Indiferente
Personagem
Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exactamente
a de se ser poeta.
Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.
Antes de errar,
antes de ser indiferente com alguém,
e antes de simplesmente dizer adeus,
certifique-se de que não quererás voltar depois,
porque erros machucam,
a indiferença distancia as pessoas,
e há coisas que nunca mais voltam a ser como antes.
Passo cada segundo do meu dia me jurando ser indiferente com você. Você fala comigo, eu cumpro a promessa. Você não entende, pergunta se eu tô chateada e o que aconteceu. Não foi nada. Só tô cansada de você, de nós, de tudo isso. Tô de partida, malas feitas, mesmo você não acreditando. Pra não me cansar mais ainda, paro no ‘Não foi nada’. E você sai, irritado e com um “tchau” que eu odeio mais que tudo. Mas já não importa, tchau pra você também. Afinal, nada pode ser mais difícil do que ficar na situação que eu tô a tanto tempo. Ser indiferente vai ser fácil. Dor é normal, se não for forte, eu já nem sinto mais. Sempre te tratei melhor que todos os outros, e o que você faz que te torna melhor que eles? Seguindo essa lógica, teria o direito de te tratar até mal. Mas não sou assim, uma pena. Acontece que agora eu não dou mais o meu melhor pra quem me dá pouco. Não corro atrás de quem não dá um passo por mim. Não faço festa quando alguém que sabe que eu tô louca de saudades e não move um dedo pra me ver, vem numa droga de chat e fala “E aí”. Te acostumei muito mal, mas agora vou desacostumar. Porque meu medo de ter perder, virou meu objetivo, então nada me prende. E se ir te matando aos poucos levar um pedaço de mim, que leve. Porque a dor de você na minha vida me afeta inteira e eu não aguento mais.
O mesmo homem que provoca risos e empatia é o mesmo homem totalmente indiferente a uma outra pessoa. Se não reflete a respeito, é que se sente melhor do que a esposa e foi consumida pela armadilha de disputar espaço com ela, em vez de garantir sua própria liberdade. Nada mais machista do que duas mulheres brigando em segredo por um homem, enquanto ele assiste ao espetáculo bisonho por pura vaidade. É o que acontece, a ponto de se desculpar: azar é o dela, sorte a minha. Azar das duas.
Ausente o encanto antes cultivado, percebo o mecanismo indiferente, que teima em resgatar sem confiança a essência do delito então sagrado.
Naquela noite, quando Hans acendeu a luz no banheirinho indiferente, Liesel observou a estranheza dos olhos de seu pai de criação. Era feitos de bondade e prata. Como prata mole, derretida. Ao ver aqueles olhos, Liesel compreendeu que Hans Hubermann tinha muito valor.
Totalmente indiferente ao destino, a natureza só se ocupa do destino da esécie. Perante ela todos os seres são iguais. A existência do mais pernicioso micróbio é cercada de tantos cuidados quanto a dos maior gênio.
Confesso, acordei achando tudo indiferente
Verdade, acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final
Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas
Mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego,
Eu não te deixo em paz
Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais
Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade
Mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo
Ou não volte mais
Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade
Mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo
Ou não volte mais
Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais
Cada um fez a sua escolha.
Você escolheu me magoar, ser falsa, mentir pra mim e ser indiferente a tudo isso.
Eu, por falta de opção, escolhi não te perdoar.
Inteligente é calar uma decepção...
Emudecerás os gritos de sofrimento
Tornando-se indiferente
Vingando-se simultaneamente
A natureza não é cruel, apenas implacavelmente indiferente. Esta é uma das lições mais duras que os humanos têm de aprender.
Se ele foi idiota o bastante pra te deixar. Seja indiferente o suficiente pra que ele peça pra voltar. E quando ele pedir? Saia andando.
A canção do sabiá continua nas árvores...
Ele canta indiferente a que haja ouvidos sensíveis à sua beleza.
Se fosse esperar quem o escute, estaria até agora sem cantar.
O universo não parece ser nem benevolente nem hostil, apenas indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós.
Ser indiferente é sinônimo de poder, você não tem nada a perder se não dá valor a nada, pois quem determina o valor das coisas é você e se nada te importa não há uma perda considerável.
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