequena estrela cardente a cair: rasga o céu sombril do inverno
Seguindo seu rumo ao nada; marca
Oh que rara e efêmera beleza a contemplar.
Eu sou apaixonada pelo inverno, pelas aproximações e deleite que ele me proporciona, mas isso não significa dizer que gosto de pessoas pegajosas.
Depois do inverno
Internamente sinto as reações e as emoções do meu corpo, ele grita.
Não da para apagar o teu sorriso da minha mente e simplesmente seguir em frente, eu apostei todas as minhas fichas na nossa relação, bobagem.
Agora, nuvens de gelo descem pelas montanhas, o clima é pesado e cinzento.
O tempo passou, a primavera veio junto é tempo de um novo amor.
Gratidão
Acordei cedo em um dia de inverno muito frio e chuvoso e fiquei com o coração aflito ao pensar no dia que teria pela frente, repleto de trabalho, problemas e compromissos. Analisei quanto me esforço e mesmo assim tenho dificuldades em alcançar meus objetivos, realizar vontades e concretizar o sonho de uma vida melhor. Infelizmente, esses pensamentos acabaram por me deixar ainda mais desanimado. Este é um sintoma de uma mente infectada com o vírus do “Nunca é o bastante” ou do “Nunca está bom”. Esquecemo-nos do primário e mais importante, que é valorizar a vida e ser feliz. Precisamos valorizar as pequenas coisas do dia a dia e desenvolver mais a nossa gratidão. Ser grato, por exemplo: é estar feliz por ter acordado, agradecer pela nossa família, pelas muitas oportunidades ou por poder trabalhar. Esquecemo-nos do valor das amizades, do calor de um abraço e de sorrir como uma criança. Não há problema em trabalhar por uma vida melhor, mas, o problema está em se esquecer de ser feliz. Então, na próxima oportunidade, seja mais gentil, fale para as pessoas o quanto elas são importantes, abrace-as e sorria mais. Precisamos transformar nossa gratidão em atitudes e, dessa forma, sim, seremos todos muito mais felizes.