Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz.

Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.

Clarice Lispector
A legiĂŁo estrangeira. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964.

Cada um tem de mim exatamente o que cativou.

Desconhecido

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuĂ­da a Charles Chaplin.

Inconfesso Desejo

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
NĂŁo me falta vontade
NĂŁo me falta desejo
VocĂȘ Ă© minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudĂĄvel
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
VocĂȘ Ă© a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que Ă© largar tudo
Para viver com vocĂȘ
Este inconfesso desejo

Desconhecido

Nota: O poema costuma ser atribuĂ­do a Carlos Drummond de Andrade, mas nĂŁo hĂĄ fontes que confirmem essa autoria.

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Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias nĂŁo confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, nĂŁo percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que, apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para nĂŁo abrir mĂŁo de se sentir feliz.
As coisas vĂŁo dar certo.
Vai ter amor, vai ter fĂ©, vai ter paz – se nĂŁo tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusÔes dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas como velas.

Ana JĂĄcomo

Nota: Adaptação do texto "Tomara", muitas vezes erroneamente atribuído a Caio Fernando Abreu.

O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidĂŁo para ensinar a convivĂȘncia. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tĂ©dio para ressaltar a importĂąncia da aventura e do abandono. Deus usa o silĂȘncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saĂșde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a ĂĄgua. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importĂąncia da vida.

Paulo Coelho

Nota: Trecho do livro "Manual do Guerreiro da Luz".

Eu sei, eu sei, o eterno clichĂȘ “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu nĂŁo vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver vocĂȘ passar e nĂŁo sentir cada milĂ­metro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo nĂŁo vai desaparecer. O fim do amor Ă© ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor estĂĄ cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu nĂŁo quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro Ă  beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por vocĂȘ nĂŁo me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportĂĄvel, nĂŁo desista.

POEMA da SAUDADE

Em alguma outra vida,devemos ter feito algo muito grave,para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta doĂ­.
Bater o queixo no chĂŁo doĂ­.
DoĂ­ morder a lĂ­ngua,cĂłlica doĂ­, doĂ­ torcer o tornozelo.
Doí bater a cabeça na quina da mesa,carie doí,pedras nos rins também doí.
Mas o que mais doĂ­ Ă© a saudade.
Saudade de um irmĂŁo que mora longe.
Saudade de uma brincadeira de infĂąncia.
Saudade do gosto de uma fruta que nĂŁo se encontra mais.
Saudade do amigo imaginĂĄrio que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade de nĂłs mesmo,o tempo nĂŁo perdoĂĄ.
Mas a saudade mais dolorida Ă© a saudade de quem se Ama.
Saudade da pele,do cheiro,dos beijos.
Saudade da presença,e atĂ© da ausĂȘncia consentida.
VocĂȘ podia ficar na sala e ele no quarto,sem se verem,mas sabiam-se lĂĄ.
VocĂȘ podia ir para o dentista e ele para a trabalho,mas sabiam-se onde.
VocĂȘ podia ficar sem vĂȘ-lo,e ele sem vĂȘ-la,mas sabiam-se amanhĂŁ.
Contudo,quando o Amor de um acaba,ou torna-se menor no outro.
Sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade Ă© basicamente nĂŁo saber.
NĂŁo saber se ele continua fungando num ambiente mais frio.
NĂŁo saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Se aprendeu a entrar na internet,se aprendeu a ter calma no trĂąnsito.
Se continua preferindo cerveja a uĂ­sque(e qual a cerveja)
Se continua sorrindo com aqueles olhos apertados,e que sorriso lindo.
SerĂĄ que ele continua cantando aquelas mesmas musicas tĂŁo bem(ao menos eu admirava)?
SerĂĄ que ele continua fumando e se continua adorando Mac Donald's?
SerĂĄ que ele continua nĂŁo amando os livros,e ela cada vez mais?
E continua nĂŁo gostando de dar longas caminhadas,e ela nĂŁo assistindo televisĂŁo?
Serå que ele continua gostando de filmes de ação,e ela de chorar em comédias.
SerĂĄ que ela continua lendo os livros que jĂĄ leu?
SerĂĄ que ele continua tossindo cada vez que fuma?
Saber Ă© nĂŁo saber mesmo!!!
NĂŁo saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos,nĂŁo saber como encontrar
tarefas que lhe cessem o pensamento.
NĂŁo saber como frear as lĂĄgrimas diante de uma mĂșsica,nĂŁo saber como vencer a dor
de um silĂȘncio que nada preenche.
Saudade Ă© nĂŁo querer saber se ele estĂĄ com outra,e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz,e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro,se ele está mais belo.
Saudade Ă© nunca mais saber de quem se Ama e ainda assim doer.
Saudade Ă© isso que senti(e sinto) enquanto estive escrevendo e o que vocĂȘ (deveria)
provavelmente estar sentido agora depois que acabou de ler.”
Quem inventou a distĂąncia nunca sofreu a dor de uma saudade!

