Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
O amor cresce com a doação.
O amor que damos Ă© o Ășnico que mantemos.
A Ășnica maneira de ter amor Ă© oferecĂȘ-lo aos outros.
Ă egoĂsta e cobiçosa. NĂŁo larga as pessoas em parte por amor, em parte por nĂŁo saber romper.
TĂŁo carente que sĂł o amor de todo o universo por mim poderia me consolar e me cumular.
Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies
com carinho, amor e compaixĂŁo. As crueldades que os animais sofrem pelas mĂŁos
dos homens estå além do nossa compreensão. Por favor, ajude a parar com esta
loucura
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se vocĂȘ nĂŁo conseguiu, se a vida nĂŁo deu, ou ele partiu â sem o menor pudor, invente um. Pode ser NatĂĄlia Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessĂvel, que vocĂȘ possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do PacĂfico Sul, GrĂ©cia, CancĂșn ou Miami, ao gosto do freguĂȘs. Que se possa sonhar, isso Ă© que conta, com mĂŁos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convĂ©s Ă lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados. NĂŁo lembrar dos que se foram, nĂŁo desejar o que nĂŁo se tem e talvez nem se terĂĄ, nĂŁo discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chĂĄs, de preferĂȘncia ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeĂna, se a barra pesar, vinhos, conhaques â tudo isso ajuda a atravessar agosto.
Nota: Trecho da crÎnica SugestÔes para atravessar agosto, publicada originalmente no jornal "O Estado de S. Paulo", em 6 de agosto de 1999.
...MaisPara um roxo dia de sol de fevereiro
Este vazio de amor todos os dias: a cabeça pesada ao meio-dia, a boca amarga, um cheiro de sono e solidĂŁo nos cabelos, uma xĂcara de cafĂ© bem forte espantando os arcanos da madrugada, e muitos cigarros, as roupas, o espelho, os colares, as pulseiras. Procuro e nĂŁo acho. Mas saio para a rua todo de roxo, a barriga de fora.
O sol bate forte na cabeça. O sol bate forte e reflete na calçada e dissolve o corpo em gotas pegajosas escorrendo nojentas e brilhantes pelos braços e pelas pernas por baixo do roxo até cair sobre o asfalto formando pequenas poças que logo se evaporam subindo pelos raios do sol cor de cenoura de fevereiro para novamente descer do alto despertando o suor roxo adormecido no meu corpo.
E na esquina riem. Eu nĂŁo ligo, mas riem e falam baixinho entre si, homens dispostos na calçada com as camisas abertas entre as verduras da tenda da esquina, os homens de pelos aparecendo pelas aberturas da camisa cochicham entre si e riem. Mas eu piso firme e ergo a cabeça e dentro do meu roxo caminho sĂł-rindo entre as verduras e os cochichos, e ninguĂ©m entende: mas silenciam e principiam a rir baixo, apenas para eles, e nĂŁo tĂȘm coragem de dizer nada. Eu passo por seu silĂȘncio irĂŽnico e perplexo, a minha bolsa oscila, Ă© como se o sol coroasse minha cabeça e ninguĂ©m soubesse ao certo se rir ou calar, de espanto, porque nunca naquela rua passou alguĂ©m coroado por um sol roxo de fevereiro.
Depois sĂŁo os corredores e as escadas e o balcĂŁo claro do bar e os grupos de pessoas que nĂŁo distingo umas das outras, mas vou sorrindo, sou um projĂ©til orientado atĂ© certo ponto, depois dele, e Ă© agora o depois dele vou furando o desconhecido, violentando o mistĂ©rio, vou penetrando no incompreensĂvel, e sorrio para o inesperado, o corpo ereto projetado, e alguĂ©m me faz uma saudação oriental na porta de entrada e eu sorrio ainda mais largo: Ă© alguĂ©m semelhante a um cĂŁo sĂŁo bernardo, falta apenas o barrilzinho de chocolate, desses abençoados que riem o tempo todo e o tempo todo cantam e dizem coisas e soltam notas musicais por entre os pelos espessos da barba e do cabelo grande.
E entro na sala e sinto que os olhares se debruçam sobre mim e cumprimento alguns e outros e não penso nada: gozo a glória deste momento e sei que brilho mesmo sem saber para onde vou. E tombo sobre a mesa e tento arranjar no rosto um ar compungido, qualquer coisa modesta e bucólica, à beira do perdão, um olhar no horizonte nas janelas do arquivo, para que me amem, para que se condoam, para que não se ofendam com meu sol de hoje.
