Ingênua
“Ingenuidade em adultos, muitas vezes é encantadora. Mas quando acompanhada de vaidade, é indistinguível da estupidez.”
acordei pensando que o trabalho estava feito
que eu não ia mais precisar de treino
fui ingênua por pensar que a cura era tão fácil
mas não há reta final
nem linha de chegada
a cura é trabalho diário
''As pessoas sempre falam que eu mudei,que não sou mais aquela garotinha ingênua,que todos pisavam,enquanto eu chorava.A meninha dos bracinhos finos e rosto queto,aquela garota que contava todos os segredos a deus...
Realmente,mudei.Cansei de sofrer,resolvi viver.
Viver sem me preoucupar com que os outros acham ou falam de me,alias,nao vale a pena.''
"O manipulador usa os recursos fornecidos ingenuamente pelo manipulado. Esteja atento e guarde seus valores."
Não choro por tristeza e nem sorrio só por felicidade. Faço graça das pessoas e das suas ingenuidades
Dia de hoje
No outro rumo,
No amor, a separação
Te torna uma mentira
Ingênua, convencional
Que te consome e absorve
Até tu te integrar
Por inteiro
Por um ser
Que te enlouquece,
Te aquece,
Te adora
Dos dedos dos pés
Deslizando até o pescoço
Te alimenta
E cresce contigo o fogo,
Faz dos brancos das nuvens
Inesquecível rascunho
Desse esplêndido
Dia de hoje!
Sou sonhadora, pareço ingênua, mas eu geralmente percebo quando algumas pessoas estão sendo falsas comigo.
Olhei uma foto minha e senti saudade do meu tempo de ingenuidade, saudade do tempo que eu acreditava cegamente nas pessoas!
A verdade que nos liberta, por nos tornar espíritos livres, é a saída da ingenuidade para o conhecimento epistemológico. O espírito livre é aquele que adquiriu autonomia, logo, pensa de modo diverso, transcende seu tempo, rompe; não é mais definido pela sua cultura, religião ou política, mais sim pela sua plena capacidade de discernir, optar e tomar posição; através da liberdade.
Continuar a acreditar em quem lhe pediu que confirmasse uma mentira é passar atestado de ingenuidade.
O Boi Velho
Uma das coisas mais ingênuas e comoventes da vida do Barão do Rio Branco era o seu sonho de fazendeiro. Homem nascido e vivido em cidade, traça de bibliotecas, urbano até a medula, cada vez que uma coisa o aborrecia em meio às batalhas diplomáticas, seu desabafo era o mesmo, em carta a algum amigo: “Penso em largar tudo, ir para São Paulo, comprar uma fazenda de café, me meter lá para o resto da vida…”
Nunca foi, naturalmente; mas viveu muito à custa desse sonho infantil, que era um consolo permanente.
Por que não confessar que agora mesmo, neste último carnaval, visitando a fazenda de um amigo, eu, pela décima vez, também não me deixei sonhar o mesmo sonho? Com fazenda não, isso não sonhei; os pobres têm o sonho curto; sonhei com o mesmo que sonham todos os oficiais administrativos, todos os pilotos de aviação comercial, todos os desenhistas de publicidade, todos os bichos urbanos mais ou menos pobres, mais ou menos remediados: pegar um dinheirinho, comprar um sítio jeitoso, ir melhorando a casa e a lavoura, vai ver que no primeiro ano dava para se pagar, depois quem sabe daria uma renda modesta, mas suficiente para uma pessoa viver sossegada; com o tempo comprar, talvez mais uns alqueires…
Meu pai foi durante algum tempo sitiante, minha mãe era filha de fazendeiro, meus tios eram todos da lavoura… Mas que brasileiro não é mais ou menos assim, não guarda alguma coisa da roça e não tem a melancólica fantasia, de vez em quando, de voltar?
Aqui estou eu, falso fazendeiro, montado no meu cavalo, a olhar minhas terras. Chego até o curral, um camarada está ordenhando as vacas. Suas mãos hábeis fazem cruzar-se dois jatos finos de leite que se perdem na espuma alva do balde. Parece tão fácil, sei que não é. Deixo-me ficar entre os mugidos e o cheiro de estrume, assisto à primeira aula de um boizinho que estão experimentando para ver se é bom para carro. Seu professor não é o carreiro que vai tocando as juntas nem o pretinho candeeiro que vai na frente com a vara: é um outro boi, da guia, que suporta com paciência suas más-criações, obrigando-o a levantar-se quando se deita de pirraça, arrasta-o quando é preciso, não deixa que ele desgarre, ensina-lhe ordem e paciência.
No coice há um boi amarelo que me parece mais bonito que os outros. O carreiro explica que aquele é seu melhor boi de carro, mas tem inimizade àquele zebu branco vindo de Montes Claros, seu companheiro de canga; implica aliás com todos esses bois brancos vindos de Montes Claros. O caboclo sabe o nome, o sestro, as simpatias e os problemas de cada boi, sabe agradar a cada um com uma palavra especial de carinho, sabe ameaçar um teimoso – “Mando te vender para o corte, desgraçado!” – com seriedade e segurança.
Ah, não dou para fazendeiro; sinto-me um boi velho, qualquer dia um novo diretor de revista acha que já vou arrastando devagar demais o carro de boi de minha crônica, imagina se minhas arrobas já não valem mais que meu serviço, manda-me vender para o corte…
Mergulhador ingênuo da vida que sou, eu vivo da certeza de encontrar numa concha a pérola almejada. Às vezes, a sondar os mares da tristeza, atinjo as profundezas abissais do nada. Outras, a devassar os rasos da beleza, vem-me às mãos, de repente, a peroleira ousada. Mas nunca a que procuro, à luz do mar acesa, diviso entre as que vejo, para ser pescada. Pescador que não fisga e pesca o que procura, não se encontra jamais. E ronda-lhe o perigo, pois sua frustração tem timbres de loucura. Por isso, num mergulho, a vida inteira eu ponho, e nele morrerei se não trouxer comigo o nácar encantado, a pérola do sonho.
Quão Ingênuo em acreditar que há somente uma resposta a toda questão. A todo Mistério. Que existe uma luz única e divina que nos comanda. Eles dizem que é essa a luz que traz a verdade e o amor. Eu digo que é uma luz que nos cega, que nos faz ajoelhar sob a ignorância.
Eu espero pelo dia em que o homem deixe os monstros invisíveis para trás e mais uma vez abrace a explicação racional do mundo. Mas essas novas religiões são tão convenientes, e prometem uma punição tão severa para aqueles que as rejeitam. Eu temo que o medo nos manterá a maior mentira que já foi dita.