Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez nĂŁo amanhĂŁ, mas dentro de uma semana, um mĂȘs ou dois, quem sabe? O verĂŁo estĂĄ aĂ, haverĂĄ sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada âimpulso vitalâ. Pois esse impulso Ă s vezes cruel, porque nĂŁo permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrarĂĄ quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderĂĄs pensando algo assim como âestou contente outra vezâ.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto,
Mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas
renĂșncias e loucuras, alguĂ©m me valoriza
pelo que sou, nĂŁo pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida proporciona,
que dĂȘ valor ao que realmente importa,
que Ă© meu sentimento... e nĂŁo brinque com ele.
Nota: Trecho adulterado de um poema da autora.
Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderå uma longa explicação.
Sendo este um jornal por excelĂȘncia, e por excelĂȘncia dos precisa-se e oferece-se, vou pĂŽr um anĂșncio em negrito: precisa-se de alguĂ©m homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta estĂĄ tĂŁo contente que nĂŁo pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a prĂłpria alegria. Ă urgente pois a alegria dessa pessoa Ă© fugaz como estrelas cadentes, que atĂ© parece que sĂł se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite Ă© muito perigosa e nenhuma ajuda Ă© possĂvel e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anĂșncio sĂł tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. NĂŁo faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dĂĄ Ă© tĂŁo grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se tambĂ©m que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se tambĂ©m uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. DĂĄ-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. NĂŁo se precisa de prĂĄtica. E se pede desculpa por estar num anĂșncio a dilacerar os outros. Mas juro que hĂĄ em meu rosto sĂ©rio uma alegria atĂ© mesmo divina para dar.
O VELHO E A FLOR
Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que Ă© o amor.
Ninguém sabia me dizer,
Eu jå queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:
O amor Ă© o carinho,
Ă o espinho que nĂŁo se vĂȘ em cada flor.
Ă a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.
A dor Ă© inevitĂĄvel. O sofrimento Ă© opcional.
FELICIDADE REALISTA
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. NĂŁo Ă© tarefa das mais fĂĄceis. A princĂpio, bastaria ter saĂșde, dinheiro e amor, o que jĂĄ Ă© um pacote louvĂĄvel, mas nossos desejos sĂŁo ainda mais complexos.
NĂŁo basta que a gente esteja sem febre: queremos, alĂ©m de saĂșde, ser magĂ©rrimos, sarados, irresistĂveis. Dinheiro? NĂŁo basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olĂmpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... nĂŁo basta termos alguĂ©m com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso Ă© pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiĂșsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declaraçÔes e presentes inesperados, queremos jantar Ă luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diĂĄrio, queremos ser felizes assim e nĂŁo de outro jeito.
Ă o que dĂĄ ver tanta televisĂŁo. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que sĂł podemos ser felizes formando um par, e nĂŁo como Ămpares? Ter um parceiro constante nĂŁo Ă© sinĂŽnimo de felicidade, a nĂŁo ser que seja a felicidade de estar correspondendo Ă s expectativas da sociedade, mas isso Ă© outro assunto. VocĂȘ pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com trĂȘs parceiros, feliz sem nenhum. NĂŁo existe amor minĂșsculo, principalmente quando se trata de amor-prĂłprio.
Dinheiro Ă© uma benção. Quem tem, precisa aproveitĂĄ-lo, gastĂĄ-lo, usufruĂ-lo. NĂŁo perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas nĂŁo aprisionado. E se a gente tem pouco, Ă© com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fĂ© e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista Ă© fazer o possĂvel e aceitar o improvĂĄvel. Fazer exercĂcios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relĂłgio: hora de acordar. Ă importante pensar-se ao extremo, buscar lĂĄ dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida nĂŁo Ă© um game onde sĂł quem testa seus limites Ă© que leva o prĂȘmio. NĂŁo sejamos vĂtimas ingĂȘnuas desta tal competitividade. Se a meta estĂĄ alta demais, reduza-a. Se vocĂȘ nĂŁo estĂĄ de acordo com as regras, demita-se. Invente seu prĂłprio jogo.
Nota: Apesar de muitas vezes atribuĂda, de forma errĂŽnea, a MĂĄrio Quintana, essa crĂŽnica Ă© da autoria de Martha Medeiros, tendo sido originalmente publicada no site Almas GĂȘmeas em 08/01/2001 e depois integrada no livro "Montanha-Russa".
...MaisDeus nos concede, a cada dia, uma pĂĄgina de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.
Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo Ă s vezes, como se nĂŁo te amasse sempre.
Soneto 18
Se te comparo a um dia de verĂŁo
Ăs por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chĂŁo
E o tempo do verĂŁo Ă© bem pequeno.
Ăs vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que Ă© belo declina num sĂł dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verĂŁo serĂĄ eterno,
E a beleza que tens nĂŁo perderĂĄs;
Nem chegarĂĄs da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerĂĄs.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farĂŁo viver.
Deus costuma usar a solidĂŁo
Para nos ensinar sobre a convivĂȘncia.
Ăs vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importĂąncia da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silĂȘncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Ăs vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importĂąncia da saĂșde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a ĂĄgua.
Ăs vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importĂąncia da vida.
O homem nĂŁo morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.
Nota: Adaptação de outro pensamento do autor, por vezes erroneamente atribuĂdo a Charles Chaplin.
JĂĄ nĂŁo se encantarĂŁo os meus olhos nos teus olhos,
jå não se adoçarå junto a ti a minha dor.
Mas para onde vĂĄ levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarĂĄs a minha dor.
Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.
Fui teu, foste minha. Tu serĂĄs daquele que te ame,
daquele que corte na tua chĂĄcara o que semeei eu.
Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.
...Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.
Costumamos dizer que amigos de verdade sĂŁo os que estĂŁo ao seu lado em momentos difĂceis... Mas nĂŁo! Amigos verdadeiros sĂŁo os que suportam a tua felicidade! Porque em um momento difĂcil qualquer um se aproxima de vocĂȘ. Mas o seu inimigo jamais suportaria a sua felicidade!
VocĂȘ foi a esperança nos meus dias de solidĂŁo, a angĂșstia dos meus instantes de dĂșvida, a certeza nos momentos de fĂ©.
FĂĄcil Ă© sair com vĂĄrias pessoas ao longo da vida. DifĂcil Ă© entender que pouquĂssimas delas vĂŁo te aceitar como vocĂȘ Ă© e te fazer feliz por inteiro. DifĂcil Ă© ocupar o coração de alguĂ©m. Saber que se Ă© realmente amado.
Nota: Trecho do poema "ReverĂȘncia ao destino".
Alguns vão te odiar, fingem que te amam agora. Então, pelas costas, eles tentam te eliminar. Mas quem Jah abençoa, ninguém amaldiçoa.
Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser sĂł sua.
Nota: Adaptação de trechos de "Lua Adversa".
Eu nĂŁo preciso de vocĂȘ nem para andar e nem para ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado.