Inconsciência
As setas de vossa inconsciência viram descarrego pra ensinar o próprio desgoverno, transformando em éter pra não machucar e nunca mais manipular a força dos desterros.
Todo médium tem total controle, porque não existe inconsciência, pois, se existisse, iria de encontro ao nosso livre-arbítrio, pois assim como existem bons espíritos, existem também os maus que poderiam causar vários problemas aos médiuns. Quando o médium for passar uma mensagem, tem que ter o bom censo de filtrar o que vai falar.
Certa vez, a menina entrou em metamorfose. E, da inconsciência infantil, nasceu agressões à mente fraca e ao coração que, constantemente, passou a apertar-se.
Certa vez, a menina triste arrancou a própria carne, transfigurando-se em uma idealização que ela nunca alcançaria! E, da inocência, fumegou-se o sofrimento trazido pelas lágrimas, agora, diárias.
Certa vez, a menina furou a candura com seus ossos agigantados. E, ao invés da lição, ah, a garota agarrou-se ao errado que, de uma forma incrível!, dava-lhe prazer.
Então o que seria o amor…
Seria algo abstrato que a inconsciência humana gerou e globalizou, seria um labirinto sem saída ou uma coisa simples e suave que os seres humanos com seu egoísmo complicam ainda mais…
Não sei, sei apenas que dói e dói muito.
Você pisca e 30 dias de pura inconsciência se passam. Você dorme e acorda depois de 1 ano com uma total sabedoria, não sei, talvez conscientemente ausente de seu mundo traçado negativamente.
(Inconsciência humana)
Como não consegues ver a criação de Deus então irás sofrer
irás se amargar como um fel descendo na garganta de um inimigo
então irás chorar a raiva
a raiva de não ser amado
culparás o mundo por suas desgraças
buscastes o ódio
e teu irmão assassinou
e agora quer o perdão
o perdão que tu não darás a ninguém
porque não sabes amar, e não sabendo amar não aprenderá a perdoar porque o perdão é a capacidade de amar
e tudo que veres será infelicidade
mas se não consegues enxergar a beleza do criador
então se perderá do caminho dos justos
se racharás em uma angústia à busca do nada
irás vagar sobre as correntes do mau
sem ter visto o presente que Deus lhe deu
o presente mais caro
o valor maior
de todos os valores
universais
e o valor maior é sua própria vida
Nada mudou
a inconsciência me traz vida
falta algo, falta tudo
por falta do que não foi
coração impuro, sofredor
se revela frágil, fraco
roupa forte, âmago rasgado
O que parecia inócuo se fez poderoso
Arrasou o inabalável,
aniquilou as esperanças
e o fez ser assim.
"O pior problema do mundo é a inconsciência, por esta razão surge todos os outros problemas."
Sílvia Ferreira (SFS)
A inconsciência é muitas vezes a principal causadora de determinados estados de loucura. Julgo que este pensamento seja comum a muitas pessoas. O pensamento de que são muitas as vezes que atingimos um estado de insanidade por culpa da nossa inconsciência.
A inconsciência, ou a cegueira. Depende de como gostamos mais de chamar-lhe. O ténue e maçador esforço de correr ao encontro do que ainda está para vir, sem tão-pouco perscrutar memórias e reminiscências.
Não sei ao certo o porquê da invasão destes pensamentos no meu cérebro. Ou talvez saiba. Talvez porque me vejo rompida e rasgada pela minha própria vida. Tanto que me apetece renunciar a certos pontos. Apetece-me. Mas não o faço. Em vez disso mantenho os meus sentidos aguçados, na expectativa de assim descobrir um outro ponto de partida, e desse modo anular episódios que me perturbam. Apagar os passos dados em falso, aqueles que me levaram num sentido que hoje está a parecer-me errado. Só que as memórias não se riscam, como se risca algum apontamento que não está bem definido. As minhas memórias não…pelo menos não no seu todo.
