Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Modo de usar-se

"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questĂŁo financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lĂĄ, sĂł sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentĂĄrio. Mas nĂŁo fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.

Não costumo ir atrås desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde estå se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutåveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestÔes para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades båsicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, nĂŁo se negligencie. Use seu mĂ©dico, seu dentista, sua saĂșde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa vocĂȘ jĂĄ deve ter aprendido atĂ© aqui. Encoste-se na sua prĂłpria experiĂȘncia e intuição, honre sua histĂłria de vida, seu currĂ­culo, e se ele nĂŁo for tĂŁo atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas. Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurĂŽnios: pra todo o resto.

E este coração acomodado aĂ­ no peito? Use-o, ora bolas. NĂŁo fique protegendo-se de frustraçÔes sĂł porque seu grande amor da adolescĂȘncia nĂŁo deu certo. Ou porque seu casamento atĂ©-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. NĂŁo enviuve de si mesmo, ninguĂ©m morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a PatagĂŽnia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memĂłria e a emoção vĂȘm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa mĂșsica, estĂ­mulos e o silĂȘncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distĂąncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cĂ©rebro para nĂŁo morrer em vida. Use-se. Se vocĂȘ nĂŁo fizer, algum engraçadinho o farĂĄ. E vocĂȘ virarĂĄ assunto de beira de praia.

Martha Medeiros
CrĂŽnica "Modo de usar-se", 2004.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas GĂȘmeas, a 22 de março de 2004.

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Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pĂŽs-te ali.
A princĂ­pio nĂŁo te vi: nĂŁo soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda
Os versos do CapitĂŁo

A primeira vez

VocĂȘ sempre me disse que sua maior mĂĄgoa era eu nunca ter escrito um texto sobre vocĂȘ. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa.
VocĂȘ sempre foi o Ășnico homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado.
VocĂȘ sempre foi o Ășnico amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o Ășnico que sempre entendeu tambĂ©m, depois, eu dormir meio chorando porque Ă© impossĂ­vel abraçar sequer alguĂ©m, o que dirĂĄ o mundo.
Outro dia eu encontrei um diĂĄrio meu, de 99, e lĂĄ estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, Ă© vocĂȘ. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para vocĂȘ, eu por diversas vezes larguei vĂĄrios namorados meus, sentados, e dancei com vocĂȘ. Porque vocĂȘ Ă© meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tĂ­mido e desajeitado.
Depois encontrei uma foto em que vocĂȘ estĂĄ com um daqueles Ăłculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa Ă©poca vocĂȘ nĂŁo gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de vocĂȘ porque vocĂȘ tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridĂ­cula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito.
AĂ­ lembrei que alguns anos depois, quando eu jĂĄ nĂŁo era mais a bobinha da classe e sim uma estagiĂĄria metida a esperta que sĂł namorava figurĂ”es (uns babacas na verdade), vocĂȘ viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridĂ­culo. Mas foi menos ridĂ­culo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. VocĂȘ saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo.
Eu nĂŁo sei porque exatamente vocĂȘ nĂŁo mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do VinĂ­cius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, jĂĄ de saco cheio de eu ficar com vocĂȘ e com mais metade da cidade, vocĂȘ me deu aquele cartĂŁo postal da AmazĂŽnia com um tigre enrabando uma onça.
TambĂ©m nĂŁo sei porque eu nĂŁo escrevi um texto quando vocĂȘ apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu jĂĄ ouvi na minha vida “eu sei que vocĂȘ nĂŁo gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”.
Talvez eu devesse ter escrito um texto para vocĂȘ, quando eu te pedi a Ășnica coisa que nĂŁo se pede a alguĂ©m que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado estĂĄ viajando?”. E vocĂȘ fez. E vocĂȘ me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com vocĂȘ mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu nĂŁo amava vocĂȘ, vocĂȘ continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo.
Depois vocĂȘ começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para vocĂȘ. Claro que eu senti ciĂșmes e senti uma falta absurda de vocĂȘ. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso.
Depois eu tambĂ©m podia ter escrito sobre aquele dia que vocĂȘ me xingou atĂ© desopilar todos os cantos do seu fĂ­gado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente sĂł odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto vocĂȘ quiser desde que isso signifique que vocĂȘ ainda gosta um pouquinho de mim.
Minhas piadas, meu jeito de falar, atĂ© meu jeito de dançar ou de andar. Tudo Ă© vocĂȘ. Minha personalidade Ă© vocĂȘ. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo Ă© vocĂȘ. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invĂ©s de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo Ă© vocĂȘ. Eu sou mais vocĂȘ do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre vocĂȘ.
AtĂ© hoje. AtĂ© essa manhĂŁ. Em que vocĂȘ, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que vocĂȘ simplesmente foi embora. Como se eu fosse sĂł mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que nĂŁo sĂŁo ela. E que vocĂȘ usa para nĂŁo sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que vocĂȘ deixou eu te olhar, mesmo vocĂȘ nĂŁo gostando de mim.
E foi por isso, porque vocĂȘ deixou de ser o menino que me amava e passou a ser sĂł mais um que me usa, que vocĂȘ, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.

