Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.
Quase
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. à o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu estå vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, Ă s vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor nĂŁo me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, estĂĄ estampada na distĂąncia e frieza dos sorrisos, na frouxidĂŁo dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem atĂ© pra ser feliz. A paixĂŁo queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas nĂŁo sĂŁo. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar nĂŁo teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-Ăris em tons de cinza. O nada nĂŁo ilumina, nĂŁo inspira, nĂŁo aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
NĂŁo Ă© que fĂ© mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que nĂŁo podem ser mudadas resta-nos somente paciĂȘncia porĂ©m,preferir a derrota prĂ©via Ă dĂșvida da vitĂłria Ă© desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros hĂĄ perdĂŁo; pros fracassos, chance; pros amores impossĂveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim Ă© instantĂąneo ou indolor nĂŁo Ă© romance. NĂŁo deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em vocĂȘ. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive jĂĄ morreu.
Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.
A gente nĂŁo faz amigos, reconhece-os.
A tradição é a personalidade dos imbecis.
O poeta Ă© um fingidor.
Finge tĂŁo completamente
Que chega a fingir que Ă© dor
A dor que deveras sente.
Nota: Trecho do poema "Autopsicografia", de Fernando Pessoa.
Uma mulher bonita nĂŁo Ă© aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparĂȘncia Ă© de tal beleza que nĂŁo deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.
RECOMEĂAR
NĂŁo importa onde vocĂȘ parou,
em que momento da vida vocĂȘ cansou,
o que importa Ă© que sempre Ă© possĂvel
e necessårio "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
à renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em vocĂȘ de novo.
Sofreu muito nesse perĂodo?
Foi aprendizado.
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoĂĄ-las um dia.
Sentiu-se sĂł por diversas vezes?
à por que fechaste a porta até para os outros.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o inĂcio da tua melhora.
Pois Ă©!
Agora Ă© hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego?
Uma nova profissĂŁo?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?
Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundĂŁo
de meu Deus te esperando.
TĂĄ se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que vocĂȘ afastou
com o seu "perĂodo de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de vocĂȘ.
Quando nos trancamos na tristeza nem
nĂłs mesmos nos suportamos.
Ficamos horrĂveis.
O mau humor vai comendo nosso fĂgado,
até a boca ficar amarga.
Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.
Onde vocĂȘ quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nĂłs
aquilo que desejamos.
Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.
JĂĄ se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E Ă© hoje o dia da Faxina Mental.
Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.
Lembre-se somos apaixonĂĄveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nĂłs somos o "Amor".
Nota: Muitas vezes atribuĂdo, de forma errĂŽnea, a Carlos Drummond de Andrade, o texto Ă© da autoria de Paulo Roberto Gaefke e se intitula Recomeçar (ou Faxina na Alma). Algumas versĂ”es do texto terminam com a frase "Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e nĂŁo do tamanho da minha altura", de Fernando Pessoa.
...MaisSe me esqueceres, sĂł uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
Nota: VersĂŁo adaptada de trecho do poema Bilhete.
Tenho pensamentos que, se pudesse revelĂĄ-los e fazĂȘ-los viver, acrescentariam nova luminosidade Ă s estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliaçÔes, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
Ă bom sentĂĄ-lo novamente ao lado
Com olhos que contĂȘm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida nĂŁo explica
Que sĂł se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
A arte de viver Ă© simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como Ă© difĂcil!
METADE
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
NĂŁo me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim Ă© o que eu grito,
Mas a outra metade Ă© silĂȘncio...
Que a mĂșsica que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim Ă© partida
Mas a outra metade Ă© saudade...
Que as palavras que eu falo
NĂŁo sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a Ășnica coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade Ă© o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensĂŁo que me corrĂłi por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim Ă© o que penso
Mas a outra metade Ă© um vulcĂŁo...
Que o medo da solidĂŁo se afaste
E que o convĂvio comigo mesmo
Se torne ao menos suportĂĄvel;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infĂąncia;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu nĂŁo sei...
Que nĂŁo seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espĂrito
E que o teu silĂȘncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim Ă© abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela nĂŁo saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque Ă© preciso simplicidade para fazĂȘ-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim Ă© amor
E a outra metade... também.
Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.
Nota: PossĂvel adaptação de Link
As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensĂĄvel o concurso de uma pequena antipatia fĂsica.