Implacável
Ausente, diferente
Nada é tão implacável agente
Como um sonho derramado.
Aquele que soltas, mas esta amarado.
Aquele que foges, mas te persegue.
Aquele que evitas falar, mas alguém fala e segue.
Aquele que esqueces, mas alguém te lembra.
Aquele que parece preto e branco, mas não é zebra.
Você entrou na minha vida e plantou a sua haste,
Você mudou de direção e foste para o leste.
Será que virá algum pirata para roubar essa lembrança de mim?
Acredite, se isso acontecer será o fim.
O fim de uma presença como a ferra.
O fim de uma era, fértil como a terra,
Onde chovia, onde plantar e colher
Era um dom, já não quero sofrer.
O Tempo . . .
Buscando o tempo...
implacável
não para
não chega a tempo
vivemos em função dele
Que tempo e este?
Tempo para que?
E porque?
Por vezes nem mesmo
encontramos respostas
tempo floridos
cheios de charme
alegres
aconchegantes
correm tanto
que nos escapam
sem que possamos
senti-los
tempos de meninice
doces tempos de mimos
passaram em nossas vidas
deixando recordações
tempos arrojados
não nos preocupávamos
tínhamos uma vida pela frente
lembramos das ousadias
dos tempos de adolescentes
tempos cinzentos
passamos a borracha
não podemos remoer
esquecemos apenas
tempos atuais
cheios de esperanças
temperamos com açúcar
uma boa pitada de afeto
vivemos o tempo
no exato momento
que nos toca
sinalizando!
a hora é esta
Viva o Tempo!
Daisy Xavier
O tempo é implacável. Ele não nos faz esquecer, mas sim tirar o que é importante do centro das atenções.
Tempo! Implacável tempo!
Por que caminhas tão ligeiro,
Deixando marcas por onde passas?
Conheço agora a tua sina, não deixa dúvida,
É compor a teia e decompor a vida
Com seu galopar constante, tudo alcanças.
E parece desprezar quem padece e implora.
Ocasionando ora alegria, ora tristeza e estupor.
Tu és fiel escudeiro da fria e radiante Natureza.
Amante cruel e ciumento da excelsa Beleza.
Acalenta sonhos, dissipa tormentas,lembranças
E lanças tudo, num lento esquecimento.
É importante perceber que essa implacável metamorfose que vivemos, é capaz de apurar nossa essência e reinventar a história de nós dois... Somos muito mais do que o casulo que nos envolve...
Na Natural Seleção
Mãe Natura é Implacável
Se não puser coração
Poesia fica impraticável
Pedro Gonzalez
Belezas ao léu se vão
Só um deserto se ceva,
Se não restar mais paixão...
Respeito à ordem primeva!
Ana Maria Gazzaneo
Paixão?! Chama que abrasa,
Pra me queimar, venha logo
Escancaro a porta de casa
Com ou sem chama, chama fogo...
Pedro Gonzalez
E teu treino com bombeiros?
Tá querendo desafio?
Paixões são fogos morteiros...
Paixão? Arranco o pavio!
Ana Maria Gazzaneo
O estopim já aceso
"nada segura o Sansara"
um beijo de contrapeso
e a colher a seara!
Pedro Gonzalez
Céus desnudos, tudo aclara...
Já não penso mais em nada...
Puro amor que se escancara?
Fico a sonhar na sacada!
Ana Maria Gazzaneo
( ..."nada segura o samsara")
Da sacada ao chão duro
são poucos metros de queda
mas da sacada ao céu puro
é o Cosmo que me enreda!
Pedro Gonzalez
(...Tua altivez, minha estela...)
Quedo-me ao chão, voo espaço...
Tenho as asas da alegria.
De sacada em ti me acho...
Descortinada a poesia...
Ana Maria Gazzaneo
Voo alto, asas ou vinho...
Acrobacias ou tropeços...
Na sacada do vizinho,
Um olhar... Será o começo?
Pedro Gonzalez
Mais em cima, mais embaixo...
Mais do lado, acerto o passo.
Verso truncado ao capricho?
Deixa disso, aperta o laço!
Ana Maria Gazzaneo
Laço apertado, gravata?
Passo apertado, ladeira?
Punho apertado, bravata?
E ela se diverte, faceira!
Pedro Gonzalez
Ele enfim já compreende
De tudo a grande beleza
Diversão que se dispende
Palavrinhas sobre a mesa...
Ana Maria Gazzaneo
Em tempo
que vamos amadurecendo
é que vamos percebendo
que a vida é implacável não
tirando a chance de recuperarmos
nossa alto estima e olharmos o horizonte
e sabermos que nosso fim está muito próximo ...
Claudio Maut
Jovem velho
O tempo é implacável,
“o tempo é atemporal”,
pode-se achar paradoxal,
porém, de repente
dormitamos e acordamos
após grandioso temporal.
O alerta aqui é valioso
para mostrar o óbvio,
a revelar o opróbrio.
que às vezes não
não sequer rever.
Basta ficar no portal
de cemitério de ricos,
ou de pobres nobres,
para o óbvio aprender.
Denotar com idades
vencidas pela morte,
mentirosas verdades
quais não fazem sorte.
Viver o momento
execrando o tempo
é viver a eternidade
destituída de idade.
Além da vida, até o tempo
não passa de mera ilusão.
O tempo ... Ah, o tempo!
Certeiro e implacável vai modificando aos poucos toda uma vida, sem ao menos percebermos.
Envelhecer!
Nos permite olhar as coisas de um jeito diferente e, assim, compreender de modo mais amplo o que a vida nos impõe.
Envelhecer minuto a minuto ... É assim que todos estamos.
As vezes com alegria, as vezes com tristezas.
E sempre com os dois.
É tão triste quando até as dúvidas não restam
E a dura e implacável realidade dos fatos
Impõem-se absoluta, desmanchando as cores do sonho
Matando as flores
E a terra que era tão terna e acolhedora
Passa a conhecer o frio e aos poucos se torna estéril
É tão doloroso descobrir que o amor não passou de quimera
Caindo num lapso feito uma tempestade que arrasou com tudo
e cobriu de vez o céu azul e bonito sob os quais foram feitos tantos planos
É tão difícil levantar, buscar e descobrir que tudo não passou de ilusão
Os beijos, os abraços, as juras e promessas eternas
Tudo um gesto ensaiado, tudo uma armadilha
E que por mais se queira negar os fatos
O sol veio e revelou as pegadas da cruel traição
É tão inútil manter viva a esperança
Lançar os olhos em direção à ela e não mais enxergá-la
E assim, de traição em traição, de golpe em golpe
O amor que foi tão grande e profundo,
Agonizante
Morre
Não sem deixar uma última dor molhada
que escorre pelas beiras da alma
E vai dar em nada
Brisa implacável.
Olha quanta coisa se perdeu,
olha onde escondeu a solidão.
Nunca foi morada tal esfinge,
tão nobre és teu coração.
Veja quantas noites nós choramos,
tristes, desolados, separados.
Sou mais que a bela borboleta,
que perdeu uma asa na brisa implacável.