Infelicidade

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O homem não é nem anjo nem animal, e a infelicidade exige que quem pretende fazer de anjo faça de besta.

A maior infelicidade em ser-se rico é ser-se obrigado a viver com os ricos.

É uma infelicidade ser tão breve o intervalo que medeia entre o tempo em que se é jovem demais e o tempo em que se é velho demais.

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles.

Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.

O segredo para ser infeliz é ter tempo livre para se preocupar se se é feliz ou não.

Cada um é tão infeliz quanto acredita sê-lo.

As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Os velhos são muitas vezes infelizes, porque pensam demasiadamente nela.

Infelicidade é uma questão de prefixo.

Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade: solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar.

Aquele que é feliz espalha felicidade. Aquele que teima na infelicidade, que perde o equilíbrio e a confiança, perde-se na vida.

(...) Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

Fernando Pessoa
“O Guardador de Rebanhos”. In: Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.

Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.

Martha Medeiros
Crônica "Infeliz em público", 2004.

Nota: Trecho da crônica "Infeliz em público" de Martha Medeiros.

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Planejar a infelicidade dos outros é causar com as próprias mãos um abismo para si mesmo.

Se sofrer uma injustiça, console-se, a verdadeira infelicidade é cometê-la.

Se você sofreu alguma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la.

O homem superior distingue-se do homem inferior pela intrepidez e desafio à infelicidade.

A felicidade serve apenas para tornar a infelicidade suportável.

Evitar a felicidade com medo de que ela acabe é o melhor meio de se tornar infeliz.

Se você passar por uma guerra no trabalho, mas tiver paz quando chegar em casa, será um ser humano feliz. Mas, se você tiver alegria fora de casa e viver uma guerra na sua família, a infelicidade será sua amiga.

Augusto Cury
Pais brilhantes, professores fascinantes, Sextante, 2003