Igreja
"Quando um mineiro
Sai de Minas Gerais
Em cada igreja soa um sino
Em cada estação um trem apita
E naquele homem se anuncia
Que ali vai mais um menino
Deixando a mãe para trás."
O Batizado da Boneca
"Na pracinha, a igreja...
Porteira fechada...
E o trem de longe, já vem apitando
passando lentamente pela cidade...
Meio tarde... sol escaldante...
Sandálias novas,
rendas e babados em alvos vestidos,
fitas coloridas nos cabelos,
as meninas entram na penumbra
do recinto sagrado;
rindo e cochichando
sob o olhar assombrado dos santos
perturbados por inesperada revoada...
Mergulhando seus dedos
nas águas bentas da pia batismal
o menino padrinho
de padre fingindo
inicia o solene batizado da boneca...
In nomine Patris, et Filii
et Spiritus Sancti Amen…"
Igreja tem que ser um lugar agradável de estar, que nos dê prazer de participar e interagir, e que gere em nós solidariedade, comprometimento e responsabilidade com seus projetos, ideais e valores.
Sabe qual é meu sonho? Entrar em uma igreja e ver você me esperando com lágrima nos olhos no altar. É tomar café da manhã junto com você, fazer sua camisa de pijama. Acordar todos os dias com você do meu lado. Poder ver os meus filhos te chamando de pai. Passar o resto dos meus dias dividindo o mesmo teto, a mesma casa, o mesmo coração. Ficar velhinha e mesmo assim ainda sentir aquele frio na barriga ao sentir suas mãos nas minhas.
Por que a Igreja quase não prega a epístola de São Tiago? É porque ela critica os ricos? Ou é porque ela não faz nenhuma menção às doações eclesiásticas?
Talvez seja por isso que Lutero relutou em inserí-la em sua Bíblia. Ele fazia questão até dos "pequenos dízimos" dos pobres camponeses. Mas deu uma desculpa esfarrapada que era por causa da justificação pelas obras.
O instinto moralista na igreja reduz a Bíblia a um manual para o comportamento e substitui a instrução moral pelo evangelho de Jesus Cristo. Muitos púlpitos evangélicos estão dados a mensagens moralistas e não à pregação do Evangelho.
O corretivo para o moralismo vem direto do apóstolo Paulo quando ele insiste que “o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus”. Salvação vem àqueles que são “justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei; visto que pelas obras da lei ninguém será justificado.” [Gálatas 2.16]
Nós pecamos contra Cristo e adulteramos o evangelho quando sugerimos a pecadores que o que Deus requer deles é aperfeiçoamento moral de acordo com a Lei. Moralismo faz muito sentido aos pecadores pois não passa de uma explicação do que eles já vêm aprendendo desde os primeiros dias. Mas o moralismo não é o evangelho e ele não pode salvar. O único evangelho que salva é o Evangelho de Cristo. Como Paulo lembrou aos gálatas, “mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, para regatar os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” [Gálatas 4.4-5]
O perigo mortal do moralismo tem se tornado uma constante tentação para a igreja e um sempre-conveniente substituto do Evangelho. Claramente percebemos que milhares dos nossos vizinhos pensam que o moralismo é a nossa mensagem e somente a mais ousada pregação do verdadeiro Evangelho será suficiente para corrigir essa impressão e levar pecadores à salvação em Jesus.
O inferno estará cheio de pessoas “bem criadas”. Os cidadãos do Céu serão aqueles que, pela completa graça e misericórdia de Deus, estarão lá pela justiça de Jesus Cristo creditada a eles.
Moralismo não é o Evangelho.
A IGREJA É O INFERNO DE DEUS. ("Deus não vive numa igreja, Deus vive em você." — Billy Graham)
Direita e esquerda, frente e verso! "O maniqueísmo está entranhado na sociedade. Chega a ser trágico ver tanto especismo entre seres da mesma espécie. Somos um constante oximoro moral!" (Gustavo Matheus). Quando um gênio se manifesta, muitos idiotas o atacam. Forças opostas mantêm o cabo-de-guerra retesado; não o seria o tal, se fosse frouxo! Por isso, tudo é útil, o inferno humaniza as pessoas com o sofrimento, castiga; o medo atrasa os afoitos. E a igreja humaniza Deus com a vulgarização dEle, reduzindo o amor divino à amizade com os íntimos. Assim, os líderes religiosos, conselheiros do "bem" ameaçam com o inferno e suborna com o céu. E para as pessoas serem fiéis a suas doutrinas cobram os dízimos! Logo assim, a igreja é o inferno de Deus e o céu dos que vão para o inferno do Satanás. O que se precisa entender é que o bem é tão mal quanto o mal, e o mal é tão bem quanto o bem. Isso basta. A boa distinção está no uso racional das coisas. O tolo nunca acha a verdade, ou seja o equilíbrio, vive com a cabeça no buraco da Ema para não ver a vida passar. (Cifa.
O TOMBO DA IGREJA
A Igreja Matriz de Urandi
era uma obra muito antiga.
Era o marco da fundação,
mas pra isso ninguém liga.
Se falasse em tombamento,
você comprava muita briga.
A igreja era peculiar,
valia a pena manter.
A torre era no fundo,
tinha uma data pra ler.
Era a marca da fundação,
mas ninguém queria saber.
Ela sofreu muitos ataques,
desde quando era capela.
Derrubaram até o coro
e o sino ficava na janela.
Arrancaram todas as lápides
de quem foi sepultado nela.
A cidade quebrava o silêncio
no tempo que tocava o sino,
mas há muito tempo ele calou;
já era o começo do seu destino.
Nossa praça também alegrava
quando Dona Zelita tocava violino.
Nem o Cristo Redentor escapou,
teve que procurar outro lugar.
A esplanada invadiu a praça,
dificultando carro estacionar.
Fez um mercado debaixo do Cristo,
com barracas servindo de altar.
O altar era uma relíquia,
no Brasil não tinha igual.
Do tempo da colonização,
tinha o brasão de Portugal.
Era o nosso mais valioso
patrimônio material.
Tinha lustres, confessionário
e nichos de madeira entalhada.
Tudo precisava ser preservado,
mas era preciso ser tombada.
Como não quiseram fazer isso,
preferiram que fosse derrubada.
Não existe esse negócio de ''pais da igreja''... Apenas um é o pai, e o nome Dele é Jesus! A glória pertence somente a Ele!
Amo subir o morro até a praça da igreja de Nossa Senhora do monserrat.
Lá do alto tenho o Rio aos meus pés.
A visão do relógio da central do Brasil
marca uma hora qualquer
de um dia qualquer
de um momento único.
A menina de trança amarrada com fita pensa ser a dona do mundo.
Faz o sinal da cruz diante do altar
Abraça a árvore da praça
Faz do coreto um castelo.
Desce o morro contado casas e espalhando sorrisos
Essa menina de trança desce a rua onde mora entra em casa
com a alma carregada de sonhos reais e concretos.
Se o meu evangelismo não te levar para a Cruz, para a oração, para a Bíblia e para a igreja, meu evangelho está convergindo em mim mesma.
A igreja não precisa de mais homens que pulam e dançam em línguas, mas precisa de homens que de joelhos dobrados se quebrantam em lágrimas.
É estranho ver pessoas dentro da igreja que só vivem na miséria, na luta e no sofrimento. Será que a vida com Deus é tão ruim assim?