Introvertidos
As pessoas vivem dizendo que eu sou muito quieto, que eu preciso me enturmar mais, que eu preciso me soltar. Elas repetem, com uma certeza inabalável, que minha introspecção é um defeito a ser corrigido. Em contrapartida, eu apenas concordo com elas com um sorriso leve, sem discutir. Nunca faço o mesmo que elas; nunca digo que precisam respeitar as diferenças de personalidades. Nunca digo que elas falam alto demais, que fazem brincadeiras desrespeitosas ou bobas.
No fundo, entendo que cada um é único e que, assim como eu tenho meu jeito silencioso e observador, elas têm suas maneiras de se expressar e se conectar. Prefiro manter a paz, mesmo que isso signifique deixar de lado o que penso em certos momentos. É curioso como o silêncio pode ser tão mal interpretado, visto como sinal de fraqueza ou de falta de opinião.
Mas, na verdade, meu silêncio é uma escolha consciente. Eu valorizo os momentos de introspecção, onde posso refletir sobre o mundo ao meu redor e entender melhor a mim mesmo. Prefiro poucas palavras bem pensadas a discursos vazios. E, se isso me torna diferente, aceito essa diferença com tranquilidade.
Afinal, a verdadeira conexão não está em se moldar às expectativas alheias, mas em respeitar e aceitar as múltiplas formas de ser. Então, quando me dizem para falar mais ou me enturmar, apenas sorrio e continuo sendo quem sou, em paz com minha própria essência.
Até agora não aceitei que minha quietude seja um traço.
Me debato, ainda, com o perfil extrovertido que parece ser o PROTÓTIPO de todas as esferas, e sem esforço inibe meu potencial enquanto ser silencioso.