Amar a si mesmo Ă© na realidade a decisĂŁo menos egoĂ­sta que se pode ter, pois o Ășnico bem verdadeiro Ă© ser amado, e a forma eficaz de se conquistar isso nĂŁo Ă© fazendo o bem apenas a si mesmo.

O MUNDO SEM AS MULHERES.

O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quĂȘ? O sujeito quer ficar famoso pra quĂȘ? O indivĂ­duo malha, faz exercĂ­cios pra quĂȘ? A verdade Ă© que Ă© a mulher o objetivo do homem.

Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função da mulher. Vivem e pensam em mulher o dia inteiro, a vida inteira. Se a mulher não existisse, o mundo não teria ido pra frente. Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar sujeito igual a ele, de bigode e tudo. Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.

JĂĄ dizia a velha frase que 'atrĂĄs de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'. O dito estĂĄ envelhecido. Hoje eu diria que 'na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'.

É vocĂȘ, mulher, quem impulsiona o mundo. É vocĂȘ quem tem o poder, e nĂŁo o homem. É vocĂȘ quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das fĂ©rias. Bendita a hora em que vocĂȘ saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens.

E, se vocĂȘ que estĂĄ lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher. AĂ­ na sua casa, onde vocĂȘ trabalha, na rua. SĂł homens. JĂĄ pensou? Um casamento sem noiva? Um mundo sem sogras? Enfim, um mundo sem metas.

ALGUNS MOTIVOS PELOS QUAIS OS HOMENS GOSTAM TANTO DE MULHERES:

1- O cheirinho delas Ă© sempre gostoso, mesmo que seja sĂł xampu.
2- O jeitinho que elas tĂȘm de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro, nosso peito.
3- A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4- O jeito que tem de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito.
5- Como sĂŁo encantadoras quando comem.
6- Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7- Porque estĂŁo sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lĂĄ fora.
8- Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.
9- Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10- O modo que tem de sempre encontrar a nossa mĂŁo.
11- O brilho nos olhos quando sorriem.
12- O jeito que tem de dizer 'NĂŁo vamos brigar mais, nĂŁo..'
13- A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
14- O modo de nos beijarem quando dizemos 'eu te amo'.
15- Pensando bem, sĂł o modo de nos beijarem jĂĄ basta.
16- O modo que tĂȘm de se atirar em nossos braços quando choram.
17- O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
18- O jeitinho de dizerem 'estou com saudades'.
19- As saudades que sentimos delas.
20- A maneira que suas lĂĄgrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.

Desconhecido

Nota: Texto muitas vezes atribuĂ­do a Arnaldo Jabor, mas a primeira parte Ă© uma adaptação da crĂŽnica de MĂĄrio Prata "Pra cumemuiĂ©", publicada em 20/10/2003 na Revista Época. A autoria da segunda parte do texto nĂŁo foi confirmada.

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Quando dois coraçÔes se encontram...

Quando dois coraçÔes se encontram pulsam no mesmo ritmo... Quando duas almas se encontram e se reconhecem... O tempo é mera ilusão... E todo o sofrimento é um pequenino espinho no caminho...
A Saudade... A tristeza... A falta que vocĂȘ me faz...

Mas as alegrias simples... Como falar com vocĂȘ, mesmo pela internet ou telefone... Basta Falar, um oi, tudo bem? Transbordam do cĂĄlice os pequenos gestos de carinho... Que vocĂȘ tem para comigo movimentando turbilhĂ”es de sentimentos elevados... Que sobe as esferas mais elevadas dos cĂ©us emocionando ate os anjos do cĂ©u.

