Interior

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POEMA

A minha vida é o mar o abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada

Que é que destrói mais rapidamente do que trabalhar, pensar, sentir, sem uma necessidade interior, sem uma escolha profundamente pessoal, sem prazer?

O Sentido e a essência não se encontram em algum lugar atrás das coisas, senão em seu interior, no íntimo de todas elas.

A verdade é sempre um contato interior e inexplicável.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O contato com Deus se realiza através da fé, numa atmosfera calma e tranquila, tanto interior como exteriormente.

Que vale mais: realizar-se na ordem literária ou na ordem espiritual, ter talento ou força interior? Parece a segunda fórmula a preferível, pois mais rara e enriquecedora. O talento destina-se ao olvido, em contrapartida a força interior aumenta com os anos, podendo atingir seu apogeu no momento em que a pessoa expira.

Sempre que um homem se acovarda,
ele perde sua paz interior,
diminui-se diante de si mesmo,
e agiganta o opressor.

O mais forte, o mais inteligente,
o mais bem sucedido dos homens
não é digno de ser chamado de Homem
se for desprovido de CORAGEM!!

Limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança.

Jesus Cristo
Bíblia, Mateus 23.25b

Volto-me então para o meu rico nada interior. E grito: eu sinto, eu sofro, eu me alegro, eu me comovo. Só o meu enigma me interessa.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Os que reclamam a liberdade reclamam a moral interior, para que nem assim o homem deixe de ser governado. O gendarme - dizem eles de si para si - está no interior. E os que solicitam a coacção afirmam-te que ela é liberdade de espírito. (...) Mas um reclama para o homem, tal como ele é, o direito de agir. O outro, o direito de modelar o homem, para que ele seja e possa agir. E todos celebram o mesmo homem. (...) E o segundo também se engana, porque acredita nas paredes e não no homem, no templo, só conta o silêncio que as domina. E esse silêncio na alma dos homens. E a alma dos homens, onde se conserva esse silêncio. Aí está o templo diante do qual eu me prostro. Mas aqueloutro faz o seu ídolo de pedra e prosterna-se diante da pedra enquanto pedra...

Mostrar sentimentos não é sinal de fraqueza, é sinal de força interior.

"... Todos nós precisamos passar pelo mesmo processo:
cortar e jogar o que não serve, esculpir nossa vida
e dar forma a ela por meio das pessoas com quem
convivemos e da informação que absorvemos,
permitir que as partes mais duras sejam lixadas
pelas adversidades e pelo sofrimento e então, só no final,
estaremos prontos para ser polidos e deixar nossa força
e nossa beleza se revelarem ao mundo ..."

Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter. O Espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro.

Acredite em si. Engate a mente na sua boa estrela e reconheça que a sua luz interior o conduzirá sempre para cima e para a frente.

Tudo na vida tem um certo valor, até o vazio interior que brota no silêncio da tristeza de um amor iludido e não correspondido.

Conhecimento vem do seu professor. Sabedoria, do seu interior.

A beleza exterior alegra os olhos, porém, a beleza interior faz com que o coração bata mais rápido.

Acho que te criei no interior da minha mente.

Sylvia Plath
A Redoma de Cristal. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1971, p. 255.

Nota: Trecho do poema "Canção de Amor da Jovem Louca".

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Sonho é algo que preenche o vazio interior. Algo que, caso vire realidade, fará toda a dor ir embora.

A beleza e a feiura são uma miragem, pois os outros sempre acabam vendo nosso interior.