Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Hå quem diga que a distùncia atrapalha e que por causa dela o amor não existe, mas é por causa da distùncia que os beijos começam a ser sonhados e os abraços tão desejados. Os encontros tornam-se desejos. O coração passa a ser um só. A solidão pode até bater em sua porta, uma ou duas vezes, mas a certeza de ter um ao outro acaba com qualquer solidão. Os planos começam a ser feitos, com a certeza de que serão cumpridos. E pensar que estão cada um em um canto do mundo é como se estivessem juntos, o tempo inteiro. As palavras valem muito, valem tudo, são ditas, com a certeza da resposta. A felicidade é grande, mas não é medida por dias nem anos, mas por instantes. Podem haver milhÔes e milhÔes de quilÎmetros, mas o amor consegue ser um bilhão de vezes maior. A distùncia é algo que só quem consegue superar entende. O valor de uma foto, ou de uma carta, só quem vive sabe o valor de um verdadeiro amor.

O amor é grande mas cabe no breve espaço de beijar.

Carlos Drummond de Andrade

Nota: Trecho adaptado do poema "Amar se aprende amando" de Carlos Drummond de Andrade. Link

A feiura Ă© o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dĂĄ mais se tem.
- Por isso nunca se canse de amar, algum dia vocĂȘ verĂĄ os grandes frutos do seu amor que foi sempre cultivado.

Antoine de Saint-Exupéry

Nota: Autoria nĂŁo confirmada.

Porque eu te amo, tu nĂŁo precisas de mim.
Porque tu me amas, eu nĂŁo preciso de ti.
No amor, jamais nos deixamos completar.
Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessĂĄrios.

Roberto Freire
Ame e dĂȘ vexame

É que o amor Ă© essencialmente perecĂ­vel, e na hora em que nasce começa a morrer. SĂł os começos sĂŁo bons. HĂĄ entĂŁo um delĂ­rio, um entusiasmo, um bocadinho do cĂ©u. Mas depois! Seria pois necessĂĄrio estar sempre a começar, para poder sempre sentir?

Eça de Queirós
O Primo BasĂ­lio

Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. NĂŁo buscamos liçÔes, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. AlĂ©m do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fĂștil. Quanto a mim, nĂŁo procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar.

A diferença do amor e do ódio, é que pelo ódio a gente mata, e pelo amor a gente morre.

Quem Ă© homem de bem, nĂŁo trai o amor que lhe quer seu bem.

Vinicius de Moraes

Nota: Trecho da mĂșsica "Berimbau", composta por Vinicius de Moraes e Baden Powell. Link

Apenas seguir em frente. Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado. Segundo, porque todo amor deve ser recĂ­proco.

E um amor arruinado, ao ser reconstruĂ­do, cresce muito mais belo, sĂłlido e maior.

Dona moça

Menina-moça, tentaram me fazer acreditar que o amor nĂŁo existe e que sonhos estĂŁo fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquĂȘ de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi com a Dona Chica, que a vida, apesar de bruta, Ă© meio mĂĄgica. DĂĄ sempre pra tirar um coelho da cartola. E lĂĄ vou eu, nas minhas tentativas, Ă s vezes meio cegas, Ă s vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a prĂłxima etapa serĂĄ o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que nĂŁo dĂĄ Ă© pra ficar parado.

Se amanhĂŁ o que eu sonhei nĂŁo for bem aquilo, eu tiro um arco-Ă­ris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro Ă© maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrĂĄrios. É maior porque Ă© do bem. E nisso, sim, acredito atĂ© o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço. Disse um certo pai Ogum.

Cris Carvalho

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuĂ­da a Caio Fernando Abreu.

Amor Ă© fogo que arde sem se ver.

Luís de CamÔes

Nota: Trecho de soneto de Luís de CamÔes.

NĂŁo hĂĄ nada mais gostoso que um amor correspondido...

Amor que Ă© amor dura a vida inteira. Se nĂŁo durou Ă© porque nunca foi amor. O amor resiste Ă  distĂąncia, ao silĂȘncio das separaçÔes e atĂ© as traiçÔes. Sem perdĂŁo nĂŁo hĂĄ amor!

É sĂł acreditar que o amor Ă© eterno que ele termina. É sĂł acreditar que o amor terminou que ele recomeça.

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade Ă© uma mentira.
É. E Ă© por isso que na minha lira
De amores fĂșteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amĂĄ-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!

Pois Ă© mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —

E haja sĂł amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Vacina de ano novo

Muitos me desejaram paz e amor em 75. Mas havendo amor, haverĂĄ paz? Amor Ă© o contrario radioso dela. É inquietação, agitação, vontade de absorver o objeto amado, temor de perdĂȘ-lo, sentimento de nĂŁo merecĂȘ-lo, Ăąnsia de dominĂĄ-lo, masoquismo de ser dominado por ele, dor de nĂŁo o haver conhecido antes, dor de nĂŁo ocupar seu pensamento 24 horas por dia, e mais dias a pedir ao dia para ocupĂĄ-lo, brasa de imaginĂĄ-lo menos preso a mim do que eu a ele, desespero de o nĂŁo guardar no bolso, junto ao coração, ou fisicamente dentro deste, como sangue a circular eternamente e eternamente o mesmo. Amor Ă© isso e mais alguma triste coisa. E a tristeza incurĂĄvel do tempo nĂŁo passa fora de nĂłs, passa Ă© dentro e na pele marcada da gente, lembrando que eternidade Ă© ilusĂŁo de minutos e o ato de amor deste momento jĂĄ ficou mergulhado em ter sido. Amor Ă© paz?

Fico com medo. Mas o coração bate. O amor inexplicĂĄvel faz o coração bater mais depressa. A garantia Ășnica Ă© que eu nasci. Tu Ă©s uma forma de ser eu, e eu uma forma de te ser: eis os limites de minha possibilidade.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida.

Javier Velaza

Nota: Muitas vezes atribuĂ­do, de forma errĂŽnea, a Pablo Neruda. Trecho do poema "El salvavidas", presente no livro "Los arrancados" de Javier Velaza

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