Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Quero um amor sossegado. AlguĂ©m para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafunĂ©, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor Ă© uma amizade sem inveja. Ă um sonho com realidade. Ă uma realidade sem photoshop. O amor Ă© um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silĂȘncio que nĂŁo incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. NĂŁo tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussĂŁo, divergĂȘncias de opiniĂŁo. Mas, acima de tudo, tem paciĂȘncia. E vontade.
O amor de um pelo outro é como uma extensa sombra que se beija, sem qualquer esperança de realidade.
NĂŁo tem poesia nem palavra difĂcil e nem construção sofisticada. O amor Ă© simples como sorrir numa droga de fila. E nĂŁo se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.
Olha: nĂŁo posso mais! Ando tĂŁo cheio
Deste amor, que minhâalma se consome
De te exaltar aos olhos do universo...
Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:
E, fatigado de calar teu nome,
Quase o revelo no final de um verso.
A gente nunca perde por ser puro, por ser ingĂȘnuo, por querer dar amor. Quem perde Ă© o outro que nĂŁo soube receber.
O amor Ă© paciente, o amor Ă© prestativo, nĂŁo Ă© invejoso, nĂŁo se ostenta, nĂŁo se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, nĂŁo procura o seu prĂłprio interesse, nĂŁo se irrita, nĂŁo guarda rancor. NĂŁo se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crĂȘ, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais se passarĂĄ. Quantos Ă s profecias, desaparecerĂŁo. Quanto Ă s lĂnguas, cessarĂŁo. Quanto Ă ciĂȘncia, tambĂ©m desaparecerĂĄ. Pois o nosso conhecimento Ă© limitado, e limitada Ă© a nossa profecia.
Nota: Trecho de 1 CorĂntios 13:1-13.
NĂŁo hĂĄ no cĂ©u fĂșria comparĂĄvel ao amor transformado em Ăłdio, nem hĂĄ no inferno ferocidade como a de uma mulher desprezada.
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu meus cartÔes de visita
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minha dieta
O amor comeu todos os meu livros de poesia
O amor comeu meu Estado, minha cidade
O amor comeu minha paz, minha guerra, meu dia e minha noite
Meu inverno, meu verĂŁo
Comeu meu silencio, minha dor de cabeça
O meu medo da morte