Imaginário
A maioria das pessoas projetam um mundo natural e imaginário que as religiões pregam e acabam se esquecendo da realidade e que tem uma vida provisória para ser vivida e que depois jamais voltará.
De repente foi deixando de fazer falta, o que na verdade nunca existiu, senão no imaginário de cada um.
Era só mais um amor passageiro, desses psicológicos, do imaginário e passou sem causar um arranhãozinho sequer no coração. Simples assim!
O teu amor imaginário é tão forte, que me faz sentir o gosto de um beijo que eu nunca dei e sentir saudades de um lugar que eu nunca fui.
A fé alcança o impossível, solidifica o imaginário vai além do inatingível e acalenta a vontade, com humildade e verdade!
O espetáculo imaginário chega ao fim. O palhaço após servir de diversão a outrem retira a máscara, e eis que surge a sua verdadeira face
"Quem tem o rei na barriga e se coloca em um pedestal imaginário não tem moral nenhuma comigo. Não gosto de endeusamentos, nem comigo, nem com ninguém. Ignorar uma atenção, ser esnobe e se afastar das pessoas porque se acha o 'bonzão' são coisas feias e estúpidas. Só isso. Todos nós somos feitos da mesma matéria e voltaremos para o mesmo lugar, então para que complicar tanto? Eu admiro o dom, o caráter, o conjunto, o que me faz virar fã de alguém; só que do modo mais carinhoso e amoroso possível, sem idolatrias. E quem espera ser idolatrado por mim, que espere sentado, pois de mim não terá nada, nem a presença. Tô fora dessa gente. O valor de quem sabe ser humilde, não tem preço no mundo que o pague, mas ganha imediatamente meu respeito para vida toda."
É uma paixão que quase passa todos os dias. Dessas dos sonhos. E vive aqui dentro do meu imaginário, sendo alimentada pelos meus pensamentos. Penso ser uma loucura, mas tortura maior seria fugir e viver de fantasias.
“Somos um feito imaginário no contexto deturpado pelo acaso, das diferenças criando uma igualdade, Somos uma eclipse misturando às cores enfeitando a Noite, vulcão em atividade se espalhando pelo mar… Somos preto no branco… água e fogo, somos o que somos, cada qual único, e cada uma de nossas singularidades compondo um dueto… Arrojada duplicidade de total simplicidade de ser você… Eu… Nós a Sós…”
Imaginário
Caíste na armadilha
O ponto de interrogação
Brotou no céu do seu interior
Imaginar, criar o imaginário.
Perder o sono na calada da noite
E não encontrar a ponta do cordão
Do novelo com a raiva que restou
E a tal prisão que martela o pensamento
Como a dor solene da paixão
Ou como a armadilha que fez
Virar amor
Á dias que você prefere continuar dormindo, perdido em um mundo perfeito imaginário.
Infelizmente e por vezes felizmente acorda faz parte do dormi e despertar é o pior pesadelo.
Uma outra história...
No meu imaginário infantil povoado de contos de fadas criei a imagem de uma linda princesa de vestido de seda azul com uma coroa de pedras preciosas na cabeça. Ela trazia numa mão uma varinha de condão e na outra um bico de pena com a qual assinou uma lei. A partir de então, seres humanos que viviam explorados e açoitados ficaram livres. O ano era l888, o mês era maio (mês de Maria). Na escola, esta data era comemorada com festas e a princesa consagrada , redentora era a heroína. Não me lembro de ouvir nessas comemorações o som contagiante do samba ou o ritmo cadenciado do berimbau marcando os passos de Capoeira.
Naquela época eu acreditava que realmente a assinatura de uma lei houvesse transformado homens e mulheres africanos (as) ou descentes de africanos (as) em seres livres da dominação e exploração. Fui crescendo...