Mas hoje. Hoje nĂŁo. Ă impossĂvel perdoar no meio destas mĂĄquinas histĂ©ricas e destas pessoas que tĂŁo pouco sabem de si destas calças desbotadas do feltro verde do jornal mural das vozes que passam misturando marchas de carnaval John Lennon e Carlos Gardel Ă© impossĂvel sofrer entre os telefones que gritam e o suor que escorre e as laudas numeradas e as pilhas de jornais e livros e a porta que de vez em quando abre libertando vanderlĂ©ias comerciais e meninos de roupas coloridas e ar desvairado.
E hoje nĂŁo. Que nĂŁo me doa hoje o existir dos outros, que nĂŁo me doa hoje pensar nessa coisa puĂda de todos os dias, que nĂŁo me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado. Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda.
NĂO QUERO
Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
NĂŁo tenho a pretensĂŁo de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim Ă© saber que eu, em algum momento, fui insubstituĂvel... E que esse momento serĂĄ inesquecĂvel... SĂł quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renĂșncias e loucuras, alguĂ©m me valoriza pelo que sou, nĂŁo pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dĂȘ valor ao que realmente importa, que Ă© meu sentimento... e nĂŁo brinque com ele. E que esse alguĂ©m me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
NĂŁo quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele Ă© superior ao Ăłdio e ao rancor, e que nĂŁo existe vitĂłria sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhĂŁ serĂĄ outro dia, e se eu nĂŁo desistir dos meus sonhos e propĂłsitos, talvez obterei ĂȘxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "nĂŁo" que a gente teima em maquiĂĄ-lo de verde e entendĂȘ-lo como "sim". Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguĂ©m o quanto ele Ă© especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer Ă s pessoas que nada foi em vĂŁo... que o amor existe, que vale a pena se doar Ă s amizades Ă s pessoas, que a vida Ă© bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!
Nota: Adaptação de um poema muitas vezes atribuĂdo, de forma errĂŽnea, a Mario Quintana.
O que Ă© o amor?
Amor Ă© quando uma pessoa conhece todos seus segredos... seu mais profundo, escuro, e terrĂvel segredo que ninguĂ©m mais no mundo conhece... e ainda no fim, aquela pessoa nĂŁo pensa menos de vocĂȘ; atĂ© mesmo se o resto do mundo o faz.
Amor Ă© quando vocĂȘ acha que a pessoa com quem vocĂȘ se relacionava era egoĂsta, possessiva e infantilĂłide e isso nĂŁo reduz em nada a sua saudade, nĂŁo impede que a coisa que vocĂȘ mais gostaria neste instante Ă© de estar tocando os cabelos daquela egoĂsta, possessiva e infantilĂłide. Amor Ă© quando vocĂȘ sabe tintim por tintim as razĂ”es que impedem o seu relacionamento de dar certo, Ă© quando vocĂȘ tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, Ă© quando vocĂȘ nĂŁo tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda nĂŁo impede de fazĂȘ-lo chorar escondido quando ouve uma mĂșsica careta que lembra os seus 14 anos, quando vocĂȘ acreditava em milagres.
Como se ela tivesse sido a mais bela histĂłria de amor da sua vida. E que uma parte de vocĂȘ acredite que ela foi, de fato, a mais bela histĂłria de amor da sua vida.
"Porque amor Ă© justamente isso. Ă ficar inseguro, Ă© ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, Ă© ter medo de se perder todo dia. Ă vocĂȘ se ver mergulhado, enredado, em algo que vocĂȘ nĂŁo tem mais controle."
O amor Ă© um magnĂfico, frĂĄgil e complicado tesouro
Porque ora nos enche o coração de alegria,
Ora nos aflige, causa grande agonia
O amor Ă© capaz de nos encher de Ăąnimo, de paixĂŁo e de vida
Mas quĂŁo fracos nos torna
Com a simples sombra de uma despedida...
O amor que eu tenho por vocĂȘ
Ă inabalĂĄvel e jamais se esgota
Porque ele Ă© imenso e verdadeiro
E retĂ©m em si a prĂłpria essĂȘncia do tempo
E do universo:
Ă imortal,
Ă infinito,
Ă eterno.
A perfeição no amor consiste no sacrifĂcio dos desejos do amante que deseja somente agradar Ă pessoa amada.
Me desculpe, mas eu nĂŁo acredito no amor. Eu atĂ© queria acreditar, mas a vida vem me obrigando a fazer o contrĂĄrio. Quando eu acreditei que seria sincero, acabei me deparando com o que costumo chamar de âdecepçãoâ ou âtapa na caraâ. Sabe aquela escorregada que vocĂȘ precisa dar pra aprender a levantar? EntĂŁo, Ă© disso que estou falando.
O amor Ă© uma decisĂŁo, Ă© um julgamento, Ă© uma promessa. Se o amor fosse sĂł um sentimento, nĂŁo haveria base para a promessa de amar um ao outro para sempre. Um sentimento vem e pode ir. Como posso julgar se ele vai ficar para sempre, quando meu ato nĂŁo envolve julgamento e decisĂŁo.