Inocente
Não suspeitar da maldade dos outros não significa que você é bobo ou inocente, está intimamente ligado ao seu estado de bondade.
Da tropa e do General
que foi preso inocente
há quase dois anos
no dia treze de março
existe um poemário,
E venho contando
nas entrelinhas dos
meus versos dedicados
sobre os estilhaços
que tantos tiranos
estão a nos deixar,
Não vou parar por aí,
não posso ignorar,
É Pátria Grande
ou Pátria maior ainda.
Não há explicação
golpe é golpe,
O golpe na Bolívia
foi dado e um
informe da sucursal
do inferno que
leva como sigla
três letras a fraude
não conseguiu provar,
Não me canso
por este continente
um só minuto de gritar.
No exílio os líderes
se encontram
e estão convertidos
em milhões
que este golpe
não vão parar
de denunciar
pelo mundo e seus rincões.
Preso inocente
há um ano
e meio a uma
prisão sem
ter dia certo
para terminar
e sem ter
tido sequer
a tal audiência
preliminar,
Não é exagero
com ele
se preocupar.
Não dá para
dizer que vai
escrever poesia,
Se na verdade
e na vida você
não a pratica.
O General foi
internado no
Hospitalito de
Fuerte Tiuna,
Um lugar onde
não dá para
saber se
vivo ele está,
Ali a pergunta
dificilmente
recebe a resposta.
Quando há
falta de justiça
a quem
é inocente
sobram poemas
neste continente
de memória
marcada:
Letras de cela
apertada,
sem ventilação
e ainda
sem ventilador.
O tempo tem
passado lento,
Provocando tudo,
menos o nosso
esquecimento.
O General
anda engolindo
a dor no ombro
pela alta
temperatura
inflamatória,
E a Mãe orante
pelo manto
Virginal
de Coromoto.
Segue esta
trágica situação
vexatória mais
para quem tem
o dever de fazer
e ignora o dever.
Neste tempo
em tempo
de conseguir
fazer justiça,
E encaminhar
a liberdade
em pronto
andamento,
Pois já são
18 meses
sem nenhum
discernimento.
Jamais escreverei
uma carta para
o General que está
preso inocente
em Fuerte Tiuna
porque sou estrangeira,
Foram escritos por
mim poemas demais,
e ele nem idéia faz,
mas são todos
de minha total
responsabilidade.
Não é difícil de imaginar
que não vão me deixar
ultrapassar a fronteira.
Semeando, produzindo,
e ensinando,...
Compartilhando,
abraçando
as filhas e os velhos
pais agora só
na memória afetiva,
Com as amorosas
palavras da irmã
e as saudades
dos tempos
em liberdade
do filho a mesa
do almoço
que no coração
da Mãe doem demais;
Não escutaram mais
mais a alegria da gaita
e os acordes do cuarto,
Que as deixava em paz.
Não é segredo nem
ao poeta que venho
pedindo insistentemente
a liberdade do General,
É notícia recente
que penas variadas
serão revisadas,
De novo peço que
não se esqueçam
dele que nada deve,
e hoje até de saúde
mui frágil padece.
Os Generais foram
torturados
pela revolução,
E um deles que
tenho confiança
que é INOCENTE
se encontra em
GREVE DE FOME
na prisão desde
o dia 8 de julho,
Parece uma história
sem solução;
A fronteira arde:
guerrilheiros
atacaram o posto
de La Mulata,
A tristeza do povo
que nunca passa
justamente porque
uns colocam política
em tudo que sempre
acaba aumentando
toda essa desgraça.
Um dos médicos
foi libertado,
Além de Marulanda
se me lembro
bem existem outros
ainda presos;
Para a nossa
perplexidade existem
uns desorientados
que optam pela via
que os consome,
que preferem
guerrear com
os doutores
e o povo,
E optam em deixar
de entrar em guerra
contra o bloqueio
e a maldita fome.
A história mesmo
em si pertence
aos jovens anônimos
da resistência
sem farda e com ela,
A maior glória
do mundo e a honra
inquebrantável
aos caídos que
pela liberdade
deixaram o legado
para que nunca
deixemos nos
dar por vencidos.
Ninguém sabe
mais do paradeiro
do General que
foi preso inocente,
A irmã perguntou,
O pastor também,
E ecoei porque
sou insistente,
Não dá para fingir
que não me
sensibilizo
porque nasci gente.
Não se sabe
onde está
o Vice-Presidente,
O Inferno e suas
Cinco Letras
estão emudecidos
simplesmente;
Há mais de um
desaparecido
neste continente.
Nenhuma linha
de Oslo
os desaparecidos,
Poderia até
fingir que
não percebi
a ausência disso;
A incoerência
sobre isso inspira
e até mesmo
sugere que não
está ciente
ou é indiferente.
Não se
prende um
inocente
e leal
soldado
da Pátria,
não se
maltrata
o físico
de quem
em missão
a vida toda
ao povo
entregou,
e à ele nunca
se recusou.
