Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
E a revolta de sĂșbito me tomou: entĂŁo nĂŁo podia eu me entregar desprevenida ao amor?
Amor Ă© achar bonita uma bota, amor Ă© gostar da cor rara de um homem que nĂŁo Ă© negro, amor Ă© rir de amor a um anel que brilha.
O que o lirismo ocidental exalta nĂŁo Ă© o prazer dos sentidos, nem a paz fecunda do casal. NĂŁo Ă© o amor satisfeito mas sim a paixĂŁo do amor. E paixĂŁo significa sofrimento.
Estamos todos um pouco estranhos. E a vida Ă© um pouco estranha. E quando encontramos alguĂ©m cuja estranheza Ă© compatĂvel com a nossa, nĂłs nos juntamos a essa pessoa e caĂmos nessa esquisitice mutuamente satisfatĂłria a que chamamos de verdadeiro amor.
Eu aceitaria atĂ© o inferno por vocĂȘ, mas nĂŁo por sua solidĂŁo e sim por nĂŁo suportar ficar sem ter vocĂȘ por perto.
E talvez amadurecer signifique que vocĂȘ nĂŁo precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. Ă saber que vocĂȘ Ă© a autora.
Sabe, acho que, quando vocĂȘ perde alguma coisa prĂłxima, Ă© como perder a si mesmo, Ă por isso que, no final, atĂ© escrever Ă© difĂcil para ela. Ela quase nĂŁo sabe como fazer. Porque quase nĂŁo sabe mais quem ela Ă©.
Antes de guardar rancor das pessoas ao seu redor por nĂŁo ficarem do seu lado, pense no motivo pelo qual vocĂȘ nĂŁo conseguiu fazer com que elas ficassem do seu lado.
Sabe quando vocĂȘ acha que conhece alguĂ©m? Mais do que qualquer um no mundo? VocĂȘ sabe que entende a pessoa, porque a enxerga de verdade. E entĂŁo vocĂȘ tenta se aproximar, e ela... desaparece. VocĂȘ achava que pertenciam uma Ă outra. Achava que ela era sua, mas nĂŁo Ă©. VocĂȘ quer protegĂȘ-la, mas nĂŁo pode.
Um amigo Ă© alguĂ©m que dĂĄ liberdade total para vocĂȘ ser vocĂȘ mesmo - e especialmente para sentir ou nĂŁo sentir. Qualquer coisa que vocĂȘ sinta naquele momento estĂĄ bom para ele. Ă o que o amor verdadeiro significa â deixar alguĂ©m ser ele mesmo.
Ăs vezes agimos porque estamos sentindo tantas coisas dentro de nĂłs e nĂŁo percebemos como isso afeta os outros.
O que falei sobre salvar as pessoas nĂŁo Ă© verdade. VocĂȘ pode achar que quer salva por outra pessoa, ou que quer muito salvar alguĂ©m. Mas ninguĂ©m pode salvar ninguĂ©m, nĂŁo de verdade. NĂŁo de si. VocĂȘ pega no sono no pĂ© da montanha, e o lobo desce. E vocĂȘ espera ser acordada por alguĂ©m. Ou espera que alguĂ©m o espante. Ou atire nele. Mas, quando vocĂȘ se dĂĄ conta de que o lobo estĂĄ dentro de vocĂȘ, Ă© quando entende. NĂŁo pode fugir dele. E ninguĂ©m que ama vocĂȘ consegue matar o lobo, porque ele faz parte de vocĂȘ. As pessoas veem seu rosto nele. E nĂŁo vĂŁo atirar.
Mas não somos transparentes. Se quisermos que alguém nos conheça, precisamos nos revelar a essa pessoa.
Salgueiro chorĂŁo com lĂĄgrimas escorrendo;
Porque vocĂȘ chora e fica gemendo; SerĂĄ porque ele lhe deixou um dia; SerĂĄ porque ficar aqui, nĂŁo mais podia; Em seus galhos ele se balança; E ainda espera a alegria que aquele balançar lhe dava; Em sua sombra abrigo ele encontrou; Imagina que seu sorriso jamais se acabou; Salgueiro chorĂŁo pare de chorar; HĂĄ algo que poderĂĄ lhe consolar; Acha que a morte para sempre os separou; Mas em seu coração para sempre ficou.
Descobri que, Ă s vezes, momentos marcam nosso corpo. Eles estĂŁo ali, alojados sobre a pele como sementes pintadas de surpresa, tristeza ou medo. E se vocĂȘ virar para um lado ou cair, uma delas pode se soltar, pode se dissolver no sangue ou fizer surgir uma ĂĄrvore inteira. Ăs vezes, quando uma se solta, todas começam a se soltar.