Insisto
Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi com a Dona Chica, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou...
CHUVA
Não sei porque insisto em caminhar na chuva!
Sempre fico num estado desolador.
Os cabelos desgrenhados, os olhos semicerrados, vermelhos...
O corpo pedindo paz e eu insistindo em caminhar na chuva!
É claro que eu vou me molhar, encharcar,
Fora o risco de cair, de escorregar, de me arrebentar.
E ainda assim eu caminho na chuva.
O coração negando, a respiração parando e eu andando,
Enxergando um Sol que nem sei se é real,
Acreditando que o tempo vai se abrir,
Que logo a chuva vai parar.
Parece loucura, mas eu chamo de fé.
A esperança que o Sol apareça é recompensa para os meus olhos miúdos.
Mas e se o Sol não aparecer?
E se a chuva for tão cortante que nem dê mais para me enxugar?
Este é o risco de se caminhar na chuva!
Apesar de que eu sei que com o tempo,
Eu vou acabar aprendendo a desviar os perigos,
A pular os buracos, a evitar as poças de lama...
O segredo é não se manter molhada depois da caminhada,
Mas será que é possível enxugar os olhos depois de toda água derramada?
Eu não devia caminhar na chuva,
Seria melhor esperar o Sol aparecer.
Como se algo estivesse perfeito. Eu insisto no perfeito, era assim: pouco antes da perfeição se cumprir. Perfeito, preparado para acontecer e, de repente, não acontecesse. Não acontece. E logo depois, quando você ainda nem entendeu direito o que aconteceu, ou o que não aconteceu, ou por que deveria ter ou não ter acontecido, vem alguém de repente e te dá um soco no estômago. E a mão que daqui a pouco você tinha certeza que ia estar cheia, pronto!, está vazia de novo.
Eu insisto nas pequenas atitudes, nos pequenos gestos, nas pequenas (grandes) palavras. Detesto quem não cumpre o que promete. Se você disse que ia fazer, por favor, faça. Se você disse que ia responder um e-mail, que ia retornar uma ligação, que não ia mais gritar com o gato, que ia guardar suas roupas no armário, faça. As pessoas têm a triste mania de não honrar com as palavras e com os compromissos. E isso pra mim é a pior falta de respeito que existe. Palavra não existe à toa.
Eu insisto no amor porque acredito nele. E não sou pessimista. Me quebrei uma vez, duas, três? Azar. Acredito sempre.
"Faço o possível, aceito o improvável e duvido da certeza. Insisto... na vida, nas pessoas, nesse mundo, no amor! Invento minha história, vou vivendo, aprendendo, crescendo... Aprendi que quando se perde se ganha, que pra rir tem que chorar, que a vida tem dessas coisas e que viver é mesmo isso! Sou precisamente entre doce e salgada, como lágrima. Às vezes de sol, às vezes de lua, mas com luz necessária para iluminar-me pra dentro! Aspirante à vida, tenho a alma lilás! Eu não caibo aqui, eu nem caibo em mim..."
Acusam-me de apagar o holofote, fechar a cortina, encerrar a fantasia... enquanto insisto em desvendar o espetáculo dos bastidores; escondida no camarim, a beleza que não precisa de maquiagem.
"Acredito (e insisto nisso) que a gente sempre deve se colocar no lugar do outro. Ser menos egoísta, mais preocupado com o que o outro está pensando, fazendo, querendo. É evidente que você não vai parar a sua vida por causa da outra pessoa, mas se alguém é importante para você um pouco de cuidado e atenção sempre caem bem. "
Antes insistia em acreditar que você gostava de mim, mas no fundo sabia que não, hoje insisto em dizer que você não gosta de mim, quando sei que você gosta.
Não sei porque insisto tanto em te querer,
Se você sempre faz de mim o que bem quer,
Se ao teu lado sei tão pouco de você,
É pelos outros que eu sei quem você é
Eu sei de tudo, com quem andas aonde vais,
Mas eu disfarço meu ciúme mesmo assim,
Pois aprendi que o meu silencio vale mais,
E desse jeito eu vou trazer você pra mim,
E como prêmio eu recebo teu abraço,
Subornando o meu desejo tão antigo,
E fecho os olhos para todos os seus passos,
Me enganando só assim somos amigos
Por quantas vezes me da raiva de querer,
Em concordar de tudo o que você me faz,
Já fiz de tudo para tentar te esquecer
Falta coragem para te dizer que nunca mais
Nos somos cúmplices, nos dois somos culpados.
No mesmo instante que o seu corpo toca ao meu
Já não existe nem o certo nem o errado
Só o amor por encanto aconteceu
E só assim que eu perdôo os seus deslizes
E é assim o nosso jeito de viver
Em outros braços tu resolves tuas crises
E em outras bocas não consigo te esquecer
Eu insisto!
Eu insisto em falar de uma história diferente da que vivi, eu teimo em apontar caminhos mais floridos que os que percorri. Eu persisto na existência de um tempo mais ameno, de uma vida mais serena. Eu continuo acreditando que amar pode valer. Não a pena, pois não há pena em amar. Mas que amar vale a vida e que na vida o que vale é amar. Eu ainda digo ao caminheiro que há desvios e atalhos, mesmo que não os tenha encontrado. E sigo sonhando que se pode acreditar. Acreditar nas pessoas, em abraços de irmãos, em apertos de mãos. Eu me pego a esperar sem fim que venham dias que tragam de volta o gosto do primeiro amor. Eu anseio por ventos que tragam as boas novas, para quem perdeu de vista a esperança e que venham também de carona em suas asas, a inocência, e a delicadeza para quem perdeu a essência. E quer acreditem ou não, eu posso jurar que tudo pode ser diferente quando se quer mudar e que o barco chegará ao porto desejado sob bonança ou tempestade. Eu sonho com esse tempo, um tempo que celebre encontros e mande embora a despedida. Mesmo que não chegue a alcançá-lo. Que ele venha bem depressa e que passe assim, devagar, devagar. E que, ao passar, deixe lembranças que valham recordar. E que se acaso ele não me encontre mais, mas que seja o tempo de outros, presente da vida a quem soube esperar! Eu insisto e persisto em desejar!
Eu insisto absolutamente em proteger a propriedade privada... precisamos encorajar a iniciativa privada