Ilha
A paixão é uma Ilha de idiotas,que ficam isolados da realidade,à espera de certezas muitas vezes incertas.
Luiz Lauro... Luiz Lauro era um colega de trabalho. Fazia parte do centro comunitário da Ilha de Joaneiro, uma favela próxima, onde morava. PT doente, entusiasta do velho Arraes, ativista. Pensava até que ele era ateu, parecia. Entre uma de suas façanhas, Luiz Lauro passou no vestibular e resolveu fazer o curso de Assistente Social na católica, universidade paga. Paga é paga, e ele descobriu, feita as contas, que o salário não daria, ou já sabia, mas, preferia fazer numa faculdade particular, se possivel. Ai ele simplesmente fez uma carta ao reitor pedindo que isentasse das mensalidades, já que era uma pessoa pobre, coisa e tal, morador da Ilha de Joaneiro, tinha 3 filhos, coisa e tal e anexou copia do contra-cheque. E é assim, é? Ele é de doido, porque não procura uma publica? Se fosse assim era bom, a faculdade ia a falência. Mas... Não é que colou, não sei como, o reitor se sensibilizou, deu um jeito. Outra vez ligaram pra ele, uma operadora de um conhecido cartão de credito, e com toda educação disse que ele estava devendo, não havia pago a fatura tal de um mês tal. Ele, oxi... Procurou em casa, encontrou, devidamente paga e esperou que o importunasse, digo, ligasse novamente. Quando ligaram, disse que já haver pago. Eles polidamente, pediram desculpas e solicitaram apenas que ele levasse uma copia pra darem baixa, ele disse não, se vocês quiserem que venham buscar aqui, eu tiro uma copia e dou, não foi eu quem perdi. Nos dias que sucederam recebeu ameaça pelos correios de SPC, ação judicial, e essas medidas cabíveis nesse caso. E ele desconsiderou, como eles mesmo recomendam, jogando no lixo. Mas, cargas dágua, teve um dia que ele foi comprar na C&A com a esposa e na hora de passar no caixa as compras, não pode levar, foi informado que tava sujo na praça, devido ao não pagamento de determinada fatura. Lauro nem pestanejou, acionou um advogado conhecido do partido e foi atrás do seus direitos, no final, o conhecido cartão de credito foi condenado a lhe pagar 5.000,00 mil reais, isso a mais de vinte anos, o advogado dos poderoso ameaçou levar pra frente, recorrer, chamou pra um acordo, fecharam em 3.000,00 mil reais, mais o nome dele excluído do cadastro.Lauro era um desenrolado mesmo! Teve outra que eu lembro o filho pequeno, numa redação besta de escola disse que desejava ver um avião de perto. Poxa, pedido de filho... E logo o filho de Lauro, no final de semana foi ao aeroporto Guararapes com o filho e procurou o escritório da antiga VASP, e foi barrado no portão pelo vigilante. Ele disse que o filho só queria ver o avião de perto, o pneuzão, alisar o bicho e sairia, somente, custava nada. Sem acordo, não pode! Quem ele pensa quem é! (deve ter rolado um preconceito basico, com certeza, além, Lauro um mulatinho enxerido, da ilha de Joaneiro). Lauro ficou do lado de fora bestando, como quem não quer nada, a rua é publica, lá ninguém manda, por ali... e aproveitando que o vigilante deu uma saidinha pra ir no banheiro entrou e foi procurar a assistente social da empresa. Quando o vigilante descobriu... Minha nossa! Entrou na sala e pegou-o pelo braço juntamente com o filho e saiu arrastando, enquanto ele gritava: Vou denunciar na Globo! Eita! Traz Lauro de volta! E foi informado que a VASP já tinha um convenio com as escolas, quer dizer, pra um monte de alunos, uma classe inteira de cada vez, não um aluno só, mas, quebraria o protocolo e o filho de Lauro juntamente com ele, fizeram uma viagem de ida e volta a Fortaleza com tudo grátis com direito a filmagem e tudo, feito só acontece no programa do Luciano Hulk. Super Lauro, um arretado, desenrolado todo! A ultima vez que eu o vi, havia se convertido, era evangélico com a Bíblia embaixo do braço e tudo.
Você que mora numa ilha, olhe ao redor e veja o oceano a sua volta. Oportunidades não lhe faltam. Agarre-se a esperança e vença seus medos em busca de novos horizontes.