Martha Medeiros

Nota: VersĂŁo adaptada da crĂŽnica "A dor que dĂłi mais" de Martha Medeiros. Muitas vezes atribuĂ­da de forma errada a Miguel Falabella, sob o nome "Saudade" ou "Saudade dĂłi".

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NĂŁo Ă© a altura, nem o peso, nem os mĂșsculos que tornam uma pessoa grande, Ă© a sua sensibilidade sem tamanho.

Martha Medeiros
Non-stop: crĂŽnicas do cotidiano

Nota: Trecho da crĂŽnica "A Fita MĂ©trica do amor", de Martha Medeiros.

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Viver uma verdadeira experiĂȘncia amorosa Ă© um dos maiores prazeres da vida. Gostar Ă© sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das ideias de cada um. Condicionamos o amor Ă s nossas necessidades neurĂłticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nĂłs nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.

Cada um Ă© o Ășnico responsĂĄvel pelas suas prĂłprias necessidades. SĂł quem se ama pode encontrar em sua vida um amor de verdade.

A distĂąncia Ă© como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.

Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando vocĂȘ ficar mais velho e pensar no passado, poderĂĄ obter prazer uma segunda vez.

H. Jackson Brown Jr

Nota: Versão de trecho de uma adaptação do livro "Life's Little Instruction Book: 511 suggestions, observations, and reminders on how to live a happy and rewarding life" (1991) de H. Jackson Brown Jr. O texto é muitas vezes erradamente atribuído a Dalai Lama.

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Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque nĂŁo sei amar de outra maneira.

Diga o que vocĂȘ pensa com esperança.
Pense no que vocĂȘ faz com fĂ©.
Faça o que vocĂȘ deve fazer com amor!

AusĂȘncia fĂ­sica, ausĂȘncia da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficarĂĄ na lembrança e em algumas fotos.

Martha Medeiros

Nota: Autoria nĂŁo confirmada.

Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.

José Saramago
A segunda vida de Francisco de Assis

Nota: Fala do personagem Clara na peça de teatro "A segunda vida de Francisco de Assis" (1987) de José Saramago

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Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Mas chega, se nĂŁo houve troca, chega, porque amar sozinho Ă© solitĂĄrio demais, abandono demais, e vocĂȘ estĂĄ nessa vida para evoluir, mas nĂŁo para sofrer. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aĂ­ eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a Ășnica pessoa que pode realmente me fazer feliz.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crînica "A Última".

SÓ DÊ OUVIDOS A QUEM TE AMA

SĂł dĂȘ ouvidos a quem te ama. Outras opiniĂ”es, se nĂŁo fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque nĂŁo Ă© capaz de viver bem a sua prĂłpria vida. É especialista em receitas mĂĄgicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua prĂłpria histĂłria, fracassa.

Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Då conselhos, propÔe soluçÔes, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer.

SĂł dĂȘ ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusaçÔes de quem nĂŁo te conhece. NĂŁo coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. HĂĄ muitos que vĂŁo feridos pela vida porque nĂŁo souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteĂșdo mentiroso delas.
HĂĄ muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque nĂŁo se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: sĂł dĂȘ ouvidos a quem te ama. NĂŁo se ocupe demais com as opiniĂ”es de pessoas estranhas. SĂł a cumplicidade e conhecimento mĂștuo pode autorizar alguĂ©m a dizer alguma coisa a respeito do outro.

Ando pensando no poder das palavras. Hå palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Hå mais beleza em construir que destruir.

Repito: sĂł dĂȘ ouvidos a quem te ama. Tudo mais Ă© palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.

SĂł mais uma coisa. NĂŁo te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha nĂŁo achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.

O que te salva nĂŁo Ă© o que os outros andam achando, mas Ă© o que Deus sabe a teu respeito.

VocĂȘ diz que ama a chuva, mas vocĂȘ abre seu guarda-chuva quando chove. VocĂȘ diz que ama o sol, mas vocĂȘ procura um ponto de sombra quando o sol brilha. VocĂȘ diz que ama o vento, mas vocĂȘ fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. VocĂȘ tambĂ©m diz que me ama.

Qyazzirah Syeikh Ariffin

Nota: A citação costuma ser erroneamente atribuída a Bob Marley e William Shakespeare, mas alguns sites apontam que a autoria pertence ao poeta turco Qyazzirah Syeikh Ariffin.

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