Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Amanheci em cĂłlera. NĂŁo, nĂŁo, o mundo nĂŁo me agrada. A maioria das pessoas estĂŁo mortas e nĂŁo sabem, ou estĂŁo vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nĂłs quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dĂĄ remorso. E nĂŁo mentir Ă© um dom que o mundo nĂŁo merece.
Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
nĂŁo posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chĂŁo
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E nĂŁo pude levantĂĄ-la!
Choro pelo que nĂŁo fiz.
E pela minha fraqueza
Ă© que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que nĂŁo se levantarĂŁo...
Tu Ă©s folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo Ă© vĂŁo.
Que tudo Ă© menos que o vento,
menos que as folhas do chĂŁo...
Enquanto a vida vai e vem
vocĂȘ procura achar alguĂ©m
que um dia possa lhe dizer:
Quero ficar sĂł com vocĂȘ!
Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide...
Nota: Trecho da crÎnica "Dias em observação".
~ Soneto 35 ~
NĂŁo chores mais o erro cometido;
Na fonte, hĂĄ lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse Ă© sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;
Erram todos, eu mesmo errei jĂĄ tanto,
Que te sobram razÔes de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
NĂŁo terĂĄs tu somente a resgatar;
Os sentidos traĂram-te, e meu senso
De parte adversa Ă© mais teu defensor,
Se contra mim te escuso, e me convenço
Na batalha do Ăłdio com o amor:
VĂtima e cĂșmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrĂŁo amado e amoroso.
A razĂŁo por que a despedida nos dĂłi tanto Ă© que nossas almas estĂŁo ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serĂŁo. Talvez nĂłs tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nĂłs nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que este adeus Ă©, ao mesmo tempo, um adeus pelos Ășltimos dez mil anos e um prelĂșdio do que virĂĄ.
Que Deus nĂŁo permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que as rosas nĂŁo falam.
Que eu nĂŁo perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nĂŁo Ă© assim tĂŁo alegre.
Que eu nĂŁo perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida Ă©, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu nĂŁo perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu nĂŁo perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas sĂŁo incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu nĂŁo perca o EQUILĂBRIO, mesmo sabendo que inĂșmeras forças querem que eu caia.
Que eu nĂŁo perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode nĂŁo sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu nĂŁo perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerĂŁo meus olhos...
Que eu nĂŁo perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda sĂŁo dois adversĂĄrios extremamente perigosos.
Que eu nĂŁo perca a RAZĂO, mesmo sabendo que as tentaçÔes da vida sĂŁo inĂșmeras e deliciosas.
Que eu nĂŁo perca o sentimento de JUSTIĂA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu nĂŁo perca o meu forte ABRAĂO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarĂŁo fracos...
Que eu nĂŁo perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas lĂĄgrimas brotarĂŁo dos meus olhos e escorrerĂŁo por minha alma...
Que eu nĂŁo perca o AMOR por minha famĂlia, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incrĂveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele serå submetido e até rejeitado.
Que eu nĂŁo perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo Ă© pequeno... E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grĂŁo de alegria e esperança dentro de cada um Ă© capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois.... a vida Ă© construĂda nos sonhos e concretizada no amor!
A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirå-las do meu coração, sorrir para às pessoas que não gostam de mim, para mostrå-las que sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo estå bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, a abrir minhas janelas para o amor. E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. Fazer de conta que tudo estå bem quando isso não é verdade. Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar.
Paquerar Ă© bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que vocĂȘ percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo Ă© o mesmo que nĂŁo ter nenhuma, e ter apenas uma, Ă© o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo.
Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual vocĂȘ trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofĂĄ da sala nĂŁo despenca na sua vida?
Nota: Trecho do conto Paquerar Ă© bom, mas chega uma hora que cansa.
Toda despedida é dor... tão doce, todavia, que eu te diria "boa noite" até que amanhecesse o dia.
Havia a levĂssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vĂȘ que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemĂŁo o ar que estava Ă frente, e ter esta sede era a prĂłpria ĂĄgua deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matĂ©ria e peso Ă levĂssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, Ă s vezes eles se tocavam, e ao toque â a sede Ă© a graça, mas as ĂĄguas sĂŁo uma beleza de escuras â e ao toque brilhava o brilho da ĂĄgua deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
AtĂ© que tudo se transformou em nĂŁo. Tudo se transformou em nĂŁo quando eles quiseram essa mesma alegria deles. EntĂŁo a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e nĂŁo via, ela nĂŁo via que ele nĂŁo vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo sĂł porque tinham prestado atenção, sĂł porque nĂŁo estavam mais bastante distraĂdos. SĂł porque, de sĂșbito exigentes e duros, quiseram ter o que jĂĄ tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram entĂŁo aprender que, nĂŁo se estando distraĂdo, o telefone nĂŁo toca, e Ă© preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera jĂĄ cortou os fios. Tudo, tudo por nĂŁo estarem mais distraĂdos.
Disse a flor para o pequeno prĂncipe: Ă© preciso que eu suporte duas ou trĂȘs larvas se quiser conhecer as borboletas.
Como eu nĂŁo tenho o dom de ler pensamentos, eu me preocupo somente
em ser amigo e nĂŁo saber quem Ă© inimigo. Pois assim, eu consigo apertar
a mĂŁo de quem me odeia e ajudar a quem nĂŁo faria por mim o mesmo.
AMIGO...
HĂĄ certas horas, que nĂŁo precisamos da paixĂŁo desmedida
NĂŁo queremos beijo na boca
E nem desejamos corpos a se encontrar
na maciez da cama...
HĂĄ certas horas,
Que sĂł queremos a mĂŁo no ombro,
O abraço apertado
Ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado
Sem nada dizer...
HĂĄ certas horas,
Quando estamos quase pra chorar,
Que desejamos a presença amiga,
A nos ouvir paciente,
A brincar com a gente,
A nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas mais sem graça
Que ache as nossas tristezas as maiores do mundo
Ou que nos teça elogios sem fim...
Mas que apesar de todas essas mentiras Ășteis,
Nos seja de uma sinceridade inquestionĂĄvel...
Alguém que nos mande calar a boca
Ou nos evite um gesto impensado
Alguém que nos possa dizer:
Acho que estĂĄs errado, mas estou ao teu lado...
Ou alguĂ©m que apenas diga: Amo vocĂȘ!
Aprendi a amar menos, o que foi uma pena, e aprendi a ser mais cĂnica com a vida, o que tambĂ©m foi uma pena, mas necessĂĄrio. Viver pra sempre tĂŁo boba e perdida teria sido fatal.
Nota: Trecho da crĂŽnica "O garoto do pandeiro".
Nega-me o pĂŁo, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque entĂŁo morreria.
Nota: Trecho do poema "O teu sorriso" de Pablo Neruda
VocĂȘ pode atĂ© dizer que nĂŁo entendeu o que eu disse. Mas jamais poderĂĄ dizer que nĂŁo entendeu como eu te olhei.
Eu gostaria de lhe agradecer pelas inĂșmeras vezes que vocĂȘ me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua capacidade de me olhar devagar, jĂĄ que nessa vida muita gente jĂĄ me olhou depressa demais.
Eu descobri que tentar nĂŁo ser ingĂȘnua Ă© a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira nĂŁo me dĂĄ medo porque ser inteira jĂĄ Ă© ser muito corajosa.
Nota: Trecho da crĂŽnica "O Ăltimo".
A gente destrĂłi aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo
os valentes destroem com a espada.
Mas a gente sempre destrĂłi aquilo que mais ama.