É a epopéia
e indignação
de quem
sabe de
quem se
trata,
e tem
aleveza
que pela
liberdade
de quem
merece
não cruzou
os braços,
e a boca
jamais calou.
Não é
a primeira,
e nem será
a última
vez que
declaro
que da
trincheira
sou o último
soldado
mesmo que
ninguém
em mim
acredite,
sou a tal
poesia que
ultrapassa
a fronteira
mesmo
que se
encontre
fechada
para tocar
o coração
e pedir por
Humanidade.
Em idílica jornada
escrita na parede
A Historia não mente:
Estás preso inocente.
As minhas letras
são feitas da tinta
Do clamor do amor
do teu povo,
Padecendo de agonia.
De joelhos, coração
e mãos reunidas
Em profunda oração:
sou pedido de justiça
E convicta teimosia.
Não me calo e não deixo
ninguém calar,
Permaneço irredutível
até o pesadelo passar.
Memória poética
de uma infância
com os dois pés
descalços no barro,
Desejo inocente
por doçura socorrida
por uma Mariola,
Talvez alguém
não tenha provado,
Quem provou
provalmente não
tenha reclamado,
Mariola do passado,
de hoje e de sempre
eu honro o seu legado.
O índio brasileiro não é indolente, é sim inocente enquanto o estado quer cuidar de tudo e de todos de forma permanente.
Eu sempre falo que se dependesse só do inocente homem, desde o inicio de tudo, até hoje, estávamos todos vivendo em plenitude e abundancia, ainda no paraíso.
Fui neto de uma Avó -
Fui neto de uma Avó doce e inocente
tão branca como a neve pura
que muito amou a todos, humildemente,
e deixou em mim uma saudade que perdura.
Fui neto de uma Avó frágil e piedosa
cheia de verdade no coração e tanta gente
que as suas mãos a cada hora
ajudaram, sem pensar, cristãmente ...
Fui neto de uma Avó que já não tenho
e que alegria quando a tinha, que contente,
agora, procuro-a, ando, vou e venho ...
Fui neto de uma Avó que choro intensamente
e nessas lágrimas ponho todo o meu empenho
porque a vida é p'ra mim já indiferente!
Para a minha queridissima Avó Clarisse.
Tem criança que não ganha presente. Que não é inocente por um acaso qualquer. Hoje, alguma criança terá plantada em seu coração a semente do ódio. Por descuido, sabe? Alguma infância será perdida e jamais será encontrada. Hoje, uma criança nascerá em berço de ouro e terá direito a tudo o que quiser. Enquanto, no mesmo momento, dez nascerão para morrer.
Hoje, perderemos algumas crianças para a guerra. Uma guerra que a gente incentiva, fomenta e aplaude de pé quando ficamos adultos. Quando perdemos a essência de ser criança. Hoje, olharemos para essas crianças indiferentes. Diremos: “Ah, escolha ser diferente. Mude seu destino. Tenha força de vontade. Busque o seu mérito.” Como se as opções estivessem disponíveis em uma prateleira do supermercado.
E por falar em mercado, crianças entrarão no supermercado, na loja, no shopping e terão todos os olhares voltados para si. Dos seguranças, principalmente. Seja pela roupa, pela cor da pele, pelo jeito simples de ser criança.
Crianças serão separadas de outras crianças por seus pais acharem que elas devem se relacionar com crianças da mesma classe Social. É exatamente quando começamos a criar os monstros. Dos dois lados.
Hoje, alguma criança pagará o preço alto de ser criança. E morrerá em silêncio. Sem defesa. Depois, alguma criança lhe estenderá as mãos para pedir comida e você negará. Outro negará. E todos os ‘nãos’ dirão àquela criança que ela pode ser o que quiser. Inclusive o vilão mais fácil de ser derrotado pelas mãos do Estado.
E quando alguém gritar que devemos punir com mais vigor menores infratores, não devemos esquecer:
Os menores, antes de serem infratores, já nascem punidos pelo vigor do futuro que ajudamos a construir. Que estamos ajudando a manter. Que estamos empenhados em não mudar.
Não há nada nessa vida, nem feito ou conhecimento, que supere a beleza de uma criança ainda inocente... [ como eu disse antes, e não retiro ]
Hoje sou eu
Esse menino tão pequeno e inocente,
Que em um único olhar
Encantou-se pela menina dos teus olhos.
Esse menino que segurou as tuas mãos,
Mãos que seria a primeira e a única a segurar,
Mãos que segurariam eternamente o seu coração de guri.
Esse menino que te viu crescer
E que cresceu perto de você sem poder te merecer,
Ele que cresceu sonhando só com você.
Sou eu,
Um homem incompleto
Vivendo sem teu amor de menina moça mulher.
Edney Valentim Araújo
Não machuque outro se foi machucado por um outro. Vingança em cima de inocente não vai lhe devolver a paz.