PorĂ©m... Esse momento ou encontro pode durar um segundo, um mĂȘs ou mil anos, mas serĂĄ eterno em meu coração... VocĂȘ me faz um bem tĂŁo intenso, que vocĂȘ nem imagina... Que se multiplicando por milhĂ”es, funde ao amor do Pai Celestial, objetivo dos objetivos.

Esse momento ou esse encontro pode se dar por um olhar, por carta, por telefone, pessoalmente, virtualmente e atĂ© telepaticamente... Acho (nĂŁo) tenho certeza que Ă© o que acontece com nos dois (pelo menos comigo), te amo telepaticamente, Te amo virtualmente, Te amo do fundo de minha alma. Sinto sua falta... VocĂȘ nem faz ideia....

Mas o que importa, sĂŁo suas açÔes... Seus pensamentos.... Suas palavras carinhosas... FicarĂŁo eternamente guardadas em minha alma... Como as ondas sonoras do rĂĄdio a viajar pelo espaço infinito... Semeando... semeando... Amor... Amor... PaixĂŁo... PaixĂŁo... Saudades... Saudades... Tristezas... Tristezas... Por estar longe de vocĂȘ...

É uma grande felicidade vocĂȘ ter entrado em minha vida... NĂŁo interessa como! VocĂȘ hoje faz parte da minha vida material e espiritual... Estou feliz da vida por vocĂȘ existir meu amorzinho do fundo do meu coração e da minha alma...

Nestes dias pensei muito em vocĂȘ... Queria vocĂȘ ao meu lado... Seus beijos... Mas nessa vida serĂĄ impossĂ­vel... Mas quem sabe na prĂłxima ou quem sabe... Nesta... NĂŁo sei... Sei de uma coisa senti muita saudade... Queria falar pelo menos um oi... JĂĄ bastava, um simples oi...

Adoro-te. Adoro-te. Eternamente... NĂŁo me pergunte por quĂȘ! E nem como! Pois nĂŁo sei! SĂł sei que te gosto muuuuiiiiitttttooooo.

As vezes penso se não tivesse te conhecido, não estaria sentindo sua falta, mas também não teria vivido momentos tão lindos e inesquecíveis.

MANIA DE EXPLICAÇÃO

Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira jå sabia. Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lå, explicando, sozinha.
SolidĂŁo Ă© uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco Ă© menos da metade.
Muito Ă© quando os dedos da mĂŁo nĂŁo sĂŁo suficientes.
Desespero são dez milhÔes de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
AngĂșstia Ă© um nĂł muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia Ă© quando o maestro de vocĂȘ se perde completamente. Preocupação Ă© uma cola que nĂŁo deixa o que nĂŁo aconteceu ainda sair de seu pensamento.
IndecisĂŁo Ă© quando vocĂȘ sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e påra.
Intuição é quando seu coração då um pulinho no futuro e volta råpido.
Pressentimento Ă© quando passa em vocĂȘ o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
RenĂșncia Ă© um nĂŁo que nĂŁo queria ser ele.
Sucesso Ă© quando vocĂȘ faz o que sempre fez sĂł que todo mundo percebe.
Vaidade Ă© um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha Ă© um pano preto que vocĂȘ quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho Ă© uma guarita entre vocĂȘ e o da frente.
Ansiedade Ă© quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva Ă© quando o cachorro que mora em vocĂȘ mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria Ă© um bloco de Carnaval que nĂŁo liga se nĂŁo Ă© fevereiro.
Felicidade Ă© um agora que nĂŁo tem pressa nenhuma.
Amizade Ă© quando vocĂȘ nĂŁo faz questĂŁo de vocĂȘ e se empresta pros outros.
Decepção Ă© quando vocĂȘ risca em algo ou em alguĂ©m um xis preto ou vermelho.
DesilusĂŁo Ă© quando anoitece em vocĂȘ contra a vontade do dia.
Culpa Ă© quando vocĂȘ cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, nĂŁo podia.
PerdĂŁo Ă© quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa Ă© uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino Ă© um desataque de prudĂȘncia.
PrudĂȘncia Ă© um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez Ă© um acesso de loucura ao contrĂĄrio.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção estå dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda Ă© quando a vontade estĂĄ no meio do caminho.
Vontade Ă© um desejo que cisma que vocĂȘ Ă© a casa dele.
Desejo Ă© uma boca com sede.
PaixĂŁo Ă© quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
Amor Ă© quando a paixĂŁo nĂŁo tem outro compromisso marcado. NĂŁo. Amor Ă© um exagero... TambĂ©m nĂŁo. É um desaforo... Uma batelada? Um enxame, um dilĂșvio, um mundarĂ©u, uma insanidade, um destempero, um despropĂłsito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque nĂŁo tivesse sentido, talvez porque nĂŁo houvesse explicação, esse negĂłcio de amor ela nĂŁo sabia explicar, a menina.

