Infinito
O verso,
as vezes agoniza,
busca respostas
além do infinito,
faz do poeta
um desaguar inútil de sua essência,
marca nas palavras
até alguns momentos
de extrema unção
quando jaz a letra,
que nem verbos conjuga,
vira montículo de cinzas
dentro do coração.
Somos um ponto de sentido na linha do tempo da vida. Somos um raio de luz nesse universo infinito. Passageiros, marcamos vidas, deixamos lembranças, tocamos o coração de alguém no compartilhamento de amor. Somos um sopro e simultaneamente somos eternas memórias.
Se no universo infinito nossa energia é eterna e fácil entender por que ainda estamos tão perdidos e inumanos.
E então avaliamos o infinito a quem nos foi dado... sendo
assim, o curso das horas o único sentido de minha convicção.
Além do horizonte mais belo
Além do paraíso dos cegos
Ao infinito e além da coroa
Ao infinito de estrelas
No céu da tua boca
Como um brilho radiante da lua
Nas linhas tortas de uma pintura
Rabiscos, quadro, pincel um livro
Picasso diria...
Além das linhas do teu sorriso.
Pôr mais que navegueis nós
Mistérios do mar de minhas
Palavras rumo ao infinito.
Em versos avessos irás
Afoga-te em mar de palavras
Nas turvas linhas esta a chave.
Medo existiu pelo vazio que se achavas cheio e já sabemos que és infinito das partículas criativas acolhedoras.
O meu universo é finitamente infinito ou, parafraseado Vinicius, que o meu universo seja infinito enquanto finito ou dure como um paradoxo que cresce apenas para dentro.
