Inteligência
No passado os colonizadores distraiam índios com o deslumbre dos espelhos, hoje a inteligência artificial distrai gente civilizada com smartphones e outras artimanhas a fim de torná-las cativas e marginalizadas.
Inteligência é o acúmulo de conhecimentos, sabedoria é a manipulação e aplicação de tais conhecimentos
A combinação formal de argumentos é um processo mecânico e a parte mais baixa da inteligência verbal. Quanto mais vazios de conteúdo representativo real, mais facilmente os conceitos servem a essa atividade, na qual, simplesmente, palavra puxa palavra. A mente adestrada nisso prematuramente pode se tornar, para sempre, incapaz de deter o automatismo combinatório e parar para comparar as definições nominais com os conteúdos representativos colhidos na experiência e guardados na memória, estabelecendo uma ponte entre a verbalização e a apreensão não-verbal -- o que é a essência mesma do processo cognitivo superior.
Vinicius que me perdoe, mas fundamental é a inteligência. Não há nada pior que um (a) parceiro (a) lindo (a) e burro (a).
Essa inteligência, assassina da arrogância, destrói os neurônios dessa sociedade que se acha autoritária, anulando a percepção coletiva que se presencia a beira de uma convunção mental causada por este motivo obscuro e pouco ilusório. Fato concretizado ao longo dos séculos, que ao passar dos anos torna-se cada vez mais visível ou invisível aos olhos de quem não abdicou dessa tal ignorância apaixonante.
Realmente violência não combina com poesia, inteligência não combina com burrice e ignorância jamais irá combinar com sabedoria... Os opostos se divergem, num choque de civilização e cortesia, contra a imbecilidade e estupidez...
Explique o inexplicável
desminta o que já disse
note o que é notável
esqueça a inteligencia
note a burrice
Ao invés de sorrir, fique sério
chore de uma piada
ria no cemitério
Veja um mundo diferente
veja o fundo
veja a frente.
A inteligência por vezes cai na soberba. A sabedoria vive seus discernimentos, mas a tolice, essa sempre cai na presunção diante dos seus pré-julgamentos.
Inteligência e Sensatez é quando você sabe o momento certo de se manifestar e, acima de tudo, com um discurso aproveitável. Caso contrário, o silêncio é o melhor remédio.
Seduzir
Como arma contra a sedução,
Você só usava a inteligência,
Instinto forte em nossa relação,
Encontrava pequena resistência.
Seduzia-te sem ter clemência,
Mas na teoria geral da relação,
Como arma contra a sedução,
Você só usava a inteligência.
Valia-me de mentiras em vão.
No jogo pelo intuitivo que via,
Eu agia sempre sem coração.
Nossa atração estava vazia,
Como arma contra a sedução
O Eu De Mim
A inteligência não é para o eu de mim mesma. Tenho a minha própria maneira de ver as coisas... Pessoas acusam-me de ser intelectual, o que não é verdade. Quem sou eu para po¬der ter esse título, nem tenho estofo e, muito menos, cátedra para isso.
Eu sou eu mesma, penso pela minha própria cabeça, escrevo para o meu povo brasileiro, abro o meu coração, que¬rendo que meu povo leia os meus escritos, mesmo quando o assunto não é muito agradável.
Esse é o eu de mim, mesmo que a maioria das pessoas pensem ao contrário.
Mas, ao olhar, à minha volta, vejo pessoas que não con¬seguem pensar com suas próprias cabeças, chegar a conclu¬sões sobre os assuntos, precisando de um aval, de uma opi¬nião de outro ou de outros, para então, emitir a sua.
Lembro-me da minha infância, desde bem cedo, nunca ninguém me obrigou a fazer o que eu não queria. Sempre tive quereres e sempre tive amor próprio.
Há pessoas, que chamam isso de egoísmo, eu costumo chamar de gostar do eu de mim em primeiro lugar.
Mas essa necessidade, que tenho de escrever, muitas ve¬zes, escritas contrárias ao gosto da maioria, não é que eu seja do contra, mas, simplesmente, porque fui acostumada a pen¬sar desde criança. Eu pensava e concluía sozinha... Nada para mim veio mastigado. Tive que romper amarras e pular muros.
Assim é o eu de mim, meu modo de ser, que tem neces¬sidade de expor o que pensa, gostem ou não, da minha escrita.
Tenho encontrado grandes donos da verdade, em mi¬nhas andanças pela vida. Aqueles que não admitem que os contradigam ou sequer levantam a hipótese de que possam estar errados. Poucos são os que aceitam suas falhas, suas fal¬tas, seus erros e voltam atrás. Poucos, muito poucos, são, na verdade, os cordatos e bonzinhos, que tentam passar aos ou¬tros a imagem, que fazem de si próprios.
Mas, como já disse, o eu de mim é mais forte do que eu mesma... Muitas vezes, acabo ficando com litros de amargor, acumulados em minhas veias, porque não falei o que desejava ter falado.
Aí é que entra a minha escrita. A escrita, por mais con¬tundente que seja, não machuca como as palavras ditas. Pre¬firo escrever, a falar, porque sei o quanto posso ser afiada e cortante quando falo.
Desejei, muitas vezes, ser de outro jeito. Pensar menos, ouvir mais, concordar mais e aceitar mais...
Mas, aí, não seria o Eu de Mim. E eu não seria eu mesma
Marilina Baccarat escritora brasileira