Inconsciência
A verdadeira consciência de um homem está em sua inconsciência.
É na raiva e no medo que demonstramos quem realmente somos.
Nos amávamos tanto
Que até na inconsciência éramos um do outro
Meu corpo respondia ao dela até dormindo
Pois em meu sonho ela estava
E nossas almas se entrelaçam tanto
Que os corpos se confunde
E a morte não existe
Pois nossas mentes
São vivas em amor
Refletindo a luz que brilha dentro de nós
Deus teve a sabedoria de alimentar todos os nossos desejos
E nos fazer apenas um para viver juntos para sempre
Nunca me amei tanto até descobrir que sou também você
E te quero para todo sempre em qualquer mundo
É com livre arbítrio que a gente adentra no pecado. Numa espécie de inconsciência, às vezes passageira, às vezes duradoura; depois, o que resta é consequência, às vezes passageira às vezes duradoura.
O ato de fazer escolhas é dado ao ser consciente, quando utilizado com inconsciência esse ato é destrutivo e não contribui para o desenvolvimento da humanidade.
Eu o amei com força e inconsciência, e com todas as minhas forças e consciência, eternamente o amarei com condescendência.
"Da Luz e da Consciência sai o AMOR que torna tudo belo e agradável. Da inconsciência e do ódio sai tudo que é triste, sem vigor, infernal"
A minha consciência tem atitude
e a inconsciência de mim mesmo...
Acreditando loucamente
e até cegamente no amor!
"A Ciência forneceu conteúdo a IA, mas sem a coerência, instinto, imprevisto e inconsciência. Sem o imponderável."
Tenho a náusea física da humanidade vulgar, que é, aliás, a única que há. E capricho, ás vezes, em aprofundar essa náusea, como se pode provocar um vomito para aliviar a vontade de vomitar.
Um dos meus passeios predilectos, nas manhãs em que temo a banalidade do dia que vai seguir como quem teme a cadeia, é o de seguir lentamente pelas ruas fora, antes da abertura das lojas e dos armazéns, e ouvir os farrapos de frases que os grupos de raparigas, de rapazes, e de uns com outras, deixam cair, como esmolas da ironia, na escola invisível da minha meditação aberta.
E é sempre a mesma sucessão das mesmas frases... «E então ela disse...» e o tom diz da intriga dela. «Se não foi ele, foste tu...» e a voz que responde ergue-se no protesto que já não oiço. «Disseste, sim senhor, disseste...» e a voz da costureira afirma estridentemente «minha mãe diz que não quer...» «Eu?» e o pasmo do rapaz que traz o lanche embrulhado em papel-manteiga não me convence, nem deve convencer a loura suja. «Se calhar era...» e o riso de três das quatro raparigas cerca do meu ouvido a obscenidade que (...) «E então pus-me mesmo dia nte do gajo, e ali mesmo na cara dele — na cara dele, hem, ó Zé...» e o pobre diabo mente, pois o chefe do escritório — sei pela voz que o outro contendor era chefe do escritório que desconheço — não lhe recebeu na arena entre as secretárias o gesto de gladiador de palhinhas [?] «... E então eu fui fumar para a retrete...» ri o pequeno de fundilhos escuros.
Outros, que passam sós ou juntos, não falam, ou falam e eu não oiço, mas as vozes todas são-me claras por uma transparência intuitiva e rota. Não ouso dizer — não ouso dizê-lo a mim mesmo em escrita, ainda que logo o cortasse — o que tenho visto nos olhares casuais, na sua direcção involuntária e baixa, nos seus atravessamentos sujos. Não ouso porque, quando se provoca o vómito, é preciso provocar um.
«O gajo estava tão grosso que nem via a escada.» Ergo a cabeça. Este rapazote, ao menos descreve. E esta gente quando descreve é melhor do que quando sente, porque por descrever esquece-se de si. Passa-me a náusea. Vejo o gajo. Vejo-o fotograficamente. Até o calão inocente me anima. Bendito ar que me dá na fronte — o gajo tão grosso que nem via que era de degraus a escada — talvez a escada onde a humanidade sobe aos tombos, apalpando-se e atropelando-se na falsidade regrada do declive aquém do saguão.
A intriga a maledicência, a prosápia falada do que se não ousou fazer, o contentamento de cada pobre bicho vestido com a consciência inconsciente da própria alma, a sexualidade sem lavagem, as piadas como cócegas de macaco, a horrorosa ignorância da inimportância do que são... Tudo isto me produz a impressão de um animal monstruoso e reles, feito no involuntário dos sonhos, das côdeas húmidas dos desenhos, dos restos trincados das sensações.
"O medo é bom, e seria muito perigoso se o eliminássemos de vez, porém, se ele for demasiado torna-nos servos dele pelas reações inconscientes, aparentemente racionais."
– Joel Fonseca Reis (setembro, 2018)