Indiferença
Numa noite em Bhopal, o silencio da morte,
O grito do desastre, as vítimas a sorte.
Nas entranhas da fábrica, negligência em teia, a dor das vítimas, humanidade alheia.
Homens de poder, cifrões em mão,
Prioridades distorcidas, sem coração e razão.
Em gastos de guerra, fortunas se vão,
Enquanto em Bhopal, nenhum tostão.
Não é só a tragédia que devasta,
É a falta de humanidade que a decadas nos arrasta.
Líderes em vez de cuidar, preferem guerrear,
E as lágrimas de Bhopal, o mundo ignora ao tempo passar.
Que estas palavras sejam um eco a soar,
Para lembrar que a nossa humanidade devemos preservar.
Que em meio às sombras, uma luz possa brilhar, e em Bhopal, justiça e dignidade novamente possam reinar.
Fuja de respostas confortáveis de quem prefere flutuar na superficialidade, sem se dispor a enfrentar com coragem o mergulho que exige profundidade
Ignorar é uma ferramenta de poder em uma sociedade egoísta. Quem teme perder espaço ou deseja controle, finge que você não existe.
Na vida real e na internet, o silêncio estratégico molda narrativas e sustenta falsas imagens de superioridade.
Isso não é natural, é um jogo social vazio aprendido.
Muitos neurodivergentes, sem perceber, reproduzem a exclusão que sofreram e, às vezes, são mais cruéis do que os neurotípicos.
Nenhuma relação saudável machuca, relações verdadeiras sempre curam.
O primeiro a se desculpar enxerga além do ego,
O primeiro a perdoar abandona a disputa,
O primeiro a esquecer se permite recomeçar em paz.
A inconsequência gera consequências. O sofrimento alheio causa satisfação e a dor do outro é vista com indiferença.
Sou simplesmente um cosmopolita nostálgico tentando intender a imensidão do vazio em um mundo preenchido pela a indiferença.
A realidade nunca me perturbou. O que me perturba é pensar nela.
Nada do que está fora tem importância — até que eu o deixo entrar.
Não é o ruído do mundo que me desorienta,
é a minha atenção ao ruído.
Ser afectado é uma escolha, embora não pareça.
Aprendi a proteger-me não com defesas, mas com indiferença.
A vida não me entra pela porta: entra-me pelo pensamento.
E é por isso que, às vezes, o pior inimigo do sossego
sou eu a querer compreendê-lo.
Para não viver em uma situação de injustiça emocional alarmante, não olho para quem não me ver. Pois, eu não me submeto ao castigo de mostrar indiferença ignorando silêncios infundados.
Durante a ceia de natal algumas pessoas fingem simpatia, mas na prática sabemos do prato emocional indigesto daquela convivência forjada de formalidade. Quanto aos presentes, o senso de merecimento deles nem sempre é explicado. Nada disso compensará as ausências de quem deveria ser presente.