Inteligência e Esperteza
Os trabalhos escolares são provas para o carácter, não para a inteligência. Quer se trate de ortografia, de poesia ou de cálculo, está sempre em causa aprender a querer.
A subtileza ainda não é inteligência. Às vezes os tolos e os loucos também são extraordinariamente subtis.
Uma inteligência vulgar é como um mau cão de caça, que depressa encontra a pista de um pensamento e depressa a volta a perder; uma inteligência invulgar é como um cão de fila, que segue firme e resolutamente a pista até atingir o que é vida.
É verdade que, por vezes, os militares, exagerando da impotência relativa da inteligência, descuram servir-se dela.
Ninguém desenvolverá alguma vez as faculdades da sua inteligência, se, pelo menos, não intercalar alguns momentos de solidão na sua vida.
A inteligência é o maior filtro: a sua função, mais que compreender, é a de não compreender demasiado.
A riqueza estraga a inteligência, assim como uma refeição muito pesada cobre de sono até o olho mais vivaz.
O fraco treme diante da opinião pública, o louco afronta-a, o sábio julga-a, o homem hábil dirige-a.