Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

O verdadeiro caminho da sabedoria pode se identificar por apenas trĂȘs coisas: precisa ter amor, deve ser prĂĄtico e pode ser trilhado por qualquer um.

Sou feita de choros sem ter razão, pessoas no coração, atos por impulsão.
Eu sou amor e carinho constante, distraída até o bastante, não paro por instante.
JĂĄ tive noites maldormidas, perdi pessoas muito queridas, cumpri coisas nĂŁo prometidas.
Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar. Pensei em fugir, para nĂŁo enfrentar, sorri para nĂŁo chorar.
Tenho saudades de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo,
amigos que acabei perdendo. Mas continuo vivendo e aprendendo...

Martha Medeiros

Nota: Autoria nĂŁo confirmada.

Ela perguntou onde dorme o amor: lençol, cobertor que aquece o colchão.
Mas faltou dizer que, se preciso for, o amor deita no chĂŁo.

AMOR

Amor Ă© chama
que incendeia
os motivos,
Ă© agasalho
que sustenta
o calor,
Ă© clamor
que se reclama
a todo instante,
Ă© loucura
consciente,
quase constante,
que te liberta
de qualquer temor.

As pessoas fazem um grande estardalhaço sobre o amor pessoal. Não precisa se uma coisa tão grande. Igual a viver - as pessoas fazem um grande estardalhaço sobre isso também.

Andy Warhol
WARHOL, A., The Philosophy of Andy Warhol: (From A to B and Back Again), 1975

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor nĂŁo fosse um sentimento, mas uma equação matemĂĄtica: eu linda + vocĂȘ inteligente = dois apaixonados. NĂŁo funciona assim. Amar nĂŁo requer conhecimento prĂ©vio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinĂ­vel. Honestos existem aos milhares, generosos tem Ă s pencas, bons motoristas e bons pais de famĂ­lia, tĂĄ assim, Ăł! Mas ninguĂ©m consegue ser do jeito do amor da sua vida.

O Amor depura os pensamentos e engrandece o coração.

E quando notou que aceitava em pleno o amor, sua alegria foi tão grande que o coração lhe batia por todo o corpo, parecia-lhe que mil coraçÔes batiam-lhe nas profundezas de sua pessoa.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Amor Ă© quando vocĂȘ sabe tintim por tintim as razĂ”es que impedem o seu relacionamento de dar certo,
Ă© quando vocĂȘ tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, Ă© quando vocĂȘ nĂŁo tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda nĂŁo impede de fazĂȘ-lo chorar escondido quando ouve uma mĂșsica careta que lembra os seus 14 anos, quando vocĂȘ acreditava em milagres. Tudo isso pode parecer uma grande dor, mas Ă© uma grande dĂĄdiva, porque a existĂȘncia do amor estĂĄ toda hora sendo lembrada. Dor Ă© quando a gente estĂĄ numa relação tĂŁo fĂĄcil, tĂŁo automĂĄtica, tĂŁo prĂĄtica e funcional que a gente atĂ© esquece que tambĂ©m Ă© amor.

Homen Não Prescisa Ser Fiel Porque Quem Vive De Amor É Dono De Motel

EntĂŁo, seguro dĂȘsse amor, deixou de se constranger e, insensivelmente, suas maneiras mudaram. NĂŁo tinha mais, como antes, aquelas palavras tĂŁo doces que a faziam chorar, nem aquelas carĂ­cias ardentes que a tornavam doida; de modo que o seu grande amor, em que ela vivia imersa, pareceu diminiur sob ela, como a ĂĄgua de um rio, absorvida pelo seu leito.

Ele: Meu amor, se eu morrer, vocĂȘ vai ficar muito triste?
Ela: Claro, meu anjo! Nem penso nisso. Eu nĂŁo conseguiria mais viver... Mas por que vocĂȘ perguntou isso?!
Ele: Por que se Ă© assim, ainda que aconteça algo terrĂ­vel, que eu entre atĂ© em coma profundo, eu te prometo que vou lutar com todas as forças para nĂŁo morrer primeiro que vocĂȘ...

E como não me embriagar de ti? Como evitar que teu amor me consuma e me enlouqueça? Estou lhe implorando pelas respostas. As procuro em cada esquina, em cada beco esquecido. Jå as procurei em garrafas, jå as encontrei no fundo de um copo. Busco pelo conforto, pela calmaria e até pelo esquecimento. Corro ao encontro do meu amor próprio. Desvio das promessas, das juras de amor, dos planos e até dos sentimentos. Esbarro no seu olhar que volta a me invadir trazendo sua devastação. Aperto os olhos e lhe empurro para longe rezando para que tu não voltes. Permita-me a felicidade. Largue-me. Reviva-me se for possível e saia de perto para que o efeito dure.

Bella: Algo de que eu tinha certeza [...] Era que o amor pode dar Ă s pessoas o poder de despedaçar vocĂȘ.

Numa dessas vocĂȘ esbarrou com o amor da sua vida sem querer, na fila da padaria, atravessando a rua ou atĂ© mesmo no intervalo da escola.

E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso? — VocĂȘ esquece, sei lĂĄ. NĂŁo tem tanta importĂąncia assim.

O amor começa aqui
no contrĂĄrio que hĂĄ em mim,
pois a sombra sĂł existe
quando brilha alguma luz.

Em amor, possuir Ă© nada; desejar Ă© tudo.

Ah, então era por isso que eu sempre havia tido uma espécie de amor pelo tédio. E um contínuo ódio dele. Porque o tédio é insosso e se parece com a coisa mesmo. E eu não fora grande bastante: só os grandes amam a monotonia. (...)
Mas o tĂ©dio – o tĂ©dio fora a Ășnica forma como eu pudera sentir o atonal. E eu sĂł nĂŁo soubera que gostava do tĂ©dio porque sofria dele. Mas em matĂ©ria de viver, o sofrimento nĂŁo Ă© medida de vida: o sofrimento Ă© subproduto fatal e, por mais agudo, Ă© negligenciĂĄvel.

Clarice Lispector
A paixĂŁo segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Ela nĂŁo pensava noutra coisa o dia inteiro. SĂł no amor que sentia.