Adriana FalcĂŁo

Nota: VersĂŁo adaptada de Link

Parabéns!

Felicidades pelo seu aniversĂĄrio! Que os seus sonhos e desejos possam tornar-se realidade, principalmente se eu fizer parte dele.
Sabe, eu gostaria de ter o dom de expressar em palavras tudo o que eu sinto por vocĂȘ, mas infelizmente nĂŁo sou um poeta. Às vezes acho que nem mesmo seu eu fosse um poeta conseguiria explicar para vocĂȘ esse meu sentimento.

Pois como explicar com palavras algo que se sente tĂŁo profundo? Como explicar o que Ă© esse coração acelerado, quando vocĂȘ chega? Ou esse desespero quando vocĂȘ sai? Essa alegria sem fim quando vocĂȘ me abraça? Ou esse calor imenso quando vocĂȘ me beija?

VocĂȘ consegue desestruturar o meu ser de uma forma deliciosa, e eu chego Ă  conclusĂŁo apenas de uma coisa: eu te amo com todas as forças do meu ser, de maneira egoĂ­sta, pois eu quero sĂł para mim; de maneira suave, porque me sinto flutuar quando estou ao seu lado, mas principalmente de maneira plena, pois vocĂȘ me completa.

ParabĂ©ns! Eu amo vocĂȘ.

CARTA PARA O HOMEM QUE MORREU E UM POUCO DE VERDADE VIVA

(...)Eu passo quieta por vocĂȘ, vocĂȘ passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz.
(...)E vocĂȘ jĂĄ abalou tanto a minha vida. Que pena, agora vocĂȘ morreu.
(...)NĂŁo morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vĂȘ.
Mas vocĂȘ nunca mais me olhou quase chorando, vocĂȘ nunca mais se emocionou, nem a mim.
VocĂȘ nunca mais pegou na minha mĂŁo e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena.
Eu treinei viver sem vocĂȘ, eu treinei porque vocĂȘ sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de vocĂȘ para estar feliz.
De tanto treinar acostumei.
(...)Eu sĂł queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nĂł.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e nĂŁo dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, transar para sempre. Para dar tempo de seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei vocĂȘ.
Antes que eu morresse de amor. Matei vocĂȘ.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu nĂŁo.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crĂŽnica "Carta para o homem que morreu e um pouco de verdade viva".

SensaçÔes, como são difíceis de serem expressas...
O coração bate tresloucadamente, as mãos suam, nervos à flor da pele e aquela incerteza latente: ligar ou não ligar? E se ele não lembrar de mim? E se simplesmente me ignorar? O que fazer...
Coração retumbando dentro do peito, ansiedade pura, pulsação como se tivesse acabado de correr uma maratona... E então ela decide: vou ligar e seja o que Deus quiser!
Levanta de sua mesa de trabalho, atrolhada de processos complicadĂ­ssimos que destrincha com a maior facilidade e o medo se apodera dela... NĂŁo vou desistir, hoje eu vou ligar... Seus dedos tremulam ao digitar os nĂșmeros, cĂłdigo da operadora,2 nĂșmeros, cĂłdigo da ĂĄrea, + 2, nĂșmero do telefone, + 08, sĂŁo doze interminĂĄveis nĂșmeros que ela digita durante os quais ela simplesmente nĂŁo raciocina para nĂŁo desistir.
NĂșmeros discados, telefone chamando, toca uma, duas, trĂȘs, ela jĂĄ atĂ© estĂĄ querendo desligar pensando “viu, ele nĂŁo atendeu, a culpa nĂŁo foi minha”! Quando ouve um alĂŽ do outro lado, daquela voz tĂŁo conhecida, jamais esquecida, apesar do tempo passado, ela tira uma forca que nĂŁo sabia que possuĂ­a e começa a falar... Primeiro coisas triviais, “como tu estĂĄs, e o trabalho, saĂșde?” e todo aquele papo educado que aprendemos a ter, como dizem os franceses “come il faut”... Perguntas que vĂŁo, respostas que vĂȘm, questĂ”es respondidas e o tempo passando e ela pensando: “eu nĂŁo vou conseguir...” Mas ela Ă© uma mulher determinada, que aprendeu a lidar melhor com suas emoçÔes e que acha extremamente injusto esconder seus sentimentos dos outros e de si prĂłpria...
EntĂŁo menciona: "isto nĂŁo tĂȘm nada a ver com vocĂȘ, eu Ă© que preciso te dizer isso..." respira fundo e solta o verbo, com uma coragem que vem das entranhas: “tu nĂŁo sabes como eu te amei naquela Ă©poca...”, ela nunca havia dito isso com todas as palavras: EU TE AMO! Apesar das atitudes indicaram, os olhos falarem, mas a boca era reprimida... NĂŁo conseguia dizer durante todos os momentos apaixonados e maravilhosas vividos, essas palavras mĂĄgicas... ela ainda era uma menina-mulher, confusa, apaixonada... e achava que nĂŁo dizendo isso, deixava de entregar o que jĂĄ havia sido entregue hĂĄ muito tempo: sua alma, seu coração e seu corpo... Quanta bobagem... sĂł o tempo e a experiĂȘncia a deixaram ver isso... VitĂłria! Ela disse! Conseguiu! EstĂĄ em paz com sua consciĂȘncia. Disse a quem nunca havia dito que o amava, apesar de um atraso de dez anos, mas isso Ă© detalhe! Ela deixou de dizer, ele deixou de ouvir, serĂĄ que mudaria algo? Agora isso nĂŁo interessa... Ele pareceu um pouco perturbado e diz que ficou emocionado... RetribuĂ­ com o velho jargĂŁo “eu tambĂ©m gostei muito de ti”...
Ela não acredita que cumpriu a missão que tinha estabelecido para si mesma, então se despede: “um beijo para ti” e desliga.

