Inicio
Sabe aquele alegria quando lembra quando tudo no início era mais fácil em tem vontade de volta no tempo? Pois é, eu não sinto isso.
A natureza tem gerado transgênicos desde o início dos tempos e, se levarmos o conceito ao pé-da-letra, podemos considerar que toda virose que pegamos é um tipo de transgenia, onde o DNA viral se integra ao nosso genoma. Assim, para cada gripe que pegamos, transformamo-nos em um novo transgênico.
Eu esqueço das coisas e pessoas muito rápido. De inicio foi até legal por que bastava eu fazer um pouco de questão que não sentia mas nada por ninguém. Mas depois você fica meio que necessitando chorar um pouquinho, isso pode ser entranho, afinal quem gosta de sofrer? -ninguém. Mas o negocio é: chega um momento na sua vida que você percebe que precisa de um pouco de lágrimas, pra crescer, mudar, se reinventar. O mas estranho disso não é o modo como descrevo isso, com tanta naturalidade. O mas estranho disso é a questão que me faz chorar, não pela dor- bem longe de mim. Mas pelo alivio que é se livrar de algo que pesa, pelo crescimento. Tudo bem, vou continuar assim: fria, dramática e sem lágrimas, nem de um arranhão.
TE ESPERO
Te espero desde o início do começo
Desde o tempo dos lampiões de gás
Desde o primeiro samba, a estação derradeira;
Fostes sempre o meu amor tristonho e sensato
Por ti me embati com a vida
Matei mitos intransponíveis
E fiz de pedras quentes flores orvalhadas.
A terra tocou o céu
Com a grande cauda de fogo
Mares se juntaram pra te refletirem inteira
No começo do nosso fictício amor.
Dura e sublime criatura
És o modelo renascido
Das tantas mulheres invisíveis
E ao mesmo tempo, mansa e de carícias
Nosso amor corre para uma luta
Ao toque de valsas muito antigas
A abertura do sol será a nossa estrada
Desvanecidos de paixão
Shakespeare & eu
“Aceito”. Foi essa a palavra que deu início à primeira estrofe de minha vida ao lado de Ana Judite. E, talvez (pensando bem) tenha sido esta mesma palavra que tenha selado meu acordo com a infelicidade.
Era tão jovem, ela! Seus olhos não eram azuis. Muito pelo contrário: eram pretos e arredondados. Olhos de boneca, certamente. No entanto, não foi isso que achei logo que a vi. Da primeira vez, não senti todas aquelas coisas que são ditas como “sintomas de amor”: não senti as pernas tremerem (nem mesmo as mãos); não senti o suor escorrendo desenfreado pelo rosto; meus lábios não ficaram secos e, o mais importante, meu coração não acelerou. Achei-a muito sem graça.
Num outro dia, a vi sentada, em um banquinho da praça chorando lastimavelmente. Aproximei-me.
-Tudo bem?
-Por acaso se chora feito uma louca quando se está tudo bem?
-Realmente, foi uma pergunta sem sentido. É claro que não está bem...
-Que idiotice...
-O que?
-Você! Não sabe nem o que falar.
-Garotinha com personalidade você, hein? Gostei.
Ela então soltou o sorriso mais lindo que já havia visto em toda minha vida e falou:
-“Fortes razões, fazem fortes ações!” Shakespeare!
-Hum... Conheço. Legal, ele.
-Ele morreu há mais de 200 anos.
-Sério? Triste isso, não é?
Conversamos como se o dia tivesse mais de 24 horas.
Daquele dia em diante tivemos vários encontros, a fim de jogarmos conversa fora. Logo fui percebendo que Ana Judite não era “sem sal”- ela tinha o tempero na dosagem certa para minha fórmula do amor perfeito.
Nosso relacionamento teve muitos altos e baixos, mas, ao fim de quatro anos de namoro, finalmente iríamos nos casar. Eu já havia me tornado um verdadeiro perito em Shakespeare e, nas horas que não a via, era ele quem me acompanhava com suas mais que perfeitas tragicomédias.
