Inocente Preso
Hoje quero fugir, da rotina que estou preso,
Quero penetrar nas águas verdes do mar,
Nas matas densas, em busca de um caminho,
que nada me conduz,
Quero apenas sentir o cheiro das folhas, e terra úmida, sim..
Eu quero..
Ver folhas caindo em lento abandono,
Quero ouvir um arroio cantando,
Hoje Eu quero a paz perdida na guerra, na confusão dos dias,
Quero fugir de mim, e em mim mesmo me perder.
Pandemia
Preso sem grades, sorrisos vendados.
O mundo mudou, o medo reinou.
Não posso senti-la, não devo beijá-la.
Sou um refém, não sou bandido.
Um Rei sem a sua Rainha.
Coração de um leão.
Sou coragem, paciência, cuidado e família.
Sou esperança, não estou sozinho.
Eu sou o pássaro que escolheu permanecer na gaiola aberta.
Sou o tubarão que se recusa a ir ao mar.
Tranquei todas as portas, mas as chaves estão todas lá!
Poupei meus amigos, nunca os esqueci!
Meu amor está em mim, não está comigo!
Sou o elefante esquecido.
A tartaruga que não sai do casco.
O escudo da família, sou resistência, eu sou essencial!
E assim, serei! Até o fim do abominável invisível.
Até que possamos ser eu e você novamente!
Meu amor, minha alegria, meu tudo!
O invisível pode até nos manter mascarados e distantes,
mas, nosso amor há de saber, que não irá transparecer.
E assim que estiver segura, meu coração será sua criatura.
E o seu ficará para sempre confortável, quente e seguro.
Derrepente nada mais faz sentido, um estalo é preso no momento, um instante se dilata em uma dimensão atemporal eternizada pelo pensamento, o gosto, o cheiro e o desejo se fundem na harmonia da paz e o vazio da saudade baila na ausência, surda e intrépida. Cálido espera pelo tempo, ofegante e taquicárdico caminha na direção do Sol em busca de sua luz em forma de um sorriso angelical e um olhar que tudo diz e nada fala.
Bolinhas de gude
Jorginho foi preso
quando jogava bolinha de gude
não usou arma de fogo
nem fez brilhar sua navalha
Jorginho era criança igual às outras
queria brincar
O brinquedo poderia ser um revólver
uma navalha
um pandeiro
quem sabe um cavalinho de pau
Jorginho queria brincar
Jorginho viu um filme americano
no outro dia
fez uma quadrilha de mentirinha
sempre brincando
a quadrilha foi ficando de verdade
Jorginho ficou grande como Pelé
todos os dias saía no jornal...
Televisionado
só não deu autógrafo
porque estava algemado
Ele era o facínora
que brincava com bolinhas de gude.
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
Você me consome,
Me devora sem mesmo saber meu nome.
E o meu ser está preso em amarras,
Ansiando para que sejam Liberadas.
Me perco em tu,
Infinito.
Se sua transformação impede de ir além do que já tem ido você não passa de uma lagarta preso num corpo de uma borboleta.
O AMOR PASSAGEIRO
No silêncio da noite pode até o coração lamentar
Preso no que perdeu,
Outro dia virar,
A alma se alegrará pelo que encontrou não se lembrará do que passou.
A vida renova-se a cada instante,
As coisas boas ficam aguardadas na memória com ternura dos momentos que viveu.
Há quem vive preso aos medos. Todos os dias se agarra a eles e não consegue se desprender para alcançar seus sonhos. É necessário largar suas cargas e medos, para seguir em direção aos seus sonhos. Se livre dos medos e abrace os sonhos.
Eu, livre, escolho estar preso a ela todos os dias
Eu, livre, posso correr
Eu, preso a ela, posso voar
Numa noite chuvosa meu coração saltava entre um pingo e outro.
Nem preso nem solto, em penhascos e vales até que escapou.
Chuva apressada foi para os mares.
Um pássaro preso em uma gaiola não é seu.
Apenas será seu quando estiver livre e mesmo assim escolher ficar.
Estou farta, farta de chorar, farta do grito que não cala preso na garganta, farta da angústia dos dias, farta de querer e não poder, farta das mil e uma perguntas que vêm à toa sem resposta...mas porquê? Porque é que a vida tem de ser assim, talvez se o tempo tivesse sido gentil os nossos corações estariam agora voando...sei lá eu...a estanha mania de amar...