Inquieto
Eu prezo é o amor que é gasto com prazer, que é escasso, raro e inquieto. Tenho preguiça do que é a prazo, do lento, do morno abrandado com soprinhos. Faço passeatas é pelo amor singular, especial, que tem pressa, fome e sede de ser. Não pra ser breve mas porque não se contém.
Meu brilho está lá...
Inquieto, pulsante,
A atacar meu algoz...
Distante....
Fui doce, fui santa,
Criança moleca a brincar...
Fui carinhosa, fui prosa,
Fui o amor
A você querida,
Meu sorriso, minha luz, meu beijo...
A você maldito,a certeza,
Minha dor já não existe, mas a sua persiste,
E existirá até seu ultimo pensar...
Hoje sou uma estrela e você é apenas um tolo,
Que um dia pensou me calar...
Ando triste, ando inquieto, ando só, ando lento, me lamento e desatento no desatino de minha vida. Não sei se corro contra o tempo ou se o tempo corre contra mim, talvez seja só mais uma da vida, quiçá seja só mais uma desventura, dessas que se encontra por aí. Mas de certa forma deixo meu pensar aqui, formosa e pequena flor: Se daqui, minha cara, minh'alma se for, deixarei contigo um pedaço do meu amor, esse amor que deixei guardado, semeado, cultivado e cuidado para você.
E quando a noite cai
O peito pulsa inquieto
Desajeitado
Sentindo-se incompleto
Voam das mãos ao céu
E lá reluzem
Na infinitude da alma
Aquele amor
Eterno, infalível
Que uniu-me
Num afago que acalma.
Inquietude
Inquieto, meu ser viaja pelas profundezas do desconhecido, onde as leis parecem habitar os campos mais férteis da imaginação e fogem de nossos padrões de entendimento. Onde lógicas se invertem e se pervertem, assustam e desafiam, dizem muitas coisas e abrem portas para tantas outras ainda mais impressionantes...
Meu coração está inquieto. Uma mistura de saudade, com tristeza, não arrependimento, mas só tristeza.
Tudo é muito complicado, todas as coisas se confundem dentro de mim. Cheguei ao ponto de não me enxergar quem sou em frente ao espelho e procurei me encontrar em coisas que nunca seriam o que eu realmente era. Me perdi totalmente dentro de mim e precisei de um choque, de um sacode da vida, de uma ventania, de uma chuva sem fim pra me lavar e dizer "Ei acorda, a vida tá passando e você se perdeu, se encontre já!".
Foi necessário o vento me derrubar pra eu entender que eu na verdade não precisava de nada. Só de Deus, da minha família e de mim mesma. Me levanto aos poucos, cada dia um pouco mais. Eu me perdi tanto de mim que não fazia mais o que eu mais gostava que era escrever e cantar... Como eu poderia ter uma vida sem cantar? Como eu poderia ter uma vida sem fechar os olhos, e louvar a Deus, como eu poderia viver sem me esvaziar nas palavras?
Sinceramente eu não sei, mas sei que vejo uma luz, e vou até ela, sem pestanejar, por que é isso que eu verdadeiramente faria.
Esta noite apanhei, fiquei ali enquanto as palavras me batiam. Inquieto, pensativo, e as palavras me castigando. Estranho, mas apesar da surra, não estou com marcas. Essas tentativas da minha mente de me pegar nos meus erros e acertos já não funcionam. Esta noite as palavras me bateram, sabe o que faço? Tiro elas de mim. Toma, façam o que quiserem com elas. Eu? Deixa "eu" viver em paz.
Entre Pai e Filho
Inquieto, sempre quis um pouco mais do que a vida
pudesse oferecer. Por esta vez, dou-me satisfeito,
entrego-me aos pequenos eventos de cada dia.
Por aqui estou; eis-me, a certa altura do solo,
nos braços da nostalgia ainda distante,
pendurado em um sorriso que se insinua.
Ei-lo, devendo-me a mim mesmo,
permitido na primavera que se inicia,
guiado por luz irregular; devagar, divagando...
Em paz, eis-me, a certa altura do solo,
tendo por vaidade, a esperança concebida,
tocado pelo doce curso da existência.
- Cedo te busco, daqui a pouco, trago-te ao colo.
Bastarás. Bastaremos. Fosse este o último ato...