“Aceito”. Sim, ela aceitou estar comigo na doença e na tristeza, na riqueza e na pobreza... Até que a morte nos separasse. No entanto, uma frase não constava no “contrato”: a de estar comigo na sanidade e na loucura.
Foi como um “click”. Acordei mais cedo do que de costume, pois tive uma daquelas crises de insônia devido ao elevado nível de estresse no trabalho- às vezes até esquecia-me qual a data.
Judite não estava em casa. Então logo cogitei a possibilidade de ter ido à padaria. Espreguicei-me, escovei os dentes e fui até a cozinha. O café-da-manhã estava posto. E na geladeira havia um bilhete que dizia:
“Fui até a casa de minha irmã. Irei ajudá-la a fazer compras. Não demoro.
Beijos, Judi. ♥”
A irmã dela estava grávida; e preocupado fui até sua casa. Caso precisassem do carro, eu estaria lá.
Quem me recebeu foi a própria Laura, com a barriga quase que insustentável.
-Vocês ainda não foram?
-... Para onde?
-Fazer compras.
-Ah! O Mário foi com a Judi. Não estou me sentindo muito bem, sabe?
-Sei. Então, posso entrar?
-Claro. Entre.
Laura jogou-se no sofá e perguntou se eu aceitaria um café. Respondi que sim e me dispus a ir pegá-lo.
Eu havia esquecido onde ficavam as xícaras e fui abrindo todas as portas dos armários. Mas... A dispensa estava lotada!
-Laura, eles irão demorar?- Gritei.
-Acho que sim. Falta muita coisa, sabe? Os armários estão praticamente vazios. O Mário disse que falta até açúcar.
Não faltava. O açúcar estava lá! Não faltava nada.
Não podia ser. Há semanas que a Judite me vinha com reclamações a respeito do cunhado: o chamava de atrevido, insuportável e coisas do gênero. E, de repente, foram juntos fazer compras que não eram necessárias. Senti-me um completo idiota. Só poderiam estar tendo um caso.
Pedi desculpas e disse à Laura que voltaria logo. Despedi-me.
Quando estava na metade do caminho para o supermercado, parei ao sinal. Até que uma mulher veio em direção a meu carro. Era uma das amigas dela.
-Oi Júnior!- disse sorridente- vai rolar o que hoje?
-Como assim?
-Ué! Eu acabei de ver a Judi com um amigo, comprando uma montanha de cervejas!
Fiquei meio sem jeito. E disse irônico:
-Vai rolar o maior espetáculo.
Estava de cabeça quente e resolvi não ir ao trabalho. Fui para casa. Chegando lá, a porta estava aberta. Na cozinha estavam os dois. Rindo, bebendo cerveja. Ela então se virou e fez uma cara de quem parecia ter visto um fantasma.
-Ju... Júnior! Você não trabalharia até tarde, hoje?
-Surpresa?
-Muito- disse, desconfiada.
-Mário, você quer sair daqui, por favor?
-O quê?- disse Mário.
-Eu te disse para sair agora!
-Mas, Júnior, o que está havendo?
-Droga Mário, você deve estar achando que sou burro. Saia agora! Quero falar a sós com ela.
Mário atendeu ao meu pedido.
-Isso é jeito de tratar o meu cunhado; e que eu saiba, seu amigo?
-AMIGO? Amigos por acaso o apunhalam pelas costas?
-Que conversa é essa? O que ele fez?
-Não se faça de desentendida, meu amor!
-É... Eu não acredito amor. Já entendi: você ficou com ciúmes não é? Você realmente acha que eu o escolheria ao invés de você?
-“É comum perder-se o bom por querer-se o melhor”.
