Impulso
Ele é o meu impulso, o meu desejo, o poder simplesmente exercido sobre mim. Ele é minha dor, o meu amor. És o sorriso e o pranto, és o meu intermédio o meu réfugio. É o poder que me faz lutar, o súbito desejo. Ilumina os caminhos que se traçam sós, por puro ímpeto.
Meus anseios tomam conta de mim, esvanecem meu ser. Transbordam, e eu me afogo em cada pouco, em cada parte.
Deságuo nesse mar remoto, que queima todo o meu ser. Sou fênix? Ressurgi das cinzas, me pus de pé. Todos podem me ver nesse momento. Não sabe o que quer? Devo esperar? Sou um jogo qualquer que cansou de jogar?
Vou atrás, minha mente diz ‘’não’’ mas, meu corpo diz ‘’vai’’. Me perdi nesse desejo, em meio a esse desespero, e o teu sorriso? Ahhh, sim! Ele me desmonta por inteiro, perfeito.
Diga-me o que devo ouvir, não o que quero, seja sincero! Leal as próprias verdades, não se perca dentro de si. Pois simplesmente sofro em segredo, morro em silêncio. Devo me entregar? Será que a maré precisa realmente me levar? A luz talvez se apagará. Não posso lhe dizer exatamente nada.
Não me parece uma das melhores horas... Mas, recordo teu cheiro, o teu jeito, e meu choro me toma por inteiro. Será que deve se vencer pela razão? Se apagar da emoção? Simplesmente não dá para explicar, não há quem venha me contar.
Só preciso dessa sinceridade, dessa verdade, estampe-a para mim, ilumine-a, aja como deve. E não como quer! Não me deixe afogar em meio aos meus tormentos, em meio a esse ‘’vai e vem’’, ainda estou aprendendo a nadar, mal consigo respirar. Diga para mim, me fale enfim. O que vai ser de mim?
Agir por impulso pode te fazer perder, o que você mais quer no momento; e não agir também, a escolha é sua.
Impulso do saber
Narada era um sábio indiano, segundo algumas lendas conversava com os deuses. Após ter percorrido o mundo e absorvido muito conhecimento ele vai ao encontro de Vishnu ( um dos deuses indianos). Nessa conversa Vishnu - contente com as novas que Narada trouxe - pergunta:
- Narada, todas suas venturas são magnificas mas me responda, porque o maior privilegio da vida é conviver com homens bons e sábios?
Narada não soube responder, Vishnu diz:
- Volte para terra e vai até está determinada arvore, nela ira nascer um pássaro. Assim que ele romper a casca do ovo repita a mesma pergunta que eu o fiz.
Narada volta a terra e vai até o lugar recomendado por Vishnu. No exato momento que o pássaro sai da casca e o olha, ele pergunta:
- Lindo amigo, porque o maior privilegio da terra é conviver com homens bons e sábios?
No mesmo instante, o pássaro respira profundamente e morre. Narada não compreende, vai até os deuses, conta o ocorrido a Vishnu que responde:
- Filho, não te preocupes, em tudo há um porquê. Agora retorne, vai até a este sitio, e nessa manjedoura está nascendo um bezerro, assim que ele cair no chão e abrir os olhos repita a mesma pergunta. Narada, ainda confuso faz o que lhe é determinado.
No momento em que o bezerro abre os olhos ele pergunta:
- Criatura divina, porque o maior privilegio da vida é conviver com homens bons e sábios?
O bezerro olha em seus olhos fixamente e morre. Sem compreender nada e com certa fúria, Narada retorna ao deus e relata tudo. Vishnu coloca:
-Sábio Narada, ainda tens o ultimo dever. Deve ir até este Reino, o rei está prestes a se tornar pai de um filho homem. Confia em mim e vá, assim que a criança nascer faça-lhe a pergunta.
Narada vai, mas o conflito interno é grande. Temendo matar um príncipe e sofrer as consequências do seu ato. Chegando no reino ele é recebido bem pelo rei, que aceita a vontade dos deuses ao permitir que seu filho seja visto por Narada assim que nascesse. Quando chegou o momento do nascimento Narada se prostrou aos pês da cama e orou, o bebe nasce e ele o questiona:
- Espirito magnifico, príncipe nesta vida, porque o maior privilegio da vida é conviver com homens bons e sábios?
