Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Sempre que se começa a ter amor a alguĂ©m, no ramerrĂŁo, o amor pega e cresce Ă© porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idĂ©ia, querendo e ajudando, mas quando Ă© destino dado, maior que o miĂșdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e Ă© um sĂł facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota Ă© depois.
Aliança
De alguma maneira
Quero sempre me casar com vocĂȘ.
Para mim, este amor Ă© diferente, nĂŁo Ă© de papel passado.
Ă amor de papel presente.
As pessoas acham que o amor verdadeiro nĂŁo existe, porque elas passaram a nĂŁo acreditar nele, por isso ele foi desaparecendo, ele Ă© como uma pedra preciosa, Ă© raro vocĂȘ encontrar, mas nĂŁo quer dizer que nĂŁo exista.
O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traiçÔes. Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastaçÔes, da falta de brilho.
Amor
Vamos brincar, amor? vamos jogar peteca
Vamos atrapalhar os outros, amor, vamos sair correndo
Vamos subir no elevador, vamos sofrer calmamente e sem precipitação?
Vamos sofrer, amor? males da alma, perigos
Dores de mĂĄ fama Ăntimas como as chagas de Cristo
Vamos, amor? vamos tomar porre de absinto
Vamos tomar porre de coisa bem esquisita, vamos
Fingir que hoje Ă© domingo, vamos ver
O afogado na praia, vamos correr atrĂĄs do batalhĂŁo?
Vamos, amor, tomar thé na Cavé com madame de Sevignée
Vamos roubar laranja, falar nome, vamos inventar
Vamos criar beijo novo, carinho novo, vamos visitar N. S. do Parto?
Vamos, amor? vamos nos persuadir imensamente dos acontecimentos
Vamos fazer neném dormir, botar ele no urinol
Vamos, amor?
Porque excessivamente grave Ă© a Vida.
Amar sem penar Ă© bem raro
O verbo cumprir custa caro
Amor Ă© bem fĂĄcil achar
O que acho mais difĂcil
Ă saber amar
A melhor definição do amor não vale um beijo.
Nota: Trecho ligeiramente modificado do original, presente no conto "O Espelho".
...MaisNĂŁo sublimei o seu amor
apenas renunciei.
Pois vocĂȘ disse uma vez: foi muito bom o que aconteceu;
sendo assim houve descaso,
vocĂȘ conformou,
nĂŁo lutou e foi-se consolando.
Aprendi também a me consolar.
Tem razĂŁo o poeta: âO amor Ă© a coisa mais triste quando se desfaz.â Ă triste por causa do retrato:
porque ele faz lembrar uma felicidade que se teve e que nĂŁo se tem mais. O retrato Ă© uma sepultura.
Para quĂȘ mentir
fingir que perdoou
a emoção acabou
que coincidĂȘncia Ă© o amor
a nossa mĂșsica nunca mais tocou
Para quĂȘ usar de tanta educação
para destilar terceiras intençÔes
desperdiçando o mel
devagarzinho, flor e flor
entre os meus inimigos, beija-flor
Eu protegi o teu nome por amor
em um codinome beija-flor
nĂŁo responda nunca meu amor
para qualquer um na rua, beija-flor
Que sĂł eu que podia
dentro da tua orelha fria
dizer segredos de liquidificador
VocĂȘ sonhava acordada
um jeito de nĂŁo sentir dor
prendia o choro e aguava o bom do amor
prendia o choro e aguava o bom do amor
Um café e um amor. Quentes, por favor. Pra ter calma nos dias frios, pra dar colo quando as coisas estiverem por um fio.
O Mundo Ă© um Moinho
Ainda Ă© cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
JĂĄ anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irĂĄs tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estĂĄs resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo nĂŁo serĂĄs mais o que Ă©s
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tĂŁo mesquinho
Vai reduzir as ilusÔes a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarĂĄs sĂł o cinismo
Quando notares estĂĄs Ă beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
O amor nĂŁo precisa ser perfeito. Pra mim, basta que seja verdadeiro.
Ă aquela velha histĂłria. Amor, pra mim, sĂł dura em liberdade. Nasci pra ser livre e â quem quiser- que me deixe assim.