Que te abram portas, os menores sonhos, meu filho!
Rubens Delfino
Um guerreiro na paz sente-se inquieto, angustiado, ansioso e um tanto perdido...
Na guerra ele sente-se confortável pois foi para isso que nasceu...
O drama do Guerreiro é justanente o antagonismo de seus desejos...
Quando em guerra sonha com a paz, quando em paz espera ansioso pela guerra.
Guerreiro da Solidão
Estava abstraído, preocupado, inquieto por uma ou outra razão, mas a gente se refaz! O sonhador às vezes cai num poço, mas dizem que logo ele se reergue.
O grande debate filosófico é a busca pela razão da existência...
E nesse pressuposto, deixamos de viver em busca da resposta.
Como é verdade que a bondade humana é a presença de Deus em nossas vidas!
A compreensão, o carinho, o perdão e o acolhimento podem ser um bálsamo para o coração inquieto e machucado.
Há dias repentinos que nos deixam sem chão, inquietos, e, quando olhamos ao redor, parece que todos sumiram e o mundo está desabando.
Culpa do coração...
(Nilo Ribeiro)
Um amor nunca descansa,
ele está sempre em movimento,
este amor faz cobrança,
pois é de fogo o sentimento
a paixão é um conflito,
ela às vezes é contraditória,
às vezes atinge o infinito,
às vezes muda a trajetória
o amor é inquieto,
o amor é impaciente,
às vezes muda o projeto,
não ouve o coração da gente
o amor é vivo,
o amor é combustivo,
o amor é expressivo,
o amor é explosivo
o amor só tem um fim,
é quando ele morre,
mas ele está tão forte em mim,
que meu coração vem e o socorre
enfim uma conclusão:
"meu amor é um inferno",
mas o que fez meu coração,
fez meu amor por ti, eterno...
Honrosa Tutóia
No decair do dia em Tutóia, se faz brindar, de belo encanto,
à brisa que vela o manto,
da canoa que do mar retorna,
trazendo em si a vitória, daqueles que nela estão agora,
pescador, rede e o pescado, que neste o sabor tem o agrado,
que faz seus filhos a tal terra bela voltar.
Por isso, não troco minha Tutóia, por nenhum mar de concreto,
prefiro o pé preto, do mangue a mar aberto,
a pele queimada pelo sol constante,
pois sei que nela, haverei diante,
de suas dunas de areia dançante,
abrandar meu coração inquieto,
sossegar neste berço eterno e assumir ser dela fiel amante,
declarando ao quatro ventos, minha gratidão e amor,
e assim faço o devido louvor, a Deus por ter nascido,
em tal terra de mares bravios e suaves rios,
e que encanta aqueles que nela pisaram, e apaixona a cada dia, os que nela habitam.
Perco-me
No encanto dos teus olhos,
me inquieto, sem que venhas
a sentir.
O carmim dos teus lábios
marcam trilhas em meu corpo.
Me abandono, te contemplando.
É bom sentir este apetecer,
teus cabelos lisos, com uma
rosa neles posta, me faz sonhar,
melhor ainda, faz eu em ti, me perder.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
SONETO DO AMOR COMO O VENTO
Capítulo I
Coração tão confuso e tão inquieto
Movido à eternidade em sentimento.
É todo inesperado como o vento
Que vem intenso ou muito bem discreto...
Este vento me faz um ser completo
Vivendo de emoções todo momento.
De incertezas, então, eu nem comento
Pois delas com certeza estou repleto.
Tento me equilibrar nas ventanias
Mas me entrego ao amor que vem profundo
Sem saber se vem firme ou passageiro.
E vou avaliar nas calmarias...
Pensar na vida e refletir o mundo
Neste inconstante ciclo aventureiro.
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Capítulo II
Há nuvens que anunciam com ternura
O turbilhão do tempo logo adiante...
E a ventania surge em um instante
Com o exaspero que a paixão procura!
Recomponho-me forte na estrutura
Enquanto tudo encobre o meu mirante...
Percebo o sentimento vir radiante
Em soneto de amor como aventura!
Respiro e jogo-me de novo ao léu
Após a calmaria que passou...
Yemanjá que me ajude, por favor...
Soletrando meus versos de cordel
Seguirei novos rumos do que sou
Aflito e naufragado pelo amor.
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