Minha adolescência inquieta fez com que eu começasse a questionar os contos de fadas. Muitas perguntas, poucas respostas...Por quê a madrasta é sempre má? Por quê o príncipe herói é sempre loiro? Por quê o corcunda, o caolho e o “coxo” são os que traziam prenúncios do mal? Por quê a princesa tem a pele branca como a neve e os cabelos como anéis de ouro? Por quê o Saci Pererê é negro e ainda tem uma perna só? Por quê?????????
Procurei respostas .Algumas encontrei em livros que nunca foram lidos nas escolas. Outras fui sentindo, percebendo...O olhar e o peso do preconceito e da discriminação que perpassaram a minha vida foram me ensinando também a obter algumas respostas...
Sofrendo cheguei à maturidade, consciente da ideologia de dominação que manipula a cultura brasileira. Ideologia que construiu valores hipócritas numa gama da sociedade. Ideologia que (des) construiu pessoas que negam sua origem e exaltam “os cabelos de ouro e os olhos claros como o céu”. Ideologia (re)produzida nas práticas (des)educativas. Ideologia que criou a vergonha de ser diferente.
Vivo hoje um outro tempo. Saboreio gostosamente a palavra liberdade. Em cada minuto “Cronos” de minha vida descubro a sensação prazerosa do minuto “Kairós” infinito.
Descubro outras histórias, de príncipes e princesas de pele negra como o ébano, belos homens e mulheres livres no solo africano, aprisionados em terras brasileiras, trabalhando de sol a sol nas lavouras de cana de açúcar e de café. Homens e mulheres produtores da riqueza do nosso país.
Sob a orientação de um Governo Federal, construído com o sonho de dignidade para todos os seres humanos, negando todo tipo de discriminação, o resgate da identidade do povo brasileiro vem rompendo com muitos modelos cristalizados e camuflados de racismo.
Aquela princesa, ao assinar a Lei Áurea e não assegurar qualquer tipo de oportunidade para o negro e a negra se integrarem à sociedade, legalizou a exclusão e a discriminação racial.
Muitas vezes pensei em esquecer o 13 de Maio, mas é impossível porque ele é carregado da dor de meus ancestrais. Comungo então esta data com milhares de outras brasileiras e brasileiros que neste dia aproveitam para denunciar os crimes cometidos contra os negros e negras que viveram e vivem neste solo brasileiro.
Apaixonada pela minha origem negra, referencio o meu avô Adão Passos negro de luta, que trazia um “mucuta” debaixo do braço, carregada de todo o misticismo do afoxé africano. Talvez fosse ele um descendente das princesas e príncipes, dos reis e rainhas arrancados da Mátria Mãe África para servir a um emergente sistema capitalista e que transformou seres humanos em “coisas”produtivas.
Ao meu avô e a todos os negros e negras resistentes, que construíram e constroem a riqueza social, econômica e cultural do Brasil dedico este poema de minha autoria:
REIS E RAINHAS DA AFRICA
Sol escaldante a
Escorrer sobre a terra
Feita de barro e de bronze
Fragmento de um povo
Sob o tórrido ouro
Do continente-Mãe
Lutas
Sangue
Prisões
Reis e rainhas entregues
A brancos mercenários
Cenários de choro e dor
Partida
Navio negreiro deixa o porto
Navega, navega...
Monstros marinhos
Povoam a mente nativa
Marcados por rituais
De magia...
Outra terra
Outro porto
Sons, tons, cores
Passarinhos cantam
Ondas a bater nas pedras
Cantam novas melodias
Gemidos
Coroas arrancadas
Dialetos misturados
Laços de sangue desfeitos
Dor
Dor
Dor
Músicas pipocam
Nas noites das senzalas
São gritos de guerra
Capoeira
Resistência
Lembranças
DA CORTE AFRICANA.
O que o é homem se não um ser da natureza, sendo ele criado ou não, fez-se ele um ser imaginario que colocou-se em um pedestal com medo do medo, de sofrer, assim sofres constantemente.
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