Volta para sua sala, senta em sua mesa, em frente ao seu computador, como se nada tivesse acontecido! Tudo parece igual, seus colegas sérios trabalhando, os processos se avolumando e ela tenta se concentrar, seus olhos enchem de lågrimas, ela havia vencido mais uma batalha! Ela era uma mulher de verdade que não esconde o que sentiu, sente e sentirå! Cresceu e amadureceu!
Se parabeniza mentalmente e pensa: “a liberdade realmente Ă© azul!”

Martha Medeiros

Nota: Autoria nĂŁo confirmada.

Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém.
É um conceito nosso - em suma, Ă© a nĂłs mesmos - que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(...)
As relaçÔes entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois 'amo-te' ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressÔes que constiui a atividade da alma.

Fernando Pessoa
Bernardo Soares, "Livro do Desassossego"

Eu sou assim, eu vou sumir quando vocĂȘ menos esperar, eu vou surtar com vocĂȘ, vou querer que vocĂȘ sinta medo, orgulho, paixĂŁo, tesĂŁo, fome de mim. Eu vou ter as vontades mais loucas , eu vou sentir inveja atĂ© da sua sombra por estar perto de vocĂȘ de dia, e do seu travesseiro por estar com vocĂȘ a noite. Eu vou aparecer sĂł pra vocĂȘ me perceber, eu vou sumir e aparecer milhĂ”es de vezes pra vocĂȘ me notar. Eu vou ter sede da sua atenção, eu vou querer seu "mais eu te amo" quando eu disser "eu te odeio, e nĂŁo quero mais te ver por aqui", eu vou querer um beijo roubado no meio daquela briga, eu vou querer seus elogios quando o espelho estiver de mal comigo, eu vou querer sua sinceridade quando for necessĂĄrio, e a sua doce mentira quando minha vaidade precisar, eu vou querer surpresas no meio do dia, ligaçÔes inesperadas, eu vou respirar vocĂȘ, eu vou amar vocĂȘ...
E aĂ­ vai querer mesmo cruzar meu caminho?

