Indecisão
Quem poderá domar os ventos?
Quem poderá calar a voz do sino triste?
Nem deuses...
Nem monstros...
Nem tiranos...
Que em cada hora se perde...
A esperança que amarga...
Do que foi dito pelo não dito...
Na voz dos aflitos...
O consolo dos desconsolados...
O cristal foi quebrado...
O tempo perdido...
A lágrima que rola...
Escondendo os gritos...
Outrora prometido...
O que hoje não tem mais sentido...
E no labirinto que se encontra...
Ainda sonha...
Desejando não estar perdido...
Mas os ratos devoram...
Até as hóstias sagradas...
Invadem casas...
Trazem dores e martírios...
A saída é a luta...
Mas com quem lutar?
A luz está difusa...
O fim será se entregar?
Será do látego o carinho que irá receber?
A fome...
A miséria...
A morte...
Mais sofrer...
O destino escolhido...
Pela indecisão...
Sandro Paschoal Nogueira
Você não sabe se fica ou se vai, e eu não sei dizer para se decidir. Parece uma caminhada a toa na calçada em que vira uma dança mal ocasionada. Gera constrangimento, atraso e nos obriga a seguir.
Todo o passado se dilui...
Também não se acumulam os dias...
Agora as verdades do que outrora foram mentiras...
Aos solavancos do destino...
Cresci e me criei...
Onde andam agora as vossas vozes?
Que horizontes colhem vossos olhares?
De que lhe valestes tanto mal a mim ter feito?
Tantos pesares...
Ouço vozes ao longe...
Que os ventos recolheram...
Olhos de ausência...
Caminho indeciso...
De onde vem?
Fito essa gente...
Que me rodeia e sempre rodeou...
Hoje só me comovem...
Tudo já passou...
Por silêncio e por renúncia...
Me vesti de vaidades...
Das dores que trago dentro do meu peito...
Das tormentas e tempestades...
Mas o que não me cansa...
É o que a brisa me traz...
É estar bem comigo mesmo...
Vivendo em paz...
Sandro Paschoal Nogueira
A vista da janela
Nos meus pensamentos há uma janela
Dela vejo a minha vida
Meu presente
Meu futuro
Me vejo
Sentada na grama enquanto o sol queima minha pele,
Enquanto o vento me abraça
E os meus pés no chão sentindo cada grão de areia
Tomada pelos mil acordes que existem em meus dedos
Por todas as músicas que sei de cor
Tomada por todos os pensamentos que possuo.
Olhando da janela até parece uma mulher comum em um dia qualquer
Sem visão, pois ver vai além dos que os olhos captam
Essa mulher que vive o universo das entrelinhas,
Vive a folha rasgada e amassada
Que busca todos os sentidos
Todas as sinestesias
Todas as curas
Dos amores a fúria
Mais fortes das ternuras
Pois nela há tantas ranhuras
Que se pensares bem
A perspectiva da realidade às vezes é mera vaidade…
Vou-me, antes que seja tarde. Antes que o delito se concretize. Vou-me, antes que não queira ir.