O recém-nascido abre os olhos, sorri e lhe responde:
- Eu sou a prova viva disto, meu irmão. Algum tempo atrás foi me permitido encarnar neste orbe como pássaro, no momento que eu rompi a casca vejo em minha frete um dos homens mais sábios e bons desta terra, minha consciência sofreu um impulso que morri no mesmo segundo, foi me permitido encarnar novamente como outro ser. Desta vez encanaria como bezerro. Assim que nasço, caio no solo e abro os olhos, mais uma vez vejo você irmão; minha consciência novamente sofre um impulso tão grande que morro e, eis me aqui novamente.
Os textos indianos são repletos de simbolismos e metáforas. Logo, não penso que seja possível um animal vir a evoluir e reencarnar como homem ou vice-versa. Acredito que exista algo no nosso interior equivalente aos animais representados. Algo escuro, ignorante, limitado que é convidado a “evoluir”. Isso só conseguimos com a ajuda/companhia/referencial - indispensável - dos homens bons e sábios.
SÓ OS LOUCOS SABEM
Às vezes me pego questionando
Por que só sei agir por impulso
Sem ter sentimentos avulsos
Vou a assim a vida amando
Queria ser tão diferente
Poder pensar, tudo calcular
Na razão respostas encontrar
Mas sou louca inconsequente
Gosto de viver de emoção
Numa busca tão profunda
Gosto de agradar meu coração
Queria ser bem mais objetiva
Pensar mais nas consequências
Mais sou louca e muito subjetiva
(NORMA AP SILVEIRA DE MORAES)
05/06/17
O vento sopra medos aos sem convicção,
e vira ferramenta de impulso aos ousados
na superação...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Eu quero mesmo é chegar ao fundo do poço. Dizem que ele é o melhor lugar para se tomar impulso. Das duas uma: Ou me afogo, ou emerjo.
Ao me ver dando um ou dois passos para trás não se surpreenda. Eu sempre pego impulso antes de dar um grande salto.
Existem situações em que se faz necessário recuar alguns passos a fim de obter impulso e voar mais alto.
O filho que vai embora
Por impulso da mocidade
Indo à terras estrangeiras
Procurar Felicidade
Crava no peito dos pais
A fria espada da Saudade.
O amor que tem os pais
Não é coisa a se jogar
Mas o filho insensível
Comete o mau maior que há
Deixar um pai esmorecido
E uma mãe triste a chorar.
Se o filho sensível fosse
Só lhes dava alegria
Ao invés de um grito, um abraço
Ao invés de solidão, companhia
E se eles disseseem que não fosse
O filho nem pensar se ia.
O sofrimento maior do mundo
É ver um filho acamado
A mãe chorando reza
O pai fica atormentado
E se o remédio fosse o amor
O filho já estava curado.
Com tristeza a mãe preparara
O almoço do domingo
E uma lágrima que corre
De uma dor que está sentindo
Por saber que o filho foi
E por saber que não está vindo.
Um filho que não perdoa
Um feito que o pai errou
Esquece que o humano é fraco
E de Carne Deus o criou
O pai foi mirar no Acerto
Mas no erro ele acertou.
Quem usa o seu tempo com sabedoria não precisa de relógio de pulso, mas de muito mais impulso para remir o tempo de Deus.
"Eu não sei se chamaria de fé, teimosia, talvez! É uma espécie de impulso que me empurra pra vida. E é este impulso vital que me faz acreditar que, logo ali na frente, na próxima esquina, eu vou encontrar algo que vai me provar que não desistir foi a melhor escolha."
TOMO A FÉ COMO IMPULSO
Ainda que muitas tempestades
invadam a minha vida;
agarro-me na força que provem da fé
que vem do alto e me invade por inteiro...
É nela que tomo o impulso
para seguir adiante;
nesta vida onde nada é seguro,
tudo é incerto
e o tempo corre depressa
e cada segundo foge-nos da palma da mão...
A fé faz-me voar com firmeza
sem medo da queda desamparada...
Ela faz-me voar muito além daquilo
que eu possa julgar
impossível e inalcançável.