Então hoje remanescem as piores representações, os instantes de dúvida, a tortura de certos sentimentos. As tais imagens que gostava de extinguir por instantes, mas não sou capaz.
É geralmente neste ponto, em que a minha consciência se torna imoderadamente real para ser suportável, que me desmancho em alucinantes e impetuosas habilidades a fim de desviar essas imagens da minha vista. E também é comum nestes momentos fechar os olhos e preferir deixar de ver. E é igualmente aí que os meus actos e gestos perdem parte do sentido. Se é que alguma vez o tiveram.
Claro está que falo em acções específicas, que na verdade não me apetece especificar.
Apeteceu-me apenas partilhar convosco estes meus pensamentos. E talvez um de vocês, mesmo sem as ditas especificações consiga perceber o que realmente tentei dizer aqui nesta minha curta e confusa dissertação.
FAXINA NO FIM DO LIVRO
Uma faxina na casa alivia a alma
Que dorme na inconsciência do medo.
Quão suja está esta ideia
Murmurando silogismos tristes
De heróis mortos.
Ainda escuto estórias de um poeta
Lutando na guerra de canudos.
Seus papiros estraçalhados
Comandando as tropas
No cair da noite,
No regar do vinho.
Nenhuma verdade será dita
Na poesia.
Poesia é mentira escatológica
Murmurada na caverna
Da alma.
Onde maravilhosas
Sementes de plágio
Naufragam na contaminação
Vermelha do sangue.
Tem que ter cor!
Letras pálidas
Não trafegam pela multidão.
Afirmem o sim,
Neguem o não,
Poesia boa é a que causa explosão.
A que mata gente,
Sem compromisso com a verdade.
Um turbilhão de insetos
Procura entrar por teus olhos,
A paisagem noturna
Parece a imensidão de águas
No centro do mar.
Deixa sair os bichos da carne!
Um velho aposentado,
Apodrecendo no sofá da sala,
Se prepara para ser poeta.
Poeta é o que já foi
E será,
Como as águas evaporadas
E condensadas em chuva
Do mar.
Tamanha dor do mundo
No coração do vagabundo
Crucificado do lado de cristo.
Sem palavra,
Solto ao horror esferoide
Do grito sempre vivo no seu ouvido.
E o que lhe dizem os anjos?
Seus arranjos têm lógica?
Não é fácil suportar as letras nos olhos
Quando a grama verde
Se comunica com os pés.
Abre-se branco um horizonte esparramado
Onde cavalos coloridos
Estudam lições do marxismo.
Neste miolo de algazarra, meu pai,
Senhor e menino,
Em sua carroça de bois,
Busca areia no riacho
Enquanto pajeio os sapos
Nas margens plácidas.
O que me contam eles
É digno de respeito:
A verdade dos reis
Aberta como conceito.
São descendência da nobreza,
Voltarão como voltou Cleópatra
Postos a mesa.
Não importa,
Meu pai não percebeu a importância
Daqueles seres.
Nem dos poetas,
Notáveis reis do insignificante.
Uma áurea de insônia
Acompanha cada um desde que nasce.
Faz uma faxina,
Lata de goiabada não entra no museu.
Guerra de almofadas e pesadelos,
Faz os melhores textos
Quem não tem zelo.
INCÔNSCIENCIA
Diga-me então:
O que sabes além do que os teus olhos podem mostrar-te?
Nada além do que dissemina a frívola modernidade?
Nada além da pestilenta obviedade coletiva?
Nada além do subjugo da maldade?
Ah, mundo conturbado de agregados em ofensivas
Humanos alheios à essência, rendem-se a leviandade
Seguem sem porquês, comprazem-se ao talvez
Inconscientes, mascaram fases, da euforia à embriaguez
Eles querendo mudar nossa sina
Nos injetando a inconsciência
Dizendo que é a democracia
Grande piada, conto de fada.