Flávia Abib
Vc ama ela, mas não consegue me deixar ir embora, ir embora da parte colorida que aconteceu na nossas vidas, dói em vc quando eu mudo até o bom dia, vc gosta de me ter por perto, gosta do sentimento que tenho por vc, gosta de saber que eu te amo, vc tá com medo, por que lá é conflito, aqui não, aqui é sereno, lugar calmo, sutil, vc não sabe definir o que sente por mim, sabe que forte demais pra não me querer longe, tem que tá perto, tem que estar aqui, onde vc possa ver, tocar, porque eu te Inflamo, desperto a vontade de fazer loucura, desperto o desejo, vc não quer me machucar, não quer me ferir, pisa no freio toda vez que sente que vai se entregar ou que sou afoita demais, que falo que te quero, que te desejo, busca padrões em tudo, calcula tudo, busca resultados diferentes nas mesmas contas que já sabe o resultado, temos uma promessa louca e que temos medo de quebrar, desculpa talvez pra se manter na vida um do outro, uma justificativa pra não ir embora, mas na vdd acho que vc tem medo de se sentir sozinho, medo de perder o que vc sabe que é seu, mesmo não querendo admitir nem se comprometer, não quer que eu seja apenas sua amiga, ser só sua amiga na sua cabeça pode mudar todo o padrão, o bom dia, as conversar carinhosas, a preocupação, forma com que eu te enxergo, porque vc até entende que outras pessoas estão na minha vida, mas vc quer ter seu lugar, quer saber que todas as palavras carinhosas são só suas e de mais ninguém, vc quer que eu seja leve, serena, sutil como no começo, porque não imaginou que poderia se tornar essa avalanche de sentimentos que hoje tem aqui, isso te assusta, vc tem medo de ser engolido, porque tem medo de amar igual amava antes, medo de se machucar, medo de sentir que pode caminhar pro novo, vc ama ela, mas não consegue me deixar ir .....
Eu quero desabafar, e falar logo o que preciso. Mas ainda não posso, na verdade daqui alguns anos quem sabe? Me conectei nos pensamentos da mente mas com os do coração não. Não posso ouvi-lo ainda. Tenho que escutar minha mente e esperar para saber o que irá acontecer. Tenho que esperar para saber se não estou confusa, Tenho que esperar para saber como vou me sentir, Tenho que esperar para saber se estarei preparada. Tenho que esperar para saber o que sinto ao certo. Mas sei que me sinto bem. Sou muito nova para isso ainda, não sei distinguir o que penso. Isso é tão confuso. Demonstrar não é uma opção, eu sou diferente. Se interessa por mim? Eu sou legal, as vezes tímida, as vezes irritada ou as vezes me estresso com coisas inúteis. Mas sou engraçada, animada, e carinhosa (apesar de não gostar de melosidade). Mas eu tô aqui, e esperarei o quanto for necessário, para saber ao certo o que sinto, o que quero e o que desejo.
Coração Dividido
Em um labirinto de emoções, onde a luz e a sombra se entrelaçam, reside um coração dividido. Há um calor vibrante que se acende sempre que ele está por perto, uma paixão que parece transcender o cotidiano. É um amor que faz o mundo parecer mais colorido, onde cada sorriso e cada olhar trocado se transforma em um momento eterno. Esse sentimento é como um fogo que, embora ardente, traz consigo um misto de alegria e incerteza.
Por outro lado, existe o carinho profundo, um amor que, embora confortável e seguro, não possui a mesma intensidade. Ele trata com ternura, como se cada gesto fosse uma declaração de afeto, e isso é inegável. No entanto, o coração anseia por algo mais, algo que é difícil de definir, mas que se manifesta em pensamentos e sonhos.
A dúvida está sempre presente: seria possível deixar para trás o que é seguro por algo que, embora excitante, pode ser efêmero? O medo é um companheiro constante, um eco que ressoa nas decisões a serem tomadas. A ideia de perder o que se tem por algo incerto é aterrorizante. E, no fundo, a pergunta persiste: será que o amor verdadeiro é aquele que queima intensamente ou aquele que proporciona paz e conforto?
Neste emaranhado de sentimentos, o coração busca clareza, desejando entender qual caminho seguir, entre o que é conhecido e o que é desejado, entre a segurança e o impulso do amor arrebatador. É um dilema emocional onde cada escolha pode levar a um novo destino, repleto de esperanças e receios.
Quando éramos crianças, os nossos pais ou responsáveis nos protegiam, e nos e ajudavam na tomada de decisões, porque éramos incapazes. Quando crescemos, passamos a ser livres para pensarmos e agirmos livremente, assumindo a responsabilidade pelos nossos próprios atos, mas ainda temos uma carga de preconceitos, medos, incertezas, e culpas, que nos levam ao marasmo e indecisões.