Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
Por que nos conhecemos? Por que o acaso o quis? Foi porque atravĂ©s da distĂąncia, sem dĂșvida, como dois rios que correm a unir-se, nossas inclinaçÔes particulares nos impeliram um para o outro.
CONHECIDOS E AMIGOS: AS GRADAĂĂES
Amigo do peito.
AmigĂŁo.
Velho amigo.
Meu melhor amigo.
Conheço-o hå muito tempo.
Conhecido metido a amigo.
Amigo que cai de turma e vira conhecido.
Sempre foi muito legal comigo.
Conhecido Ăntimo.
Conhecido afetuoso.
Conhecido que se diz amigo.
Conhecido que finge que nĂŁo nos vĂȘ em certas situaçÔes.
Amigo intenso que nĂŁo se vĂȘ hĂĄ muitos anos.
Amigo passivo.
Amigo de convivĂȘncia esparsa e rara.
Amigo de todas as horas.
Amigo das horas difĂceis.
Amigo sĂł de horas fĂĄceis.
Amigos encrenqueiros.
Amigos adorĂĄveis.
Amigos trabalhosos.
Amigo de FĂ©.
Conhecido de vista.
Falso Ăntimo.
Amigo a quem nĂŁo se conhece pessoalmente.
Amigo da Internet.
Conhecido da Internet.
Chato da Internet.
Afinidade especial na Internet.
Amigo dela de quem foi caso secreto no passado.
Amiga dele de quem foi caso secreto no passado.
Exâamigo que ainda nĂŁo sabe que jĂĄ Ă©.
Candidato a ex-amigo.
Amizade que deixamos escapar.
Amizade unilateral.
Admiração sem amizade.
Amizade com inveja.
A mĂștua admiração da amizade.
A impossibilidade do amigo morto.
Toda separação é triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter sido felizes...) e nela mora a saudade.
Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estĂĄs como ausente,
e me ouves de longe, minha voz nĂŁo te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estĂŁo cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estĂĄs como distante.
E estĂĄs como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silĂȘncio teu.
Deixa-me que te fale tambĂ©m com o teu silĂȘncio
claro como uma lĂąmpada, simples como um anel.
Ăs como a noite, calada e constelada.
Teu silĂȘncio Ă© de estrela, tĂŁo longinqĂŒo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estĂĄs como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra entĂŁo, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que nĂŁo seja verdade.
Nota: Tradução de poema de Pablo Neruda
Canção na plenitude
NĂŁo tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translĂșcida hĂĄ muito se manchou.
HĂĄ rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar Ă© mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciĂȘncia
e nĂŁo menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força â que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiĂĄvel
cujas marĂ©s â mesmo se fogem â retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminĂĄvel das sereias.
Do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - SĂŁo Paulo, 1997, pĂĄg. 151.
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
NĂŁo tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela estĂĄ minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma estĂĄ ligada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
EstĂĄ no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.
Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou nĂŁo. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez nĂŁo se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. SeqĂŒestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.
Eu sĂł sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeiçÔes do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que nĂŁo posso renunciar. SĂł o amor me faz conviver com o precĂĄrio da vida, com a indigĂȘncia humana.
A escuridĂŁo nĂŁo pode expulsar a escuridĂŁo, apenas a luz pode fazer isso. O Ăłdio nĂŁo pode expulsar o Ăłdio, sĂł o amor pode fazer isso.
Que passem os minutos, dias e anos...
Todas as estaçÔes do tempo!
Que eu viva, qual tolo, todas as ilusÔes
pueris de sentimento...
Amar-te-ei, em todas as épocas,
em todo momento
Que passem as ĂĄguas por muitas pontes
e que debruce a saudade por muitas
serras e montes, amar-te-ei,
como se fosse a primeira vez e Ășnica,
apesar das tantas aventuras!
Ainda além deste céu, nas alturas.
Eternamente...
Ainda que outro alguém o tenha
entre lençóis confidentes,
mesmo que os beijos sejam molhados
e quentes,
Ă parte, nossa alma vaga enamorada,
sobre qualquer prazer da carne ou qualquer
entrega fugaz.
Eternas, apaixonadas
Amar-te-ei, sobre qualquer dor que me pese
o orgulho ferido, o despeito revolvido!
Sobre qualquer punhalada em meu coração,
sobre qualquer distĂąncia a nĂłs imputada...
Porque sei, amor de mim , que ainda assim...
NĂŁo Ă© pequeno o nosso comprometimento.
Ah! Soubessem todos o tamanho!
Pobre carne, pequeno tempo!
A Duas Flores
SĂŁo duas flores unidas
SĂŁo duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Um livro aberto é um cérebro que fala;
Fechado, um amigo que espera;
Esquecido, uma alma que perdoa;
DestruĂdo, um coração que chora.
EU PROMETO
Eu prometo te lembrar todos os dias o quanto eu te adoro
E o quanto vocĂȘ Ă© especial pra mim
Eu prometo enxugar suas lĂĄgrimas
Quando vocĂȘ estiver triste
E cantar e rezar por vocĂȘ todas as noites,
antes de eu dormir
Eu prometo que sempre ao olhar as estrelas
eu lembrarei do brilho de teus olhos
E do quĂŁo maravilhoso Ă© o sorriso teu
Eu prometo um dia estar com vocĂȘ
pra te girar e te abraçar bem forte
E vocĂȘ saberĂĄ o quanto eu amo vocĂȘ
Eu prometo nunca mais me aborrecer com vocĂȘ por besteira
Prometo que sempre vou achar vocĂȘ o maior docinho
Mesmo que vocĂȘ esteja muito, mas muito brava!
Eu prometo ser teu amigo por toda a vida
E que jamais irei magoar vocĂȘ
Porque pra mim o mundo Ă© mais maravilhoso porque vocĂȘ existe!
E vocĂȘ sempre estarĂĄ em meu coração.
Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisarå ensinå-lo a amar seus semelhantes.
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar Ă© uma viagem com ĂĄgua e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar Ă© um combate de relĂąmpagos e dois corpos
por um sĂł mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delĂcia
corre pelos tĂȘnues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.