Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Gastei todas as minhas mentiras na paixĂŁo. Gastei todas as minhas verdades no amor. O que sobrou sou eu.
Quando pareço ausente, não creias:
hora a hora meu amor agarra-se aos teus braços,
hora a hora meu desejo revolve teus escombros,
e escorrem dos meus olhos mais promessas.
NĂŁo acredites nesse breve sono;
nĂŁo dĂȘs valor maior ao meu silĂȘncio;
e se leres recados numa folha branca,
não creias também: é preciso encostar
teus lĂĄbios nos meus lĂĄbios para ouvir.
Nem acredites se pensas que te falo:
palavras
sĂŁo meu jeito mais secreto de calar.
O amor e as represas sĂŁo iguais: se vocĂȘ deixa uma brecha por onde um fio de ĂĄgua possa se meter, aos poucos ele vai arrebentando as paredes, chega um momento em que ninguĂ©m consegue mais controlar a força da correnteza.
Mesmo no amor é puramente questão de fisiologia. Os moços querem ser fiéis e não são; os velhos querem ser infiéis e não podem.
Conta-se que havia na China uma mulher
belĂssima que enlouquecia de amor todos
os homens. Mas certa vez caiu nas
profundezas de um lago e assustou os peixes.
Quando, finalmente, estiver segura do amor dele, terĂĄ todo o vagar para, por sua vez, se apaixonar como ela bem o entender.
GitĂŁ
Ăs vezes vocĂȘ me pergunta
Por que Ă© que eu sou tĂŁo calado
NĂŁo falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...
VocĂȘ pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez vocĂȘ nĂŁo entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o mĂȘdo de amar...
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou..
Eu sou o seu sacrifĂcio
A placa de contra-mĂŁo
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Por que vocĂȘ me pergunta?
Perguntas nĂŁo vĂŁo lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da ĂĄgua e do ar...
VocĂȘ me tem todo dia
Mas nĂŁo sabe se Ă© bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em vocĂȘ
Mas vocĂȘ nĂŁo estĂĄ em mim...
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mĂŁo do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarĂŁo
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visĂŁo...
Euuuuuu!
Mas eu sou o amargo da lĂngua
A mĂŁe, o pai e o avĂŽ
O filho que ainda nĂŁo veio
O inĂcio, o fim e o meio
O inĂcio, o fim e o meio
Euuuuu sou o inĂcio
O fim e o meio
Euuuuu sou o inĂcio
O fim e o meio...
O amor Ă© sempre paciente e generoso. Nunca Ă© invejoso, nĂŁo Ă© rude nem egoĂsta. NĂŁo se ofende nem se ressente, mas se regozija com a verdade.
Nota: Adaptação de 1 CorĂntios 13:4-7.
AULA DE AMOR
Mas, menina, vai com calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E com alma eu amo a carne.
Faminto, me queria eu cheio
NĂŁo morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no traseiro virtude pĂŽr.
Muita menina sentiu perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao castigo:
O canto do cisne ele nĂŁo perdoou.
A Laranja
A laranja cortada ao meio,
Ămida de amor, anseia pela outra...
Ă assim, Ă© bem assim que eu te desejo!
AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Ai, ai, que olhos pĂŽs-me o amor no rosto,
Que nĂŁo se ligam com a real visĂŁo!
Se ligam, onde foi o juĂzo posto
Que ao certo lança falsa acusação?
Se o que meu falso olhar ama Ă© bonito
Que meios tem o mundo pra o negar?
E se o nĂŁo for, pelo amor fica dito
Que o olhar do mundo vence o de se amar.
Como pode do Amor o olhar ser justo
Se entre vigĂlia e pranto ele se verga?
E nem espanta o olhar errar de susto
Se sem céu claro nem o sol enxerga.
Esperto amor, com pranto a me cegar
Pra cobrir erros quando o amor olhar.
No momento em que partimos em busca do amor, ele também parte ao nosso encontro.
E nos salva.
Pra vocĂȘ guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra vocĂȘ guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cĂlios
Que o convite do silĂȘncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razĂŁo
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em vocĂȘ
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra vocĂȘ guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
CĂ©u cheiro e ar na cor que arco-Ăris
Risca ao levitar
Vou nascer de novo
LĂĄpis, edifĂcio, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lĂĄbios beijam signos feito sinos
Trilho a infùncia, terço o berço
Do seu lar
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade Ă© uma mentira.
Ă. E Ă© por isso que na minha lira
De amores fĂșteis poucas vezes falo.
Nota: Trecho de "Idealismo": Link