Instantes
Infeliz daquele que, nos primeiros instantes de uma ligação amorosa, não acredita que ela vai ser eterna!
Você foi a esperança nos meus dias de solidão, a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé.
INSTANTES
Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido; na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida. Claro que tive momentos de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feito a vida: só de momentos – não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia à parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
Nota: Trecho adaptado do poema original, que se chama I'd Pick More Daisies (Eu colheria mais margaridas, em tradução literal). Essa versão adaptada do poema, intitulada Instantes, costuma ser erroneamente atribuída a Jorge Luis Borges e Nadine Stair.
...MaisNão sei se era você, veja bem, te vejo a todos os instantes saindo e entrando de todo e qualquer lugar e nunca, nunca, é você. Às vezes são até mesmo umas pessoas bem feias e diferentes e impossíveis de te lembrar. Mas tudo lembra e assim sigo te vendo por toda parte a todos os instantes.
Divido-me milhares de vezes em quantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentária que sou e precários os momentos – só me comprometo com a vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim.
Nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Esses momentos são o meu segredo.
A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.
-Que tal um beijo, Saumensch?
Ficou parado mais alguns instantes, com água pela cintura, antes de sair do rio e lhe entregar o livro. Tinha as calças grudadas no corpo e não parou de andar. Na verdade, acho que ele sentiu medo. Rudy Steiner ficou com medo do beijo da menina que roubava livros. Devia ter ansiado muito por ele. Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca mais tornaria a lhe pedir seus lábios, e iria para sua sepultura sem eles.
Não se esqueça que os instantes que você vive aqui e agora e as pessoas que você convive aqui e agora são os mais importantes da tua vida por que são os únicos reais.
Nos raros e vastos instantes em que consigo experimentar a liberdade da ausência de expectativas, costumo receber melhor o presente. Um bocado de vezes, recebo o presente melhor. Enquanto eu o desembrulho, percebo, em geral um tanto surpresa, que não preciso necessariamente que algo mude para eu ser feliz porque já sou. Apesares, pesares, incluídos.
É claro que os acréscimos são muito bem-vindos.
Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Senti frio. Senti medo. Senti falta. Corri pra tentar chegar antes mas por meros instantes cheguei atrasado. Menti pra evitar estragar e quando acordei já estava estragado. Bebi pra esquecer que bebia pra esquecer o que eu não esquecia. Gritei pra arrancar do meu peito o passado imperfeito que tanto me afligia. Chorei pra lavar a alma e os olhos incrédulos no que nao enxergavam. Escrevi por insegurança pra manter a eperança,pra desabafar. Rezei pra não te ver. Pensei pra te alcançar. Vivi pra não morrer. Cai pra levantar. Calei por falta de opção e interlocutor. Amei por falta de amor. Beijei a boca errada ,sem paixão,sem desejo e com gosto de nada. Lembrei de voce todo dia vivi a agonia de um condenado. Lembrei de voce todo dia e por covardia estive calada!
A briga nos faz tolos e insensatos por alguns poucos instantes e nos consome por horas e horas de arrependimento.
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