Inteligencia é Herança
A inteligência interpessoal consiste na capacidade de compreender os demais, quais são as coisas que mais os motivam, como trabalham e a melhor forma de cooperar com eles.
Não confunda inteligência com esperteza. O esperto é desprovido de caráter e a sua ferramenta é a manipulação do sentimento alheio.
“Quem discute alegando autoridade não usa a inteligência, mas a memória. Não se pode amar ou odiar quem não se conhece ainda. Quem pouco pensa, engana-se muito.”
"Há um cansaço da inteligência abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento e da emoção. É um peso da consciência do mundo, um não poder respirar da alma”.
( Bernardo Soares [Semi-heterônimo de Fernando Pessoa]).
O maior obstáculo à formação superior da inteligência não está em fatores de ordem econômica, social, racial ou familiar, mas de ordem moral. Está naquilo que os gregos chamavam de apeirokalia; a falta de experiência das coisas mais belas. A alma que desde tenra idade, não seja exposta à visão de exemplos concretos de beleza natural, artística, intelectual, espiritual e moral, torna-se incapaz de conceber qualquer realidade mais alta que o topo das suas percepções corriqueiras.
Esse é o mal crônico da cultura nacional, sempre devota do irrelevante e cheia de despeito por tudo o que esteja acima da sua precária capacidade de compreensão.
Em terra de Maria-vai-com-as-outras cada um sabe, ou deveria saber, onde sua inteligência o acompanha ou o abandona.
Inteligência, sagacidade e astúcia até as mentes mais obscuras possuem, mas sabedoria somente aqueles que têm o coração puro recebem.
Meias Palavras
A inteligência me fascina. A inteligência dita em palavras então, me derrete em partículas. Enquanto as menininhas esbanjam os seus decotes para os musculosos de plantão, nada me apaixona e encanta mais que uma resposta bem dada, uma ironia inesperada, uma piada meticulosamente colocada e até nenhuma palavra dita errada na hora certa.
É da natureza da mulher seduzir pelo visual e a do homem pelo verbal - direto. Mas, na geração onde o gato comeu a língua do homem, a poesia e as cartas de amor se foram junto com o romantismo, deixando em seu lugar uma bela maquiagem e um bíceps sem camisa.
As cartas de amor, a poesia, e até as serenatas, deram espaço a linguagem moderna dita, porém não declarada nos e-mails, nos chats e WhatApp. O romance, ou o romancista foi suprimido e esquecido pelo Instagram - onde uma imagem vale mais que mil palavras... será?
Gosto mais daquele jogo de pingue-pongue verbal, do que línguas enroscadas sem idioma, ou identidade. Esqueço um beijo facilmente, mas o sabor de boas palavras, talvez por ser tão raro, pouco esqueço as vírgulas.
Quem sabe lidar com as palavras não fala de fatos, mas sim troca ideias. Quem sabe colocar as palavras não é uma imagem e sim uma marca. E talvez mais uma vez, por isso as palavras me fascinam tanto. Poucas linhas ditas de forma inteligente podem dizer um infinito de coisas.
Ainda sim não consigo compreender como na era da comunicação ficamos sem palavras para entender os fatos. Mas, já que os fatos falam por si, talvez hoje mais inteligente seja aquele que aceita sem falar nada tudo aquilo que não se consegue entender. Porém, como as palavras ainda me fascinam, sigo poetizando sentimentos rasgados para ver se alguém mais inteligente que eu entenda tudo o que ainda não sei dizer.