Intensidade em que ela Dura
Nem sempre dura. Nem sempre é eterno. E precisamos lidar com isso. Nem que seja na marra. Nem que tenha que engolir o choro de vez em quando. Nem que a gente tenha que fingir que está tudo bem.
“Às vezes, nos deparamos com algum momento. E ele paira e dura muito mais que um momento… E o som pára; o movimento pára por muito, muito mais que um momento…E daí esse momento passa.”
RISOS
Ri, criança, a vida é curta,
O sonho dura um instante.
Depois... o cipreste esguio
Mostra a cova ao viandante!
A vida é triste - quem nega?
- Nem vale a pena dize-lo .
Deus a parte entre seus dedos
Qual um fio de cabelo!
Como o dia, a nossa vida
Na aurora é - toda venturas,
De tarde - doce tristeza.
A maioria dos homens mais depressa nega uma verdade dura do que a enfrenta.
Ela é assim mesmo: nasceu com uma cabeça dura, mas com um coração mole. Marrenta e doce ao mesmo tempo. Às vezes princesa, às vezes ogra. Meio sonhadora, muito pé no chão. Uma desajustada e perfeita confusão!
"Bom é não saber o quanto a vida dura, ou se estarei aqui na primavera futura. Posso brincar de eternidade agora, sem culpa nenhuma."
Enganamo-nos ordinariamente sobre a intensidade dos bens que esperamos, como sobre a violência dos males que tememos.
Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".
Eu gosto de excessos, daqueles que transbordam. Eu gosto de viver excessivamente aquilo que me faz bem.
Às vezes eu gostaria que a vida nunca tivesse um fim. Tudo que é bom, dizem, nunca dura.