A ilha Grande não merecia ser um presídio. Desde as casas brancas dos pescadores que foram ficando para trás, lá embaixo, no Abraão, até os caminhos sinuosos que vão cortando as montanhas, tudo parece um cenário de liberdade. (...) Teria sido um requinte de crueldade deixar que os punidos se lembrem diariamente da água, da areia, da brisa e do mato?
Como já diria Napolonga, essa ilha aqui ta uma bananeira sem nada pra fazer, qualquer hora tamo junto.
Chega de se preocupar, porque aqui nessa ilha não tem nenhum problema. Não tem ninguém pra julgar a gente, falar como a gente tem que ser ou o que a gente tem que fazer.
Aqui estou nessa ilha, rondado por águas turvas e me perguntando o que nelas se escondem. Seriam monstros colossais? Lulas gigantes? Sereias? Eu não sei. Vivo envolto por águas que afundam navios, onde nascem redemoinhos que engolem tudo que encontram, o mar não é seguro.
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Estou preso nessa bolha brilhante, nessa vida comum com pessoas comuns. Sinto-me como um grande egoísta, pois mesmo sabendo que muitos queriam ter a vida que levo, eu continuo desejando tanto viver outras vidas, por que sou assim?
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Tenho medo! Muito medo e me parece tão errado querer deixar tudo pra trás, porque nessa bolha estou seguro, é onde tudo se encaixa perfeitamente. Tudo menos eu.
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Quem sabe haja um lugar pra mim além do mar assustador, um lugar em que eu pertença, em que eu me sinta o um em um milhão. Só que outros não entendem, falam que é errado tentar, que nunca nadei antes e é perigoso se arriscar a própria sorte, dizem que vou me afogar. Seria suicídio atravessar o mar, furar a bolha. Eu sei que todos estão errados, insistir em ficar onde não pertenço é homicídio, é matar a própria alma aos pouquinhos.
DANURAS DO MAR
A ilha era de areia...
E o mar... De ondas,
e com sua maré cheia...
Ele vinha se debatendo
com sua bravura...
Parava no cais, fazendo
espumas e danuras
todas... Duras...
Urrando como se fosse lobo
tremendo como se fosse medo
em um taco de sombra
na calçada de noite escura.
Ali havia o mar...
Fazendo paetês e brumas...
Se dissipando sob lua cheia,
bradando o choramingar do lobo
banhando os corpos
das mais belas sereias.
Antonio Montes
A humanidade é uma ilha a imensidão universal.
O que somos na grandeza do universo...?
.... é o que nos define...
Muitas vezes penso...
No seremos diante a grandeza que contemplamos...
Na perfeição de tudo que existe e existirá no universo....
Abraçamos a cada instante que que vivemos...
Pois vivemos apenas uma parcela do tempo.
E reconhecemos que somos diante a grandeza que nos cerca.
Temos a certeza que ainda existimos diante da imensidão da morte...
Muitas vezes uma caminho obscuro cheio de clareza...
Que denota o que somos apenas animais
animados.
Dentro de momentos de lucidez optamos por esclarecer a própria obscuridade.
“O homem não é uma ilha cercada por todos os lados de medos, desconfianças e armas de defesa. Ele foi criado para ser continente, vasto… e aberto…”
Ney P. Batista
Mar/18/2021
A evolução desumana.
Planeta terra, uma ilha cercada de egocentrismo por todos os lados, e o egocentrismo gera o egoísmo, que gera a falta de consideração pelos outros.
"Quero te sequestrar...
Levar-te para uma ilha deserta e poder aproveitar a natureza com você.
Ficarmos deitados no raso da praia olhando o céu azul e as nuvens,
Desenhar teu corpo com areia molhada,
Colher algumas frutas e sentar no centro daquele lugar
E dividir contigo o sabor, o gosto
Que cada fruta nos proporciona,
pegar uma vara de pescar e tentar buscar o alimento,
Para você não se irritar de fome,
Uma fogueira
Só eu e você. "
Autora: Maria Luiza Brasil de Medeiros
ILHA AMARELA
Nem tudo são flores em Ilha Amarela, dorme suja, acorda bela!
Nem tudo são dores em Ilha Amarela, seus cortes são fundos, porém se supera!
Nem tudo são gritos em Ilha Amarela, sua voz não se cala, ecoa por toda janela!
Nem tudo é escuro em Ilha Amarela, suas cores são fortes nesta aquarela!
A vida renasce em Ilha Amarela, em forma de flores brancas ou amarelas.
Que rostos se vêem em Ilha Amarela, daqueles que lutam de forma singela.
Seremos todos Ilha Amarela?*
Achamos que seria divertido, que seria seguro, mas não sabíamos do horror que nos aguardava na ilha.