Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
As pessoas vivem de forma muito diligente, mesmo sabendo que vão morrer. Mesmo sabendo que o término chegarå em algum momento, quando amam, amam como se não houvesse amanhã.
â Sinto tanto a sua falta que parei de fumar. E doces agora sĂŁo apenas um pouco reconfortantes. VocĂȘ arruinou todos os meus vĂcios.
â Achei que eu queria um ferigato, mas a verdade Ă© que sĂł quero vocĂȘ. Em todos os feriados. E fins de semana. E dias de semana tambĂ©m seria legal.
Eu me esforço muito porque, não importa o que eu faça, os outros sempre vão dizer que eu deveria ter feito mais.
Pra deixar claro, essa nĂŁo Ă© uma histĂłria de amor. Ă uma histĂłria sobre destino. Ou estatĂstica. Depende muito com quem vocĂȘ fala.
Nada disso seria possĂvel se nĂŁo fosse pelo voo perdido, um cinto quebrado e a escolha de se amarem todos os dias.
CrĂŽnica para LuĂza
LuĂza foi meu luzeiro por bons janeiros.
Amiga, derramava no olhar tanto afeto
Para mim
Como se filha dela eu fosse também.
Além do riso, tinha a fala, tinha o gesto
Um certo quĂȘ de bem-aventurança
E por ser uma mulher forte, foi meu norte
Em dias turbulentos de adolescente perdida
Sentava-me com LuĂza e recebia conselhos
E atenção.
âFilha, por ali nĂŁoâ, ou âsim filha, vocĂȘ estĂĄ certa,
mas pode melhorar se fizer de outra maneira.â
Ganhava-me, entĂŁo, e corria a atender sua vontade.
Com uma sĂłlida liberdade.
Transitei na sua casa e na sua vida
Por isso, LuĂza esteve no meu coração
Por todos esses anos em que a vida nos separou
E o tempo não apagou minhas doces lembranças
Do amparo que eu recebi de LuĂza
Quando eu mais precisei.
Ela esteve lĂĄ, presente nos meus domingos
Que seriam vazios e doloridos sem a sua força.
Agora ela partiu para sempre.
NĂŁo sem deixar-nos seu legado
De fé e esperança.
Na vida, nas pessoas, no amor.
E eu tenho certeza
Que a beleza da alma de LuĂza
Espalhou-se por aqui e nunca mais
Vai se extinguir.
E no meio daquela multidĂŁo, daquela euforia. Os seus olhos se cruzaram, enquanto os seus lĂĄbios proferiam a mais doce e romĂąntica melodia.
Numa tentativa de nĂŁo parecer demasiado obvia, ela disfarçou. PorĂ©m, era impossĂvel resistir aqueles doces e suaves olhares que tĂŁo facilmente tocaram no seu coração como jamais alguĂ©m teria tocado.
E quando deu por si, a mão dele estava estendida na sua direcção.
Mal sabia ela que num åpice, aquele sentimento seria fruto de lembrança.
Onde andarĂĄ o meu amor?
A noite visita os coraçÔes solitårios com uma marca, e deixa uma impressão que não sai facilmente, um vazio que remete ao passado,
um oco que não permite ver o futuro, um crescer de frustraçÔes, um desejo de ser de alguém...
Onde os braços quentes que tanto desejas? Onde os lĂĄbios Ășmidos que tanto anseias? Onde o riso cĂșmplice das madrugadas cheias de amor? Onde a ternura tĂŁo ausente na alma carente? Onde estarĂĄ o seu amor?
Talvez na imensidĂŁo do Universo, preso em alguma estrela mais longĂnqua, ou em problemas da vida cotidiana, vida massacrante, brochante, irrelevante, que nos faz assim tĂŁo solitĂĄrios, tĂŁo carentes e tĂŁo medrosos.
O que serĂĄ que a brisa da noite veio falar? O que significa esse vento gelado no rosto? AusĂȘncia de mim mesmo? Medo da morte? Medo do escuro vĂ©u da madrugada, que se apresenta mais uma vez vazia, solitĂĄria, dolorosamente solitĂĄria e triste, entĂŁo, levanto os olhos, como quem insiste, como quem quer fugir da dor, em busca da alma companheira, eu pergunto:
Onde andarĂĄ o meu amor?
