Insanidade
Saibamos que tudo são artifícios da vaidade, que nos desgovernam e fazem que busquemos a distinção de uma idolatria insana.
A vileza cultivada sem resistência ou com gosto pela sua presença, patenteia a ignorância no mais alto grau de insanidade.
Súplica Carnal
Desejo voraz devorador,
Chama que me consome por inteiro,
Brisa que se torna furacão e eleva minh'alma,
Terremoto que separa meu chão e me leva pras profundezas do abismo,
Lobo devorador na sede da caça,
Sangue que alimenta os tecidos corpóreos,
Pulmão que implora pelo ar no desespero da asfixia,
Corpo inerte que espera pelo sopro de vida,
Terra seca que implora pela água para gerar vida,
Lua que precisa do sol para brilhar,
De tão poderoso o desejo cria vida,
toma forma e se embriaga nas águas da insanidade.
Fuga insana
Parada por um instante
Virei um amante
Da mais pura solidão
Que me deixou em vão
Nos braços da escuridão.
Não lembrava da verdade
Somente da força
Em que todos moravam ali
Em plena idade
Eu quebrei a insanidade
Algo satisfatório
Insatisfeito
Porém perfeito.
Outroeu,
Desnecessário
De uma observação
Foi esse o sussurro,
Fugaz
Para a percepção.
Através de um viajar,
Impetuoso,
Logo após a união
Algo se tornou glorioso
Com as almas que dançaram
Sob a luz do ar
Acompanhando o fogo que as queimavam.
Em olhar perdido...
Distante de mim mesmo...
No tempo que me é devido...
Encontrei aqueles que não me viram...
Cortejando a insanidade...
Encontrei possibilidades...
Condenado e livre das cercas...
Que penso em ser total e total será...
Ilimitado que se limita...
Proibido que se liberta...
Ilusões de desventura...
Desisto do que gosto...
E persigo o que desejo...
Respirando como flor ferida...
Durmo o tempo que me sobra...
Engulo a lágrima que escorre...
Meu destino, meu delírio...
Afogo com cuidado os sonhos...
Nada vale o tesouro de tantas recordações...
São minhas...de mais ninguém...
Satisfaço um aperto amargo...
Não sei onde estou indo...
Sei que não estou perdido...
Nada estará perdido enquanto estiver em busca...
Perder apenas aquilo que tem que ser perdido...
Quem sou eu além daquele que fui?
Quem sou além daquele que quero ser?
Quem sou eu além daquele que aqui está?
Há quem me julgue porque sigo as estrelas...
Há quem me julgue porque sigo a lua...
Há quem me julgue porque exponho minha alma nua...
Sempre existe um caminho...
Sempre existe uma luz...
Esperança do recomeçar...
Sandro Paschoal Nogueira
Semi-Louco
Não sou louco,
Ainda permaneço são.
Talvez um dia fique rouco
De por dentro tanto gritar em vão.
Corre-me nas veias a cursiodade e medo,
De sucumbir à loucura,
O receio de já ser doido em segredo
E apenas não ser visível na minha postura.
Fico apenas na tua mão
(Se ela me estiver mesmo a segurar),
Pois já deixei claro que não
Abandonarei algo que me faz respirar.
É como esperança que me faz preenchido,
É como luz que ilumina as minhas ruas,
Faz-me sentir renascido,
Ficam sois, vâo-se as luas.
Paranoia constante e pavor,
Graças às blasfêmias que me são ditas.
Oh cale-se senhor doutor,
Pare com essas pragas malditas!
Você não sabe,
Ninguém sabe,
Ainda não há maneira de saber!
É suposto eu simplesmente me entregar a esta realidade
Que me faz sofrer?
Apenas pelas suas supeitas e suposições
Sem certezas?
Fazem-se "Malucos" que partem mesas e corações
Graças a essas promessas...
E depois existes tu que me devias trazer mais sanidade,
Mas so me deixas mais desgastado,
Devias ser a minha felicidade,
E só me fazes mais desatinado.
És igual a quem odeias e condenas,
E eu visto a capa, mas sou como tu,
Fazemo-nos de Atenas
Mas não sabemos nenhum.
É uma música triste falando sobre o amor...
É uma voz bela cantando o caos e transformando em flor...
É a música que vem para parti o coração; que já estava partido
[Mesmo antes disso tudo
Isso é um belo refrão, que eu canto para voltar a viver
Isso é o melhor refrão, na voz mais bela entre os mudos
Talvez a voz de Deus
Isso é um mar de loucuras;
Isso é insanidade total...
