Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
NĂŁo existe perdĂŁo com ressalvas. O verdadeiro perdĂŁo Ă© como o verdadeiro amor pregado por Cristo: Ă© sublime e incondicional.
Bom dia
Olha as flores que eu trouxe pra vocĂȘ, amor.
SĂŁo para comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro, entre nĂłs nĂŁo havia quase nada.
E agora Ă© sĂł vocĂȘ que me faz cantar
E Ă© sĂł vocĂȘ que me faz cantar...
Quando choramos abraçados e caminhamos lado a lado. Por favor amor me acredite, não hå palavras para explicar o que eu sinto...
Eu mudo constantemente, sou alegre e triste, grossa e simpĂĄtica, amor e Ăłdio, sorriso e lĂĄgrimas. Toda dia eu acordo e nĂŁo sou mais a mesma de ontem. EntĂŁo Ă© impossĂvel me descrever, dizer o que sou, o que eu gosto ou nĂŁo gosto. Posso querer muito algo por um tempo, e depois ser indiferente a isso. Me canso de coisas, de pessoas, de sentimentos e de lugares. Tudo Ă© incerto e mutĂĄvel demais dentro de mim.
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silĂȘncio; acaba em cafĂ©s engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automĂłvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada Ă alegria pĂłstuma, que nĂŁo veio; e acaba o amor no desenlace das mĂŁos no cinema, como tentĂĄculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidĂŁo; como se as mĂŁos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insĂŽnia dos braços luminosos do relĂłgio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumĂnio e espelhos monĂłtonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensĂŁo; Ă s vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmĂŁ dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensĂŁo ridĂcula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua Ă s provĂncias empoeiradas da Ăsia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsĂŁo da simplicidade simplesmente; no sĂĄbado, depois de trĂȘs goles mornos de gim Ă beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, Ă s vezes vingado por alguns dias, mas que nĂŁo floresceu, abrindo parĂĄgrafos de Ăłdio inexplicĂĄvel entre o pĂłlen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde hĂĄ mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepĂșsculos, caindo imperceptĂvel no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tĂ©dio para o tĂ©dio, na barca, no trem, no ĂŽnibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor nĂŁo começa; na usura o amor se dissolve; em BrasĂlia o amor pode virar pĂł; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em SĂŁo Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; Ă s vezes acaba na mesma mĂșsica que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o mĂ©dico sentencia imprestĂĄvel para o amor; e acaba no longo pĂ©riplo, tocando em todos os portos, atĂ© se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; Ă s vezes nĂŁo acaba e Ă© simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razĂŁo atĂ© que alguĂ©m, humilde, o carregue consigo; Ă s vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o ĂĄlcool; de manhĂŁ, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verĂŁo; na dissonĂąncia do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
Eu trocaria absolutamente tudo da minha vida pra viver um amor de verdade. TĂŽ tĂŁo cansada e triste.
Faça amor comigo
e vĂĄ embora antes do amanhecer.
Eu nĂŁo quero correr o risco de me apaixonar
ao acordar
e ainda ter vocĂȘ em meus braços.
Quando a gente ama alguém, de verdade, esse amor não se esquece. O tempo passa, tudo passa, mas no peito o amor permanece, e qualquer minuto longe é demais, a saudade atormenta, mas qualquer minuto perto é bom demais, o amor só aumenta.
Todas as cartas de amor sĂŁo ridĂculas, nĂŁo seriam cartas de amor se nĂŁo fossem ridĂculas.
Nota: Trecho de poema do livro "Poesias de Ălvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterĂŽnimo Ălvaro de Campos). Link
...MaisMe perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma.
Eu sĂł queria que vocĂȘ soubesse do muito amor e ternura que eu tinha â e tenho â pra vocĂȘ. Acho que Ă© bom a gente saber que existe desse jeito em alguĂ©m, como vocĂȘ existe em mim.
O amor perfeito Ă© realmente raro,
pois para ser um amante
Ă© necessĂĄrio que vocĂȘ tenha
continuamente
a sutileza de um sĂĄbio,
a flexibilidade de uma criança,
a sensibilidade de um artista,
a compreensĂŁo de um filĂłsofo,
a aceitação de um santo,
a tolerĂąncia de um estudioso
e a força de um bravo.
Sem verdade, sem dĂșvida, nem dono. Boa Ă© a vida, mas melhor Ă© o vinho. O amor Ă© bom, mas Ă© melhor o sono.
Nota: Trecho de poema do livro "Poesias Inéditas (1930-1935)", de Fernando Pessoa.
O amor Ă© a ocasiĂŁo Ășnica de amadurecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado. Ă uma alta exigĂȘncia, uma ambição sem limites, que faz daquele que ama um eleito solicitado pelos mais vastos horizontes.
O amor, porém, é contagioso, com especialidade na solidão, onde a alma tem necessidade de uma companheira, e quando de todo não a encontra, divide-se ela própria para ser duas: uma, esperança; outra, saudade.
Temos o direito de fazer promessas de amor que nunca serão cumpridas. Não hå graça nenhuma em falar somente aquilo que se pode fazer.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida,
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirĂĄs que Ă© a Morte; eu direi que Ă© a Vida.