Incognita
Transposto ao presente esta o futuro, é uma incógnita, mas se tudo é consequência de nossos atos, aí esta a razão.
“ – Na melhor das hipóteses, eu não te esperava
O entardecer era sempre uma incógnita. As horas passavam, sucediam-se perdidas em milhões de pensamentos que não eram, nem poderiam ser traduzidos para o real. O sol declinava lentamente, acompanhando a espera. Querendo presenciar o encontro, as nuvens passavam rápidas, uma empurrando a outra. Todos queriam ver.
O encontro não se deu.
Não ri. Nem chorei. Senti um vazio imenso, como se alguém absorvesse tudo de bom que eu tinha.
Na melhor das hipóteses, eu não te esperava.
Sentia-me leve, caindo sem ter um apoio, um chão, um fim para a descida.
A casa tornou-se grande e a minha solidão ecoou em cada canto dela. Ouvia. Conseguia perceber os lamentos que por ali perambulavam. As paredes estavam impregnadas de desilusões, alimentando-se das alegrias que antecederam ao encontro.
Que não se deu.
Andei de lá pra cá levando a solidão e a amargura. Foi então que minha amargura contida de repente explodiu em fases distintas e desconexas. Era um riso escabroso, um choro enfurecido, imprecações injustas. Briga com tudo e todos. Pisei na flor que se abria cálida para o orvalho. Desabafei em prolongadas falas, gestos carregados que denotavam tudo o que tinha de você em mim. Senti desejos arrasadores, explosão de ser o que não era. Desejei transpor o invisível que, aos meus olhos, eram enormes e insuperáveis. Eu sinto falta do inexistente. Do sonho que não consegui sonhar. Do amor que nunca tive. De um passado ausente.
A espera que virou espera.
Na melhor das hipóteses, eu não te esperava.”
O passado não tem retorno, o futuro ainda é uma incógnita, só do presente depende a nossa felicidade.
Entre as artes que existem no mundo, e são tantas, sempre paira a incógnita do crer, sentir e viver.
Parece impossível viver sem sentir, que seja dor ou amor, mas viver sem sentir, não existe.
A arte do crer e sentir são para poucos. Uns apenas sentem, outros crêem.
A arte do viver e crer, assim juntos é quase uma resistência da própria existência.
Se eu vivo e creio tenho que lutar contra as opiniões, os costumes e apesar de tudo continuar sentindo.
Entre tantas as artes eu escolhi amar, a mais difícil e tinhosa delas. Todas as outras artes são ínfimas diante dessa grandiosidade de sentimento.
Quem disse que é fácil amar?
Mas aprendi que se ama de várias maneiras, de várias formas e cores e por algum tempo não cronometrado eu “ amo transparente”. Yvanna
A cada dia que passa, percebo que nada sei, que sou uma incógnita para mim mesma, que posso me surpreender e surpreender os outro, numa mesma proporção.
E isso é o que faz da vida uma intrigante aventura, um conjunto de “sims”, “nãos” e “talvez” que nunca terá fim. E na sua interseção, inúmeros pontos de interrogação e exclamação.
NÃO, isso não é uma aula de gramática disfarçada, muito menos de matemática!
SIM, posso parecer louca, mas...
TALVEZ, eu seja apenas mais uma mulher, que anseia pela felicidade, mesmo nas ocasiões em que ela esteja explicada numa língua praticamente incompreensível para mim.
Por isso, busco a todo o momento, formas de traduzi-la no idioma o qual eu criei, um idioma só meu.
17 de dezembro de 2009
Incógnita
O que tenta dizer-me esse olhar
Profundamente misterioso
Que se esconde por detrás
Dessa placa de gelo e vidro
Talvez diga que me ama
Mas poderia também zombar
Dos meus elogios óbvios
Da minha solicitude exagerada
Quero dar o que te falta
Mas, afinal, o que te falta?
Seus olhos saltam de espanto
Escondem respostas e choram
Quem dera tivesse eu desenvolvido
Os dons espirituais da mediunidade
Atravessaria seus pensamentos
E, em meio ao veneno, encontraria o antídoto
Mas tudo o que me cabe
É sentar ao seu lado
E partilhar o silêncio cúmplice
Da incógnita dos seus sentimentos
Bernardo Almeida (Livro Achados e Perdidos)
Exatidão
(keidylee.blogspot.com)
Nunca me revelei por completa,
Sou uma incógnita até para mim
Não me cobre explicações
E nem me dê mais juízo,
O melhor de tudo é simplesmente não entender.
Inventar a própria razão,
Perseguir incansavelmente a exatidão.
Basta pouco procurar
O bastante até encontrar
Uma certa emoção em andar pelas ruas calmas
E encontrar ali um refúgio a alma.
Minha própria paixão
Também inventada
Ferida pelas calçadas
De dor até certo ponto,
O que deixei para trás
Foi o medo e comigo o desejo
De procurar silenciosamente ruas agitadas
Com a exatidão do infinito.
Acróstico - Ivyna
Impaciente! não sei se tu és.
Vaidosa! talvez sim.
Y é a incógnita do acróstico,
Na verdade, é do coração.
Ainda mesmo que distante palpita a saudade.
Na verdade ninguem sabe o que se passa , o que se sente , o que se há .
Na verdade é uma incognita !
INCÓGNITA VARIÁVEL
Gosto de ouvir o silêncio e do frio aconchegante da madrugada. De me enfiar debaixo da coberta em tempos de chuva e ver um bom filme, enquanto como uma porção de pipoca. Outrora gosto de ler um livro acompanhado de uma xícara de café, de chocolate quente ou até mesmo de um chá; no aconchego de meu quarto. Sou acompanhado pela música a toda hora e gosto da forma que ela me faz movimentar e sentir. Sou de observar detalhes que ninguém quase nunca nota e de ouvir com atenção o que se diz. Abraço apertado, sorriso largo e coração grande... é assim que você vai me encontrar sempre e talvez nunca perceba quando estiver triste. Não gosto de demonstrar fraqueza na frente das pessoas, deixo estas 'falhas' no olhar saírem quando estiver só e as possa reparar.
Gosto de ajudar, amar e me fazer útil às pessoas. A felicidade alheia me inspira na busca pela minha! Sou sem medidas, sou intenso, sou verdadeiro e acredito que assim deve ser vivida a vida. Gosto de beijos demorados; de sentir o coração bater rente ao meu e me perder em certos olhares sem pressa pra me achar... sem pressa de voltar. Tenho pressa em ser feliz, embora não a tenha na construção da minha felicidade. Contraditório? Talvez... tem dias que nem eu seu sei me decifrar; tem dias que sou assim uma incógnita variável. O problema é que as pessoas julgam conhecer a outra só porque sabem seu nome, telefone celular e a tem como amigo no Facebook. As pessoas não se permitem conhecer de fato e saem por aí me descrevendo em linhas, quando não souberam me entender nem nas entrelinhas.
Conhecer alguém leva tempo, muito tempo mesmo, por isso não julgue saber de tudo ao meu respeito pq eu preciso ser lido e relido por diversas vezes. Sou simples, embora em grande parte seja complexo mesmo. Me conhecer requer paciência, vontade e riscos, mas sobretudo requer um pouco de insanidade.