Isso é viver a melodia triste
[Com um tom de amor
Isso é morrer constantemente
[E viver sem cor
Isso é música para os meus ouvidos
Isso é o que me restou
E eu continuo cantando, como alguém prestes a morrer
Tentando esquecer a dor; e aceitar que não se cabe mais ao mundo
Eu continuo cantando sem parar, até a minha voz se esgotar e eu morrer
Ainda estou; mesmo sem parecer.... Ainda estou com as melhores notas
[A melhor voz...
À maluquice dos outros damos o nome de “loucura”.
À nossa própria maluquice damos o nome de “certeza”.
Se acha que está louco, é mais provável estar são. Pois nessa terra cheia de situações aterrorizantes, é loucura dizer que estamos sãos...
Naquela noite atípica,
Uma desconhecida atraente
estava deslumbrante
vestindo um preto envolvente
com o ar ludibriante
encobrindo as pessoas à sua volta,
Fui calmamente me aproximando
daquela irresistível moça,
Meu agir foi tão instintivo
que não consegui pronunciar
nenhuma palavra,
mas para minha sorte,
nehuma foi necessária
Desde o começo, nossos olhares se conectaram
numa reciprocidade de vontades,
depois, uma música oportuna começou a tocar,
Demos início a uma dança acalorada,
acariciei a sua nuca, sentir o seu prazeroso perfume,
o sabor dos seus lábios macios
e carnudos,
Num momento que não se confunde,
A insanidade prevaleceu,
A razão foi ignorada,
De repente, ela desapareceu,
E ficou a indagação
Se um dia irei reencontrá-la
ou se foi tudo uma ilusão.
Me deixa me larga, me esquece.
Me livra de todo esse estresse.
Será que um dia a tristeza me esquece?
Limites são o que mais me entristece.
O fracasso me persegue.
Será que vocês me conhecem?
Um ser vazio repleto de estresse.
Insanidade é o que mais me diverte.
Em breve vocês me esquece.
Ah, essa noite.
Grande noite, longa noite, noite insana. Hoje chorei, hoje sofro, me debato mesmo morto.
Sim, morto. Morto inúmeras vezes, vítima de atrocidades inimagináveis.
Mas não me julgue inocente, pois eu matei.
Diversas vidas eu tirei, gostei.
Uma sensação de prazer e satisfação me tomou, em meio a tanta dor, corpos e sangue.
Ah, sangue.
Belo como nunca, sua cor vermelha, seu cheiro ferroso.
Que satisfação.
Mas sofri, repito. Eu sofri, em meio a tantos testes de sanidade, carnificina e maldade.
Criaturas inimagináveis, malignas e amedrontáveis.
Acordei diversas vezes durante a noite, me debati, me revirei.
A paz não encontrei, então chorei.
Chorei por medo, por desespero.
Medo das criaturas, medo de gostar de matar, medo da insanidade.
Mas tudo bem, não vou ficar me lamentando.
Vou voltar para meus pesadelos, pois a noite vai ser longa, e mesmo que seja difícil de lidar preciso enfrentar, pois o amanhã quero alcançar.
"Enquanto o sofrimento do outro, for motivo de sua alegria, você estará distante da sensatez e mais próximo da insanidade."
Chega uma fase determinada da vida, a partir da qual, a maturidade passa a ser indispensável, sendo assim, precisa estar em constante atividade num contínuo desenvolvimento para se evitar pelo menos uma boa parte do peso desagradável da própria irresponsabilidade.
Entretanto, a sanidade também tem a mesma ou talvez até mais importância e uma das maneiras de defendê-la é colocar de vez em quando a perceção madura para descansar e enquanto isso, usar o olhar de criança, aquele mesmo que é trazido desde a rica infância.
E olhando gentilmente com esta apreciação infante tão valiosa, a bela simplicidade se une com a vívida imaginação, então, é notada com mais facilidade proporcionando uma imersão maior de deslumbramento, saída momentânea da normalidade em um necessário avivamento.
Exemplificando, as nuvens no céu podem ganhar formas semelhantes a coisas familiares que se tem guardadas na memória, é possível acessar outros mundos, peceber as lições que estão em algumas páginas ou em uma simples animação que são válidas para a fase adulta, uma saudável concepção.
Portanto, que o olhar de criança não se perca com o tempo, ao contrário, que esteja cada vez mais vivo, pois às vezes o que parece ser um chapéu pode ser algo totalmente diferente, mas que seja usado no momento certo para que não venha a ser inconveniente e sim ajude a manter sã a frágil mente.