Inocente Preso
Coração, deixa de aperreio
Quem te fez tal promessa não trará decepção
Estás preso neste seio, tu não tens mais opção
È amar ou amar, neste mar de devaneios
Do que adianta resistir?
Foste fisgado, capturado, apreendido!
Já se foi aquele tempo
De seres somente amigo
Agora és ciumento, tua vez de insistir.
Atado aos atos de um passado
Escondido nos escombros de mim mesmo
Encontro preso o grito que não ouço
Pela escuridão do que não vejo.
Sou sintomas do que sinto
Atrelado ao instinto daquilo que desejo.
Sou doce que se devora
Quem sabe uma Amora
Reprimindo o que restringe.
Com o perdão da palavra,
Não reconheço quem sou
Sou mais misterioso que uma esfinge.
[Mistérios do inconsciente]
Poesia do João Batista de Oliveira
Quando ao Festim cheguei,
Preso ao sorriso de certa sombra que me fez entrar,
Pensei radiante: "Aqui é um paraíso,
Jamais há lenda que ouvi contar."
Tudo era bom.
Tudo era pompa e riso.
Muita alegria, muito lindo olhar.
Porém, na porta, este esquisito aviso:
Entra de manso e pisa devagar.
O bem e o mal disseram:
Pode entrar.
Entrei, amei e sofri.
E ao despedir,
Na despedida nem é bom lembrar.
Senti meu coração se dividir:
Entre a alma alegre que me fez entrar
E a triste sombra que me viu sair.
Isso é estarmos preso por não ter o amor ao nosso lado, respiração ofegante, enquanto a vida vai e vem, vontade de ficar juntinho, mas de não fazer ninguém sofrer. E será que daria certo? Vem me chamar por favor!
Uma vez preso, você nunca mais vai consegui se soltar,
A sociedade sempre dá um jeito de prender você de volta,seja lhe enviando goela baixo uma pilha de idéias distorcidas,seja te amarrando em uma camisa de força.
Passarinho, passarinho.
Preso aqui nesta gaiola.
Como é lindo teu cantar.
Fico aqui imaginando.
Você na mata cantando.
Solto e livre a voar.
Passarinho colorido.
Canta, canta passarinho.
Talvez já tenha aprendido.
A cantar assim sozinho.
E eu aqui me pergunto.
Sobre este teu cantar.
Será que é alegria.
Ou é por tão só estar.
Porque eu também vivia.
A cantar feliz da vida.
Quando minha amada eu tinha.
Quando ela era minha.
Hoje eu não sei passarinho.
Mesmo sozinho, tu canta.
E eu com nó na garganta.
Falta-me, o encantar.
Ah querido passarinho.
Como pode este cantar.
Tão lindo mesmo sozinho.
E eu aqui a chorar.
Estupidez inindentificável, autodisfarçada, com o cérebro preso na língua e a lingua presa na mão, é a pior forma de escravidão.
estando preso tenho medo de ficar solto, porque temo fazer tudo de novo, e eles me tragam para cá novamente.
aqui é tudo morto,"se o nome da morte, não fosse morte,seria solidão".
...É lógico, minha rima me protege, meu sistema imunológico
Preso nesse mundo que nem bicho no zoológico
O bom filho à casa torna, Black Alien o filho pródigo
Eu olho pra frente, eu olho pra trás
Vejo Deus e satanás
Oh, yes, ou uma caixa de crachás
Mas eu não vejo justiça para Eldorado dos Carajás...
"O Grito esta preso, preso na falta de sensibilidade que unem um povo em dois extremos. Uns lutam para ser alguém, outros para não deixarem de existir. Seria fácil julgarmos a falta de caráter que faz de nossas autoridades pessoas fracas, que para se elegerem julgam a maxima importancia de defender uma cidade, estado, pais, uma historia, mas se deixam levar pela burra incompetencia dos valores(moeda) a qual eles mesmos dão seu preço. Quero um dia poder cantar o hino, "ò patria amada Brasil" e lembrar que tudo passou de um aprendizado. Expresso minha sensibilidade para com o povo, que "todas" as vezes pagam a imaturidade de autoridades que dizem ser autoridades."(Eduardo Schulz Neto 29-07-07)
IRÔNICA LIBERDADE
Preso à janela do trem,
Observo uma paisagem.
Estranha para mim.
Chamo-a, natureza,
Chamamos-la, Deusa.
Entre tanto primitivismo,
Descobri um pouco de vida
Nas pequenas plantas
Que margeiam a estrada,
Por onde passa esse trem.
Há no campo, lá distante
Uma pequena e rústica casa.
Rústica como o que a cerca.
Porém, os ventos sopram,
Carregando um imenso amor,
O amor do mundo todo, para lá...seu lugar
Como eu gostaria de poder ficar...me deixar ficar.
Ficar como ?
Sou um homem da cidade,
Transbordando direitos e deveres,
Imerso em obrigações engravatadas,
Com códigos e posturas...para ir ao banheiro
E ainda chamam-me de livre.
08/03/1975