Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.

Carlos Drummond de Andrade
"O Avesso das Coisas: Aforismos". Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.

Quase

Ainda pior que a convicção do nĂŁo e a incerteza do talvez Ă© a desilusĂŁo de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e nĂŁo foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu estĂĄ vivo, quem quase amou nĂŁo amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairĂŁo do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, estå estampada na distùncia e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

NĂŁo Ă© que fĂ© mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que nĂŁo podem ser mudadas resta-nos somente paciĂȘncia porĂ©m,preferir a derrota prĂ©via Ă  dĂșvida da vitĂłria Ă© desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros hĂĄ perdĂŁo; pros fracassos, chance; pros amores impossĂ­veis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim Ă© instantĂąneo ou indolor nĂŁo Ă© romance. NĂŁo deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em vocĂȘ. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive jĂĄ morreu.

Sarah Westphal

Nota: Texto escrito por Sarah Westphal, mas muitas vezes atribuído a Luís Fernando Veríssimo, que desmentiu sua autoria e "encontrou" a verdadeira autora através da sua coluna na Zero Hora, em Março de 2005.

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Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.

Antoine de Saint-Exupéry
Terra dos Homens. Editora Nova Fronteira. 2006

Nota: Tradução livre do original "Terre des Hommes".

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A dĂșvida Ă© o princĂ­pio da sabedoria.

A gente nĂŁo faz amigos, reconhece-os.

Garth Henrichs
"Sunshine Magazine".

Nota: Frase por vezes atribuĂ­da, de forma errĂŽnea, a VinĂ­cius de Moraes.

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A tradição é a personalidade dos imbecis.

Desconhecido

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser atribuĂ­da a Albert Einstein e Maurice Ravel.

O poeta Ă© um fingidor.
Finge tĂŁo completamente
Que chega a fingir que Ă© dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho do poema "Autopsicografia", de Fernando Pessoa.

Uma mulher bonita nĂŁo Ă© aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparĂȘncia Ă© de tal beleza que nĂŁo deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.

SĂȘneca
Letters from a Stoic

RECOMEÇAR

NĂŁo importa onde vocĂȘ parou,
em que momento da vida vocĂȘ cansou,
o que importa Ă© que sempre Ă© possĂ­vel
e necessårio "Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em vocĂȘ de novo.

Sofreu muito nesse perĂ­odo?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoĂĄ-las um dia.

Sentiu-se sĂł por diversas vezes?
É por que fechaste a porta atĂ© para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o inĂ­cio da tua melhora.

Pois Ă©!
Agora Ă© hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissĂŁo?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundĂŁo
de meu Deus te esperando.

TĂĄ se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que vocĂȘ afastou
com o seu "perĂ­odo de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de vocĂȘ.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nĂłs mesmos nos suportamos.
Ficamos horrĂ­veis.
O mau humor vai comendo nosso fĂ­gado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde vocĂȘ quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nĂłs
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

JĂĄ se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E Ă© hoje o dia da Faxina Mental.

Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonĂĄveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nĂłs somos o "Amor".

Paulo Roberto Gaefke

Nota: Muitas vezes atribuído, de forma errÎnea, a Carlos Drummond de Andrade, o texto é da autoria de Paulo Roberto Gaefke e se intitula Recomeçar (ou Faxina na Alma). Algumas versÔes do texto terminam com a frase "Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura", de Fernando Pessoa.

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Se me esqueceres, sĂł uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

Mario Quintana

Nota: VersĂŁo adaptada de trecho do poema Bilhete.

Tenho pensamentos que, se pudesse revelĂĄ-los e fazĂȘ-los viver, acrescentariam nova luminosidade Ă s estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.

Fernando Pessoa
Alguma prosa. Editora Nova Aguilar. 1976.

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliaçÔes, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contĂȘm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida nĂŁo explica
Que sĂł se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes
Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960

A arte de viver Ă© simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como Ă© difĂ­cil!

Mario Quintana
Poesia Completa

SĂł se vĂȘ bem com o coração, o essencial Ă© invisĂ­vel aos olhos.

Antoine de Saint-Exupéry
O pequeno prĂ­ncipe.

Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo.

ConfĂșcio
Anacletos

Uma vida nĂŁo questionada nĂŁo merece ser vivida.

METADE

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
NĂŁo me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim Ă© o que eu grito,
Mas a outra metade Ă© silĂȘncio...

Que a mĂșsica que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim Ă© partida
Mas a outra metade Ă© saudade...

Que as palavras que eu falo
NĂŁo sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a Ășnica coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade Ă© o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensĂŁo que me corrĂłi por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim Ă© o que penso
Mas a outra metade Ă© um vulcĂŁo...

Que o medo da solidĂŁo se afaste
E que o convĂ­vio comigo mesmo
Se torne ao menos suportĂĄvel;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infĂąncia;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu nĂŁo sei...

Que nĂŁo seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espĂ­rito
E que o teu silĂȘncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim Ă© abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela nĂŁo saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque Ă© preciso simplicidade para fazĂȘ-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim Ă© amor
E a outra metade... também.

Oswaldo Montenegro
libreto da peça “João sem Nome”. 1975

Nota: MĂșsica "Metade". A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuĂ­da a Ferreira Gullar.

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O passado nĂŁo reconhece o seu lugar: estĂĄ sempre presente...

Mario Quintana
Poesia Completa

Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.

ConfĂșcio

Nota: Possível adaptação de Link

As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensĂĄvel o concurso de uma pequena antipatia fĂ­sica.

Friedrich Nietzsche
Humano, Demasiado Humano