Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Chorar Ă© diminuir a profundidade da dor.

Quando vocĂȘ quer alguma coisa, todo o universo conspira para que vocĂȘ realize o seu desejo.

Paulo Coelho
O Alquimista. Rio de Janeiro: Rocco. 1990.

Nota: Trecho adaptado do livro "O Alquimista".

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Escrever Ă© esquecer. A literatura Ă© a maneira mais agradĂĄvel de ignorar a vida. A mĂșsica embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretĂȘm. A primeira, porĂ©m, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, nĂŁo se afastam da vida - umas porque usam de fĂłrmulas visĂ­veis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa
SOARES, B. Livro do Desassossego. Vol.II. Lisboa: Ática. 1982. 505p.

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem Ă© que
Quem Ă© macho
Quem Ă© fĂȘmea
Quem Ă© humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nĂłs
Sabe ser um!

Um dia
Um mĂȘs
Um ano
Um(a) vida!

Desconhecido

Nota: O poema costuma ser atribuĂ­do a Mario Quintana, mas nĂŁo hĂĄ fontes que confirmem essa autoria.

Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. Vol. II. Mem Martins: Europa-América, 1986.

O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso.

Friedrich Nietzsche
Assim Falou Zaratustra

A amizade Ă© um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

NĂŁo corrigir nossas faltas Ă© o mesmo que cometer novos erros.

As mulheres existem para que as amemos, e nĂŁo para que as compreendamos.

No fim tu hĂĄs de ver que as coisas mais leves sĂŁo as Ășnicas
que o vento nĂŁo conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o prĂłprio vento...

Mario Quintana
Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.

Nota: Poema O que o vento nĂŁo levou.

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SONETO LXXXVIII

Quando me tratas mal e, desprezado,
Sinto que o meu valor vĂȘs com desdĂ©m,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus prĂłprios erros,
A te apoiar te ponho a par da histĂłria
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
EntĂŁo, ao me perder, tens toda a glĂłria.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim Ă© o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

William Shakespeare

Nota: Soneto 88.

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso Ă© meu Deus
Que frio que me dĂĄ o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus sĂł p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus jĂĄ nĂŁo pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais larĂĄ-larĂĄ
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que sĂł se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Vinicius de Moraes
Letra da mĂșsica "Pela luz dos olhos teus"

Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.

Dialética

É claro que a vida Ă© boa
E a alegria, a Ășnica indizĂ­vel emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...

Vinicius de Moraes
Álbum "Antologia Poética"

NĂŁo Ă© amigo aquele que alardeia a amizade: Ă© traficante; a amizade sente-se, nĂŁo se diz...

Machado de Assis
O Ășltimo dia de um poeta (1867).

Como fica forte uma pessoa quando estĂĄ segura de ser amada!

Sigmund Freud
Cartas de Sigmund Freud (1873-1939).

Nota: Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays, escrita em 27 de junho de 1882.

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Ser profundamente amado por alguém nos då força; amar alguém profundamente nos då coragem.

Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração.

A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir Ă© viver e pensar Ă© saber viver. Para mim, pensar Ă© viver e sentir nĂŁo Ă© mais que o alimento de pensar.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. SĂŁo Paulo: Montecristo, 2012

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta Ă© um fingidor.
Finge tĂŁo completamente
Que chega a fingir que Ă© dor
A dor que deveras sente.

E os que lĂȘem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
NĂŁo as duas que ele teve,
Mas sĂł a que eles nĂŁo tĂȘm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razĂŁo,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa
Cancioneiro. L&PM Editores. 2007