Incerteza
A separação física é a dolorosa certeza que o sofrimento existe. A consolação é a incerteza do esforço, instintivamente perdido, no subterrâneo da irresistência.
A morte é uma certeza mas, a maior incerteza é saber a sua chegada e conseguir contrariar essa certeza.
O mistério aguça o segredo e ambas desvendam os olhos da incerteza, pronunciada pela certeza invisível.
Mesmo diante da perda e da incerteza, Rute escolheu permanecer fiel a Noemi e ao Deus de Israel. Sua fidelidade abriu portas para um futuro de bênçãos.
Um pesquisador científico é um curioso, cheio de incertezas, que nunca estará satisfeito com o que sabe; e sabe que tudo está por construir. Já o "especialista" se julga sabedor de tudo, inclusive, do que nem a Ciência tem convicção de onde vem, onde está e para onde vai, como o autismo, por exemplo.
O que tiver fadado a incerteza por favor não perturbe meu autocontrole. A placa de permanência indica todos os caminhos que não criam falsas expectativas. O seguro paga dobrado pela grandeza de ser o que é, sem amarras. Umbigo? É realmente a menor escolha do ser-humano. Prefiro os olhos, os braços, as pernas e mais ainda... A certeza da simplicidade todos os dias em minha porta.
INCERTEZA
Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão
Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração
Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador
É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG
Incerteza
Pergunto ao vento que vem
Me dê notícia do meu bem
E o vendo se cala, aquieta
O vento diz nada ao poeta
Pergunto a ilusão que passa
Por que toda essa negaça
Por que tanto sonho ao chão
Me diz, toda está servidão
Por nada, não me diz nada
O cerrado de boca calada
A quimera quieta no canto
E a poética sem um encanto
E a quem perguntar então?
Ao desencontro, a desilusão?
Ao tempo que fugaz passa?
Ou incerteza com tal negaça?
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 de outubro de 2021 – Araguari, MG
Ao contemplar a imensidão da noite,
me deparo com a incerteza da escuridão. Mas, com foco, força e fé posso vislumbrar o iluminar no raiar de um novo dia.
A aurora dissipando as trevas, iluminando sorrisos, reescrevendo história, trazendo esperança ao meu ser.
Nada é preciso
em meio às incertezas
das lutas da vida
mas nada é mais preciso
ao estar em meio a elas com Deus
e sentindo amor no coração
O que faz a ansiedade é viver na incerteza do amanhã, como não se vive o amanhã, consequentemente vegeta no hoje.
Em cada um de nós há pedacinhos de certezas, incertezas, lágrimas, sorrisos...pedacinhos de mentiras, egoísmo...pedacinhos de loucura, de bondade... somos feitos de pedacinhos que precisam ser juntados para completar a nós mesmos.