-O que aconteceu Júnior? “Algum desgosto prova muito amor, mas muito desgosto revela demasiada falta de espírito!” Lembra? No fundo você sabe que não é nada disso, amor.
Senti-me sem chão. Pode parecer piegas, mas foi exatamente assim que me senti. Como alguém a quem tanto amava pôde me trair de tal forma?
E, num piscar de olhos, minhas mãos estavam manchadas por uma das tintas que dispunha em minha aquarela. Tinta esta, de cor “quente”. Um vermelho sem igual. Mas, não pude compreender porque Judite; minha querida Judi se encontrava caída ao chão, rasgada como que por garras de um grande felino. E muito menos o porquê de estar pintada, abstratamente, com a mesma tinta que lambuzava meus dedos.
Afastei-me de seu corpo a fim de achar pistas. Ao abrir a geladeira pude ver uma caixa e nela havia um bolo acompanhado de um bilhete que dizia:
“O destino é o que embaralha as cartas, mas somos nós que a jogamos...”
Feliz aniversário. Com amor,
Laura, Mário e Judite (sua Judi) ♥”
“Ser ou não ser- eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar em armas contra o mar de angústias e combatendo-o dar-lhe fim? Morrer; dormir; só isso. E com o sono- dizem- extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.”
Se não existia nada como pôde haver uma explosão que deu inicio a todos esses planetas e etc.. Não acredito na teoria do Big-Bang, pois não existia nenhum lugar nem nada que podia fazer uma explosão, pois no nada cabe e não cabe nada..
Ninguém nunca está preparado para o fim. No inicio, eu nao acreditava que você criaria um vinculo tão forte comigo, de principio eu acreditava que nos podiamos ser amigas, agora esse afeto,essa irmandade nossa, eu nunca imaginei. E por fim, quando chegamos na melhor fase desse nosso afeto, foi hora de dizer adeus. E como num passe de mágica, agora me vejo a milhares de quilometros de distancia de você, e mesmo assim esse sentimento continua muito forte. E não importa a saudade que dá, eu sei que um dia ainda nos reencontraremos.
Nossa vida é feita de escolhas,no inicio seus amigos,e pensando mais pra frente seu amor,a pessoa que vai estar contigo o tempo inteiro,acreditando em você,te incentivando te dando forças para seguir em frente,é claro que sua família se encaixa nessa questão eles também nunca vão te abandonar, mas a mulher com quem você vai se casar é uma das peças fundamentais,então eu posso dizer que meu futuro está garantido,que agora só depende de mim,tenho minha família maravilhosa a mulher da minha vida, e amigos pro resto da vida.
No começo era só o inicio...
Do começo o recomeço...
Do inicio meio e fim...
Agora se tornou metade...
Nosso começo não teve fim...
De que adianta ver-te, sentir-te perto de mim, se td tem que voltar ao inicio?
Sua bela face de encantamentos, seus dons de enfeitiçar..
Suas palavras tortas ao vento, como melodia doce a cantar,
Pelas tuas linhas do corpo posso vagar, mais vc me proibe ate de pensar
Seu cheiro ainda em mim, há de perturbar, sua boca, fina elegante, querendo me beijar,
Seu egoismo ALTIVO a me atrapalhar..
Que dia em meus braços, novamente ira se deitar??
Como um cachorro louco, vive a me negar, que posso eu fazer a não ser me conformar?
O tempo ainda há de me compensar...
Quero voltar ao início
Mas nesse instante reflito
Que o caminho que deixo
Também foi construído
E meu lugar é infinito.
Um grande equivoco se observa quando, pesarosos, percebemos o inicio da velhice. Esquecemos que o pior seria não chegarmos a ela.
Na velhice o que mais fortalece não é o excesso de saúde, mas sim a falta de lucidez, existem aqueles que já nascem velhos, enquanto que outros poucos, nunca irão envelhecer.
Imortal se fará quem conseguir reunir em si os sonhos da juventude, mesclados com a experiência da velhice.