Se eu abrir meu coração e buscar ao meu senhor
Fico tranquilo, pois eu sei que o céu se abre a meu favor
Se eu abrir meu coração e buscar ao meu senhor
Fico tranquilo, póis eu sei que o céu se abre a meu favor...
A primeira impressĂŁo nunca Ă© a melhor escolha a ser considerada, deixemos passar a primeira e segunda e nos equivalemos a partir da terceira.
Eu realmente preciso de algo novo na minha vida. Sei lĂĄ, algo que faça meu coração bater mais forte. Esses meses tĂȘm sido realmente difĂceis, ando perambulando pelas ruas como um cachorro abandonado e sem lar. A cada esquina espero alguĂ©m interessante aparecer, alguĂ©m pra quem eu possa dizer âEi me leve para casa, vamos aproveitar a noiteâ, mas nĂŁo aparece ninguĂ©m. Afinal, qual Ă© o meu lugar? Aonde eu deveria estar se estivesse feito tudo diferente? Digo, essas ruas vazias parecem ser o meu lar, combinam perfeitamente com a forma em que vocĂȘ andou pelo meu coração com um cigarro e uma lata de cerveja nas mĂŁos, e depois esqueceu toda a educação que sua mĂŁe lhe deu. E agora eu nĂŁo tenho nada, apenas latas vazias de cervejas e cigarros mal terminados. Eu odiava o cheiro do cigarro e como a fumaça do mesmo me fazia espirrar infinitas vezes. Mas vocĂȘ nunca se importou, pois sabia que eu adorava a forma da qual vocĂȘ segurava o cigarro, fazia cara sĂ©ria e depois ria soltando a fumaça bem na minha cara. VocĂȘ era um idiota e gostava disso da mesma forma que gostava de ser o ultimo a mandar mensagem, e dizer âeu te amo maisâ. Era clichĂȘ, mas eu gostava, pois era vocĂȘ. Eu tenho certeza que iria odiar se fosse qualquer outra pessoa, mas era vocĂȘ entĂŁo eu amava responder sua ultima sms, sĂł para vocĂȘ mandar outra; e amava repetir âeu que amo maisâ sĂł para ouvir vocĂȘ dizer a mesma coisa com mais intensidade.
E pra falar a verdade eu achei que vocĂȘ sempre iria ganhar. Achei que sempre seria o ultimo, mas me enganei. Lembro da ultima vez que disse que te amava e esperei agonizantemente vocĂȘ dizer que me amava mais. Eu sabia que era o fim desde quando eu te mandei uma sms de boa noite e vocĂȘ nĂŁo a respondeu, nĂŁo era falta de crĂ©ditos, eu sei⊠era falta de amor. Faltava amor em vocĂȘ e por incrĂvel que pareça me dĂłi falar que agora falta amor em mim. Pois dĂłi terrivelmente saber que nĂŁo te amo mais. DĂłi terrivelmente olhar para vocĂȘ e nĂŁo sentir absolutamente nada. Era amor, amor de verdade, e entĂŁo agora eu me pergunto: como o que era realmente amor pode acabar tĂŁo rĂĄpido? Como eu pude me acostumar tĂŁo rapidamente com a sua ausĂȘncia?
Eu nĂŁo queria que acabasse. Ă como eu disse, nĂŁo queria nĂŁo pensar em vocĂȘ algum dia, mas para ser sincera eu nĂŁo sinto mais a sua falta, nem a falta dos seus beijos e abraços⊠pra ser realmente sincera eu sinto falta das latas vazias de cerveja e dos cigarros mal terminados na cabeceira do quarto, sinto falta de espirrar com a fumaça do teu cigarro e de me cansar em relutar com vocĂȘ quem ama mais. Sinto falta do nĂłs que costumĂĄvamos conjugar e das vezes que costumava me amar.
â Muito de mim em vocĂȘ. Muito de mim em vocĂȘ. Muito de mim em vocĂȘ. Muito de mim em vocĂȘ...
â O que estĂĄ fazendo?
â Dizem que as palavras tĂȘm poder. Muito de mim em vocĂȘ. Muito de mim em vocĂȘ.