A vida Ă© complicada porque nĂłs mulheres romantizamos tudo, ou quase tudo, ou justamente o que nĂŁo deverĂ­amos.
A gente faz planos mesmo em cima dos silĂȘncios deles, a gente vĂȘ beleza em cada sumiço, a gente vĂȘ olhares de amor no mais puro olhar de tesĂŁo, nĂłs temos a mente completamente diferente da deles. NĂŁo precisa procurar no meio da multidĂŁo, coisas acontecem quando vocĂȘ desiste de procurĂĄ-las, posso me aproximar sem invadir seu espaço, mas posso me aproximar tanto que seja impossĂ­vel de nĂŁo o invadir. NĂŁo hĂĄ como garantir que nĂŁo possa me esforçar em ser interessante sendo que o que eu quero Ă© ser o melhor que vocĂȘ merece. E de tudo que posso ser pra vocĂȘ eu sĂł pediria que nunca fugisse de mim, nem mesmo quando por alguma razĂŁo eu deixasse a mĂĄscara cair, eu irei segurar sua mĂŁo como quem segura a mĂŁo de alguĂ©m que esteja pendurado sobre um barranco. E seguirei por dias, semanas, meses tentando tocar o seu coração atĂ© que um dia eu consiga. E de nenhuma forma te prender, mas sentir medo de te perder, e jamais te limitar mas chorar quando decidir ir embora, e esperar suas mudanças naturalmente sem forçar vocĂȘ, roubar mil beijos seus quando vocĂȘ decidir ter alguma crise de raiva, tentar te acalmar e ser incapaz de causar algum sofrimento a vocĂȘ. E eu nĂŁo somente diria que canta mal como cantaria com vocĂȘ, provando assim que existem pessoas que cantam horrivelmente, e que vocĂȘ nĂŁo Ă© a Ășnica, mas a que eu estaria disposta a escutar, e quando vocĂȘ decidir falar demais, que eu debruasse sua cabeça no meu ombro e escute tudo que tem a dizer, e quando for desastrado que haja fĂŽlego para nĂŁo morrermos de tanto rir.
E que vocĂȘ sinta vontade de precisar de mim, mas nĂŁo sĂł quando houver necessidade, que vocĂȘ sinta isso mesmo tendo passado um dia inteiro comigo, que nĂŁo veja e nem sinta as horas passando quando estiver ao meu lado, e que nunca seja o suficiente o tempo que passarmos juntos, que vocĂȘ sempre sinta vontade de mais, mais e mais. E que vocĂȘ suporte os meus defeitos e se sinta orgulhoso das minhas qualidades, e apesar de nĂŁo ter uma beleza extrema, poder fazer com que vocĂȘ enxergue que gostar de alguĂ©m vai muito alĂ©m de beleza fĂ­sica, e tentar tambĂ©m de algum jeito (infelizmente sĂł tentar) fazer com que vocĂȘ nĂŁo precise olhar em outras direçÔes, porque seus olhos vĂŁo estar dentro dos meus. Eu quero sempre encontrar vocĂȘ, seja lĂĄ aonde vocĂȘ estiver, e que eu consiga ser o seu perfeito, mesmo sendo imperfeito.

Tati Bernardi

Nota: A primeira frase Ă© um trecho da crĂŽnica "RomĂąntica pra cacete", do livro "A mulher que nĂŁo prestava" de Tati Bernardi. Restante autoria nĂŁo confirmada.

...Mais

O maior erro do ser humano é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração.

Por que sinto falta de vocĂȘ? Por que esta saudade?
Eu não te vejo, mas imagino suas expressÔes, sua voz, seu cheiro...

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuĂ­do a Machado de Assis, mas nĂŁo hĂĄ fontes que confirmem essa autoria.

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Se um dia vocĂȘ se apaixonar e a razao pedir pra vocĂȘ desistir e o coraçao para vocĂȘ lutar, lute...
pois nĂŁo Ă© a razĂŁo que bate para vocĂȘ existir.

(...) Que dias hĂĄ que na alma me tem posto
Um nĂŁo sei quĂȘ, que nasce nĂŁo sei onde,
Vem nĂŁo sei como, e dĂłi nĂŁo sei porquĂȘ.

Luís de CamÔes

Nota: Trecho adaptado de soneto de Luís de CamÔes.

Que o sussurrar do vento te leve um beijo carinhoso e eterno e me deixe em seus pensamentos, para que a distĂąncia nĂŁo apague em ti minha existĂȘncia.

Hoje me bateu uma saudade enorme de vocĂȘ...

Lembrei-me do seu rosto,
dos seus olhos,
da sua voz,
dos seus carinhos...

A saudade foi apertando cada vez mais,
e quanto mais lembrava de vocĂȘ,
mais vontade eu tinha de te ver...

Tentei pensar um jeito de te encontrar,
mas todas as idéias que me vinham,
nĂŁo eram possĂ­veis para hoje...

Pensei entĂŁo
numa maneira de chegar atĂ© vocĂȘ
este grito de saudade.

Estas flores
Ă© para te dizer do meu sentimento...

Sabe o que sinto por vocĂȘ ?

AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR AMOR

Assim, bem exagerado!